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Centenas de crianças dão corpo, desde o passado sábado, ao torneio de basquetebol “JrNBA”, competição promovida pela Fundação Clarisse Machanguana em parceria com a multinacional Exxon Mobil.

O Pavilhão do Desportivo foi o palco escolhido para acolher, sábado último, o arranque do programa que tem como fito a descoberta de novos valores da modalidade da bola ao cesto.

Aliás, a identificação de novos talentos para as futuras selecções nacionais de basquetebol é dos objectivos principais traçados pelos promotores da iniciativa.

No jogo de estreia, em femininos, as escolas secundárias Unidade 2 e Estrela Vermelha travaram argumentos, tendo o duelo terminado com a vitória da segunda formação por 52-25.

Depois de um primeiro quarto equilibrado, que terminou com o parcial de 10-10, a Escola Secundária Estrela Vermelha mostrou maior consistência e venceu a partida confortavelmente.

Já em masculinos, destaque para a Escola Filipe Jacinto Nyusi, que derrotou, na ronda inaugural, a Escola Secundária da Matola, por 26-14.
De recordar que esta iniciativa irá movimentar crianças do escalão Sub-16 em ambos os sexos, bem como treinadores e dirigentes ligados à modalidade da bola-ao-cesto.

O programa, que já atingiu mais de 165 mil jovens em 18 países africanos, tem como objectivo ajudar a crescer e melhorar a experiência do basquetebol juvenil para os jogadores, treinadores e dirigentes.

Outrossim, a iniciativa tem como objectivo apoiar o desenvolvimento da juventude em Moçambique, assim como cultivar os talentos dos jovens, incentivando-os a praticar basquetebol.

Mas não é apenas a prática desportiva que vai dominar o programa, até porque foi definido como que a retenção das crianças na escola e promoção de estudos de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática deve merecer especial atenção.

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O moçambicano Muhammad Sidat, quadro da Confederação Africana de Futebol, é uma das figuras que têm liderado os encontros regionais de Licenciamento de Clubes CAF 2024, evento que pretende alcançar todas as 54 Associações-membros da CAF.

Depois de ter sido um dos intervenientes nos debates e acções de sensibilização que tiveram lugar na Mauritânia, Sidat participou, de 30 a 4 de Maio, num encontro realizado na Argélia, naquela que foi a continuidade da segunda etapa do evento que visa alcançar.

O “workshop”, de quatro dias, reuniu as 12 nações falantes de língua francesa no país do Norte da África, num encontro vital voltado para ajudar as associações-membro com os regulamentos de Licenciamento de Clubes da CAF e como elas se podem beneficiar deste instrumento.

Falando na abertura oficial, Nadir Bouzenad, secretário-geral da Federação Argelina de Futebol, FAF, disse: ”Foi uma honra para a Federação Argelina de Futebol ter acolhido este ‘workshop’ regional, com a participação das nossas federações irmãs que estiveram representadas no encontro. Permitam-me saudar a iniciativa da CAF, que trabalhou incansavelmente nos últimos anos para desenvolver o futebol em África”, destacou, para depois concluir: “O licenciamento de clubes é um elemento fundamental para garantir a transparência, a competitividade e a sustentabilidade do nosso futebol. Como secretário-geral da Federação Argelina de Futebol, estou convencido de que este workshop será uma oportunidade valiosa para trocar ideias, partilhar melhores práticas e fortalecer as nossas capacidades colectivas. Juntos podemos trabalhar para o desenvolvimento do nosso desporto no continente africano”, afirmou Bouzenad.

Os principais tópicos discutidos no “workshop”, em Argel, incluíram as actualizações sobre o uso da plataforma “online” de licenciamento de clubes da CAF (CLOP) para o procedimento de licenciamento de clubes.

Por outro lado, o evento pretendia rever o estado da implementação do Sistema de Licenciamento de Clubes nas competições nacionais das associações-membro e garantir que as associações-membro estejam prontas para comunicar as decisões de licenciamento antes do prazo estabelecido para a participação dos clubes nas competições interclubes da CAF 2024-25 (masculinas e femininas).

A realização de uma sessão de actualização sobre os procedimentos de pré-inspecção do estádio é outro dos pontos abordados no evento, assim como o treinamento de gerentes de licenciamento de clubes (CLM) no uso do CLOP, especificamente o módulo estádio.

Já lá se vão seis mandatos que o comércio informal na Cidade de Maputo é um ponto de discórdia entre as autoridades e os vendedores, mas, agora, parece que o novo edil, Razaque Manhique, trata do assunto de maneira empática, defendendo que só será possível a saída das ruas para os mercados quando as devidas condições forem criadas.

Um ponto de referência que foi o pico da discórdia deu-se em Março de 2020, quando o Conselho Municipal de Maputo, dirigido, na altura, por Eneas Comiche, iniciou uma acção de retirada de vendedores informais dos locais considerados impróprios para o comércio, uma filosofia de trabalho que não é opção para Razaque Manhique.

Reconhecendo a existência de mercados abandonados na cidade que dirige, Manhique explicou que a sensibilização é feita de atitudes. Temos de acelerar os passos, temos de ter recursos, temos de criar condições para que as pessoas estejam lá no lugar, e há-de ver que, se nós conseguirmos criar estas condições e tirarmos as pessoas de lá, todas as pessoas vão perceber que há um lugar onde se desenvolve o comércio informal.

Ainda em torno dos problemas da Cidade de Maputo, Razaque Manhique soube, através do canal de televisão STV, que as principais praças públicas e monumentos na capital do país estão em péssimo estado de conservação e promete acções para repor a imagem, a começar pela Estátua Eduardo Mondlane, localizada na avenida com o nome do arquitecto da paz e unidade nacional.

“Não deve estar assim a estátua de Eduardo Mondlane. Eduardo Mondlane é uma referência nacional e internacional. Depois do que ouvimos e vimos, vamos prestar maior atenção e, nos próximos dias, a estátua vai apresentar uma outra imagem, e por favor, onde encontrarem situações semelhantes, reportem-nos, por favor!”

As respostas para a resolução destes problemas de saúde pública, saneamento e comércio foram dadas, esta terça-feira, por Razaque Manhique, no decurso do lançamento da campanha de limpeza ao nível da Cidade de Maputo, que vai até 2024, numa iniciativa apoiada pela Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC).

Trata-se de um jovem de 23 anos de idade que, neste momento, está em tratamento no Hospital Central de Quelimane. Viu parte do seu lábio inferior removido com dentes do seu padrasto, no passado dia 1 de Maio. 

Parecia que o ambiente era propício para festas, eis que o jovem, segundo explicou, viu sua mãe chegar a sua casa com lágrimas. 

Inteirando-se da situação, a mãe explicou que teria sido batida pelo padrasto. A vítima pegou na mãe e seguiu para casa onde este se encontrava. Foi aí que, na tentativa de se inteirar, o padrasto partiu para violência. “Começamos a lutar, o meu padrasto mordeu os meus lábios inferiores e removeu”, explicou.

O padrasto da vítima está foragido. A mãe, que apresenta hematomas nos olhos por conta da violência do esposo, pede para que se faça justiça. 

Ao nível hospitalar, a médica cirurgiã diz que o jovem contraiu uma ferida delicada e que carece de tratamento para que tenha boa evolução, já que se trata de mordedura humana. 

Eugénia Cavele explica que a ferida chegou ao hospital já contaminada, por conta das bactérias que normalmente vivem na cavidade oral. No entanto, diz a médica, está em seguimento no hospital para que a situação não se agrave. 

“Se o paciente evoluir como os médicos pretendem, poderá beneficiar de uma cirurgia plástica no lábio ora removido, isto irá permitir a devolução da estética facial”, disse a médica que também é porta-voz do hospital.

O Hospital Central de Quelimane tem três médicos especialistas em cirurgia maxilo facial. 

Elias Dhlakama e Alfredo Magumisse formalizaram, esta terça-feira, as suas candidaturas à presidência da Renamo. Os membros falam de descredibilização do partido e esperam que o passo dado não seja sinonimo de desentendimento, mas de maior coesão interna.

Quando faltam menos de 10 dias para a realização do Congresso da Renamo, a ter lugar na província de Zambézia, mais nomes juntam-se aos interessados em suceder Ossufo Momade na presidência do partido.

Desta vez, o membro da Comissão Política, Alfredo Magumisse, formalizou a sua candidatura à Sede Nacional do Partido.

O também Vice-Presidente da bancada parlamentar do Renamo diz sentir-se confiante na sua candidatura, principalmente, levando em consideração os últimos escândalos envolvendo o actual Presidente do Partido.

“O partido precisa de um candidato capaz de acompanhar a dinâmica da sociedade actual. Para além disso, o actual presidente tem sido desgastado devido aos vários escândalos envolvendo o seu nome, razão pela qual o partido abriu esse espaço para a submissão de novas candidaturas”, disse Magumisse, afirmando que pretende, com isso, trazer novas dinâmicas ao partido.

Quem também formalizou a sua candidatura à presidência da Renamo, esta terça-feira, foi Elias Dhlakama, irmão do falecido líder do partido, Afonso Dhlakama, que esteve representado pelo seu mandatário Manuel Bissopo.

Na ocasião, referiu que a candidatura visa credibilizar o partido e permitir que haja coesão interna, tendo em conta as divisões que tem se visto no seio do partido.

As candidaturas foram submetidas dias depois de Venâncio Mondlane também manifestar publicamente o interesse em suceder Ossufo Momade na presidência da Renamo, tendo sido excluído por não reunir os requisitos que constam do Perfil do Candidato.

 

Estão para breve, exercícios nucleares russos nas proximidades da Ucránia. Anunciada, esta segunda-feira, pelo Ministério da Defesa, é uma ordem dada pelo Chefe de Estado russo, Vladimir Putin, que considera o acto como resposta à legadas ameaças de líderes ocidentais.

De acordo com um  comunicado, desta segunda-feira, o Comandante-em-Chefe Supremo das Forças Armadas da Federação Russa, Putin, justificou que o país deve estar sempre preparado. “As manobras pretendem manter a prontidão do Exército na defesa do país, perante as constantes provocações e ameaças feitas contra a Rússia por certos responsáveis ocidentais”, lê-se.

Em adição, no documento, consta que o uso de armas nucleares não-estratégicas, “durante o exercício serão tomadas uma série de medidas, ra preparar as forças na utilização de armas nucleares não estratégicas”, frisou o Ministério russo citado pelo o Minuto.

Os exercícios envolverão a Força Aérea, a Marinha e as Forças do Distrito Militar do Sul, que se localizam muito perto da Ucrânia e cobrem as regiões que Moscovo integrou. A data e o local dos exercícios não foram anunciados.

Desde o início do conflito na Ucrânia, em Fevereiro de 2022, o Presidente russo tem falado sobre um possível uso de armas nucleares. A Rússia implantou este arsenal táctico na Bielorrússia, o aliado mais próximo e vizinho da União Europeia, no verão de 2023.

A doutrina nuclear russa prevê um uso “estritamente defensivo” de armas atómicas, no caso de um ataque à Rússia com armas de destruição em massa ou em caso de agressão com armas convencionais “que ameacem a própria existência do Estado”.

 

O Hamas fez sua parte para o alcance da paz na Faixa de Gaza. A garantia de “dever cumprido” lê-se em comunicado, que diz que o Hamas aceitou a proposta de um cessar-fogo permanente e resta agora a resposta de Israel de Benjamin Netanyu.

A esperança do mundo e especialmente dos mediadores, Qatar e Egipto, esse último, anfitrião das conversações, está depositada em uma resposta positiva de Israel, que aceitando a proposta de paz, acaba um dos maiores conflitos da actualidade.

Mesmo se adiantar detalhes sobre o acordo, há vários meses que Quatar e Egito têm mediado conversações entre Israel e o Hamas, com vista a uma solução para a guerra espoletada pelo ataque do movimento islamita em território israelita, em 7 de Outubro passado.

 

Apesar de a Comissão Nacional de Árbitros de Futebol (CNAF) ter apostado na criação de um grupo de árbitros de elite para dirigir os jogos do Moçambola 2024, iniciativa que tem como propósito garantir qualidade, as primeiras jornadas da competição estiveram envoltas em polémicas. Contestação do trabalho de árbitros e, no caso mais extremo, os homens de apito saíram escoltados pela PRM  do campo do Costa do Sol, alegadamente por terem prejudicado a equipa da casa diante da Black Bulls.

Mal a bola começou a rolar no Moçambola 2024 e já há “casos” que merecem, por parte dos clubes, alguns reparos! O caso mais “gritante” deu-se domingo, no campo Municipal de Pemba, no duelo entre o Baía local e o Ferroviário de Maputo, inserido na jornada 3 do Campeonato Nacional de futebol.

Aos 15′, partindo de trás para frente, numa jogada de ataque do Ferroviário de Maputo, Neymar, em clara posição legal, bateu o guarda-redes Mocas do Baía de Pemba. O árbitro da partida, Paulo Afito, de Nampula, anulou a jogada por pretenso fora de jogo. Os jogadores do Ferroviário de Maputo, indignados, ainda contestaram a decisão mas sem sucesso. Mas este não foi o único erro da equipa de arbitragem reclamado pela equipa do Ferroviário de Maputo.

Outra situação que deixou os “locomotivas” da capital afastados tem a ver com o facto de, no minuto 72 da partida, terem  solicitado uma substituição que seria a quinta no jogo. Esta substituição, que se inseria no terceiro tempo do jogo, não foi aceite pelo árbitro e delegado supostamente porque o Ferroviário já havia esgotado as mesmas prerrogativas, ou seja, utilizado os chamados três turnos.

Só depois de uma chamada para Maputo, pretensamente para uma figura ligada à Comissão Nacional de Árbitros de Futebol, é que o delegado do jogo autorizou a substituição, mas já tinham sido jogados 82 minutos e a equipa técnica verde-e-branca prescindiu da mesma.

O Ferroviário alega que a equipa de arbitragem teria confundido o procedimento, ou seja, que o intervalo da partida (findo os 45 minutos) contava nos turnos das substituições, cometendo, desta forma, um erro de direito previsto no artigo 13 da Federação Moçambicana de Futebol.

Por outro lado, a equipa de arbitragem terá dado cinco minutos de compensação, tempo que não bastava tendo em conta, segundo os “locomotivas”, as substituições.
No duelo com o Costa do Sol, inserido na segunda jornada, o Ferroviário de Maputo queixa-se de algumas situações que terão prejudicado esta formação. Fala, por exemplo, do golo dos “canarinhos” que terá sido precedido de uma situação de entrada em pé riste.

O duelo entre o Costa do Sol e a Black Bulls, inserido na jornada inaugural do Moçambola, foi marcado por protestos por parte dos adeptos da equipa da casa, supostamente por ter sido prejudicada pelos árbitros que tiveram que ser escoltados por uma força policial.

 

CASOS DO ANO PASSADO
Em 2023, os casos de violência no Moçambola, associados à contestação do trabalho de árbitros, foi gritante.

Os adeptos pautaram por  insultos, arremesso de pedras, garrafas de água e outros objectos contundentes contra os homens do apito, violência gratuita que só não resultou em mortes por intervenção da Polícia.

A título de exemplo, a 28 de Maio, em Lichinga, a equipa de arbitragem composta por António Munguambe (árbitro), Fenias Neves (1° Assistente),  Sérgio lahimuaca (2° Assistente) e Amamo Fortunato (4° Árbitro) teve de sair escoltada pela Força de Intervenção Rápida (FIR), perante a fúria dos jogadores do Matchedje de Maputo que se sentiam injustiçados com a actuação do quarteto que teve influência no resultado final que foi um empate a uma bola diante do anfitrião Ferroviário de Lichinga.

Na jornada 7, em Quelimane, o segundo assistente Fernando Cumbane foi agredido supostamente por elementos ligados ao Ferroviário de Quelimane, em protesto contra a actuação do árbitro Filimão Correia, no jogo em que os “locomotivas” de Nampula venceram por uma bola a zero.

Já na cidade da Beira, instalou-se o caos no Chiveve quando elementos ligados à equipa da casa a insultaram a equipa de arbitragem formada por Fernando Francisco (árbitro), Venestácio Cossa (1°Assistente), Marcos Marrengula (2° Assistente) e Guilherme Malagueta (4° Árbitro), alegadamente por estarem a prejudicar a equipa da casa.

O Costa do Sol, esse, concedeu uma conferência de imprensa a contestar as arbitragens das duas primeiras jornadas da prova. Os “canarinhos” “atacaram” Filimão Correira.

“O Clube de Desportos da Costa do Sol solicita às entidades que superintendem o futebol nacional, nomeadamente a Federação Moçambicana de Futebol, a Liga Moçambicana de Futebol, bem como a CNAF e, ainda, o Governo, através da Secretaria de Estado de Desporto, para que considerem de grave actos que atentam para a verdade desportiva e sancionem quem os pratique, sob pena de as actuações tendenciosas da arbitragem e as reacções negativas dos seus agentes, Imprensa e dos adeptos, prejudicam gravemente a credibilização da Indústria do futebol, com impacto na cadeia de valores e economia nacional”, apelou, na altura,  Jeremias da Costa, o vice-presidente do Costa do Sol.

 

Dois agentes da Polícia estão detidos, acusados de raptar uma criança, na Cidade de Maputo. O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) diz que o crime terá sido cometido em troca de 200 mil Meticais.

O rapto do menor de oito anos aconteceu na última sexta-feira, quando este foi interceptado por três indivíduos à sua saída da escola, no bairro do jardim, na Cidade de Maputo.

Depois de pedidos frustrados de resgate à família, no valor de 200 mil Meticais, a criança foi encontrada este domingo, em casa de um dos indiciados.

“Os indivíduos faziam-se transportar numa viatura ligeira. Teriam interceptado o menor de oito anos de idade, convidado-o para entrar na sua viatura. A partir deste momento, efectuaram chamadas para a mãe deste menor, visto que tinha lá o contacto num dos seus cadernos. Seguidamente, a senhora dirigiu-se às autoridades policiais e o SERNIC iniciou as suas diligências com vista ao resgate deste menor, que só foi possível na noite deste domingo.”

Os acusados são agentes da Polícia da República de Moçambique afectos à vigésima terceira esquadra. “Os dois afirmam que são membros da PRM. Sendo mesmo efectivos, serão diligenciados os respectivos processos administrativos para a sua responsabilização, enquanto deste lado decorrem os processos criminais contra os indivíduos.”

Na posse dos indiciados, foi encontrada uma arma de fogo do tipo pistola. Entretanto, negam o seu envolvimento no crime.
Este outro indivíduo está também nas mãos da Polícia, acusado de envolvimento em raptos ocorridos em Dezembro do ano passado.
Os indiciados têm idades que variam de 20 a 30 anos.

O Ministério Público acusou, formalmente, cinco padres da Igreja Anglicana de crimes de calúnia e difamação contra um colega da mesma congregação religiosa.

Foi há cerca de três meses que os servos de Deus se ofenderam e decidiram trilhar pela justiça dos homens, e parece não haver mais volta para o perdão na esfera divina.

É através do processo no. 12/1101/P/024  que o Ministério Público acusa os padres Manuel Fernando Cumbe, Benedito Zavalane Mahumane, António Aida Nhaca, Cláudio Chitsondzo e Vasco  Davane de crimes de calúnia e difamação contra o padre Luís Silvestre Zandamela.
Na acusação a que tivemos acesso, a Procuradoria da Cidade de Maputo começa por explicar em que contexto os crimes de calúnia e difamação contra o padre Luís Silvestre Zandamela teriam ocorrido.

“Os arguidos e os ofendidos são membros da Igreja Anglicana em Moçambique, Diocese dos Libombos, sendo que aquele, à data dos factos, exercia as funções de presbítero ou sacerdote e ocupava a segunda posição na hierarquia pastoral e administrativa da diocese, como vigário geral e, simultaneamente, presidente do Conselho Directivo Diocesano”, lê-se na acusação do Ministério Público a que tivemos acesso.
Para melhor interacção entre os 34 clérigos sobre os assuntos da Diocese, foi criado um grupo do Whatsapp, do qual o queixoso e os acusados faziam parte. Terá sido a partir desta plataforma que começou a confusão.

E foi nesta plataforma que começou a confusão. Sucede que o arguido padre Benedito terá começado a escrever artigos intitulados “PATMOS” para se referir aos danos ou prejuízos que o ofendido estava a criar para a igreja.

Quem criou o seriado “PATMOS” foi, segundo o Ministério Público, o padre Bendito Zavalane Mahumane, e terá sido o primeiro a ofender o seu colega Luís Silvestre Zandamela, acusando-o de estar a agitar o bispo para transferi-lo, a ele e outros dois padres, dos cargos que ocupavam nos seguintes termos:

“Vários eventos penosos e não esperançosos, que acontecem nesta nossa diocese são um verdadeiro pandemónio completo, em que alguns se acham donos desta diocese e que podem fazer e desfazer em nome de autoridade […] acham-se com poder extraordinário (dado por quem?) de influenciar o bispo para a destruição de pouca ética e moral que nos resta nesta diocese”, revela a acusação da Procuradoria da República.
E o padre diz mais: “Por informação dada por um fiel a verdade, sabemos que estão a agitar o bispo para transferir a mim, Benedito, Tomás e Amílcar (porque escondemos o dinheiro) para introduzirem os  vossos serviçais, para delapidarem o dinheiro das paróquias”.

E o arguido Benedito Zavalane Mahumane não parou por aí. Continuou a publicar os seus “seriados”. No que apelidou de PATMOS-5, faz, segundo o Ministério Público, falsas insinuações contra o ofendido Luís Silvestre Zandamela.

“Poucos dias atrás, fiquei a saber de várias almas justas que um certo pirata […], que não aceita que as suas intenções e controvérsias já morreram e não há ressurreição possível, arranjou um investidor da área da imobiliária para construírem um edifício no terreno nobre, onde se encontra a Paróquia de S. Estevão e Lourenço da Maxaquene. Agora é que entendo que realmente sou um empecilho para a realização de alguns golpes da Maxaquene. É por isso que propuseram ao bispo diocesano a minha transferência e dos outros; para introduzirem lambe-botas para efectivação de planos egoístas”, lê-se no documento.

Até ao chamado PATMOS-5, o padre Benedito não tinha feito menção do ofendido padre Luís Silvestre Zandamela. Mas, a partir do capítulo 6, ele ataca directamente o seu colega.

“Para quem não está familiarizado com este assunto, eis a génese do meu/nosso desespero: eu, padre Tomás e padre Amílcar, fomos acusados (segundo fontes seguras) pelo padre Luís Zandamela de esconder ou desviar dinheiro nas paróquias que servimos, e ele sugere que sejam colocados nessas paróquias clérigos da sua confiança. Segundo fontes seguras, o padre Luís Zandamela falou para almas justas que ele já tem investidor na área imobiliária para a construção de um edifício de número de andares no terreno da paróquia que sirvo, e tudo isto é do meu conhecimento”, transcreveu o Ministério Público uma das conversas do WhatsApp.

Ao agir desta forma, segundo fundamenta o Ministério Público, o arguido Benedito pretendia dar a entender aos párocos, colegas e aos demais membros da igreja, que o ofendido usa do seu suposto poder de supremacia para fazer da igreja um lugar infernal, de confusão e desordem.

Quando ouvido pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal na Cidade de Maputo, o padre Benedito não negou as acusações que pesam sobre si e alegou tratar-se de assuntos internos da diocese.

Os outros quatro padres são arguidos neste processo por terem secundado e divulgado mensagens ofensivas contra o padre Luís Zandamela. Quem começa é, segundo o Ministério Público, o padre Manuel Cumbe.

O padre lamenta ter ouvido falar da suposta transferência de clérigos de uma paróquia para outra e escreve: “Caro Reverendo padre Benedito Mahumane, associo-me e subscrevo-me aos teus escritos, fazendo-os meus, também. Justifico: […] A diocese dos Libombos está sequestrada por alguém […] que se julga dono e proprietário sem Carta/Credencial. Hoje, agora e para sempre, somos chamados a travar guerra espiritual contra esse pirata que se confunde com o colarinho e se aloja no meio do clero e na igreja de Cristo. Isto mostra que temos dois movimentos antagónicos no nosso seio/igreja a saber: aqueles que se preocupam em procurar espaços para a igreja e aqueles que estão a fazer negociatas/boladas dos espaços da igreja já existentes. Roubar dinheiro não é bom. Vender propriedades da igreja não é bom”, lê-se na mensagem do padre Manuel Cumbe.

Assim, entende o Ministério Público que, ao subscrever o que o arguido Benedito Mahumane disse, o co-arguido Manuel Cumbe associou-se numa acção de imputar ao ofendido factos que sabiam serem falsos e desonrosos.

Já no dia 18 de Setembro de 2023, mediante concertação prévia, o arguido Manuel Cumbe, António Nhaca, Cláudio Chitsondzo e Vasco Duvane denunciaram ao bispo da Diocese dos Libombos uma suposta venda do espaço da Igreja em Marracuene pelo ofendido à revelia dos órgãos competentes da igreja.

Com as acusações acima mencionadas, a PGR entende que os arguidos acusaram de forma gratuita e publicamente o ofendido daquelas práticas, mesmo tendo ciência de que tais acusações não constituem a verdade.

“Os arguidos tinham o objectivo de causar escândalo e descrédito da pessoa do ofendido diante dos membros da igreja e a falsa impressão de que este faz valer da sua então posição de vigário geral para empobrecer a igreja, com a venda do património do clero, e locupletar-se dos fundos da igreja. Os arguidos inseriram e colocaram as narrativas à disposição de quase todo o povo da igreja, insistente e publicamente, palavras ofensivas ao bom nome, reputação, imagem pública e honra do ofendido, que tanto custou granjear da comunidade religiosa a que faz parte e família”, conclui o Ministério Público.

Pelo exposto, o Ministério Público acusa os cinco padres de crimes de calúnia e difamação, previstos e punidos nos artigos 233 e 234 do Código Penal.

Contactámos a Igreja Anglicana em Moçambique, especificamente, a Diocese dos Libombos, para reagir em torno do assunto, mas sem sucesso.

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