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CTA enaltece decreto para projecto Coral Norte

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) congratula a aprovação, pelo Conselho de Ministros, do decreto que regula os termos dos acordos e contratos

CTA enaltece decreto para projecto Coral Norte

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) congratula a aprovação, pelo Conselho de Ministros, do decreto que regula os termos dos acordos e contratos

O ministro da Planificação e Desenvolvimento defende que os recursos naturais e os agrícolas devem ser transformados internamente antes da sua exportação. Salim Valá falava, hoje, no Parlamento, durante uma audição sobre a Estratégia Nacional de Desenvolvimento.

O ministro da Planificação e Desenvolvimento voltou, este sábado, à Assembleia da República para responder às perguntas das comissões especializadas de trabalho.

 Na sessão, os deputados pretendiam obter esclarecimentos sobre a implementação da Estratégia Nacional de Desenvolvimento 2025-2044.

Promover a integração entre o sector agrário e a indústria é uma das apostas do Governo para a melhoria do desempenho da economia nacional. Valá fala, também, da necessidade de a Assembleia da República criar normas que garantam o desenvolvimento nacional através dos grandes projectos de exploração de recursos naturais.

Sobre o sector da Educação, o governante disse que as famílias têm um papel relevante.

A audição em torno da Estratégia Nacional de Desenvolvimento contou com a participação da sociedade civil. O documento será apreciado pelo Parlamento na próxima semana.  

A vida ficou mais cara no país. Os preços de bens e serviços aumentaram 4.77% em Março, se comparado ao mesmo período em 2024. Os alimentos, as bebidas não alcoólicas e os restaurantes e hotéis tiveram maiores subidas.

O custo de vida tende, cada vez mais, a aumentar no país. Desde Janeiro, que os preços de bens e serviços não dão trégua e sobem mês após mês. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, o agravamento foi de 4.77% em Março.

O aumento do nível geral de preços é explicado, principalmente, pela elevação significativa dos preços de produtos alimentares e bebidas não alcoólicas em 12,08% e de restaurantes, hotéis, cafés e similares em 6,09%.

Segundo o INE, a cidade de Tete teve o maior aumento de preços em Março, ao subirem 7,24%, seguida de Inhambane com 6,36%, das cidades de Xai-Xai com 5,74%, Chimoio com 4,78%, Nampula com 4,54% e Maputo com 4,30%.

Em termos acumulados, de Janeiro a Março, o aumento do nível geral de preços foi 2,03%. Para esse agravamento, destacam-se também as subidas dos preços de alimentos e bebidas não alcoólicas e de restaurantes e hotéis.

O presidente do CTA, Agostinho Vuma, disse que é necessário que haja maior celeridade no desembaraço portuário e alfandegário, visto que as longas filas de navios, que se verificam nos portos, prejudicam a actividade de cabotagem marítima. Vuma falava, hoje, à margem da cerimónia do evento de inauguração de dois navios de cabotagem, no porto de Maputo.

“Ficou muito mais caro fazer negócios logísticos usando a via rodoviária. Portanto, a custos relacionados com o tempo de viagem, mas também, sobretudo, o risco que se assinala hoje, através das avaliações que fazem as nossas asseguradoras. Esta é uma via alternativa”, disse Agostinho Vuma. 

O sector privado refere que, neste primeiro momento, o tempo de espera para o desembaraço vai ser muito importante, mas diz estar satisfeito. 

“A operação que foi anunciada, de cerca de 10 mil toneladas, significa que são cerca de 340 camiões, de 30 toneladas, que estariam a operar só num único navio. Isso, para nós, satisfaz, em relação a mais  um elemento de carga, mas também em relação a operação logística, que deve ser feita de para outro ponto”, disse.  

Dois navios destinados ao fortalecimento da cabotagem marítima ao longo da costa moçambicana são inaugurados hoje, pelo Presidente da República, no porto de Maputo. 

As novas embarcações compreendem um navio de carga geral, com 120 metros de comprimento e capacidade para transportar até nove mil toneladas de mercadorias, e um navio porta contentores, com cerca de 80 metros de comprimento e capacidade para aproximadamente 144 TEUs (o equivalente a 20 pés).

Segundo o comunicado da Presidência da República, as unidades flutuantes foram devidamente inspecionadas, licenciadas e autorizadas para operação pelo Governo, através da Autoridade Reguladora do Transporte Marítimo (TRANSMAR). 

 

O ministro da Planificação e Desenvolvimento disse que a transparência no fundo de desenvolvimento local é assegurada desde a fase de desenvolvimento do projecto, que é feita pela Comissão de  Selecção de Projectos. Falando no segundo dia do esclarecimento das perguntas dos deputados, Salim Valá reiterou ainda que o fundo é apenas para moçambicanos.  

Depois do primeiro dia da sessão de esclarecimento das perguntas dos deputados da Assembleia da República, foram feitas algumas questões de insistência. Ao ministro da Planificação e Desenvolvimento coube responder como o Governo vai garantir transparência na implementação do Fundo de Desenvolvimento Local (FIDEL). 

O Governante garantiu que foram criadas condições para que todo o processo seja transparente e inclusivo. Valá explicou que uma comissão integrada por representantes da área económica do governo distrital ou conselho autárquico, dos representantes dos agentes económicos locais, dos líderes locais, de representantes   das instituições comunitárias de base, de instituições académicas e da sociedade civil, que tem o papel de apreciar e analisar o mérito dos projectos, em função da sua prioridade, viabilidade   e impacto no desenvolvimento económico do distrito ou do município. 

 Quanto à inclusão no processo de implementação do fundo, Salim Valá referiu que todos os moçambicanos são beneficiários. “Este fundo é apenas para moçambicanos, que têm ideias criativas, para transformar em projectos de incremento  da produção, particularmente de alimentos, mas não só. Geração de renda e criação de empregos nos distritos e nos municípios”, frisou. 

O ministro falou ainda das medidas adoptadas pelo Governo para a redução da pobreza no país, reiterando que “incertezas causadas por acções terroristas, efeitos climáticos extremos, volatilidade dos preços  de matérias primas no mercado internacional (…) são obstáculos concretos na implementação de políticas e estratégias que visam o combate à pobreza e as desigualdades sociais e espaciais”. 

A Plataforma flutuante de gás natural, Coral Sul, fez hoje o carregamento do centésimo navio de gás exportado a partir da Bacia do Rovuma. O marco dos 100 carregamentos é atingido num contexto em que o consórcio liderado pela ENI está há mais de um ano em discussões com o Governo para a introdução de uma segunda plataforma flutuante.

Ancorada nas águas ultraprofundas da Bacia do Rovuma, em  Cabo Delgado, a plataforma de extração de gás natural liquefeito tem feito exportações semanais desde Outubro de 2022. 

E este sábado, segundo informa um Comunicado de Imprensa do Instituto Nacional de Petróleo, a unidade fabril totalizou 100 carregamentos de GNL, todos eles distribuídos no mercado internacional, o que reforça a posição de Moçambique como uma alternativa fiável e limpa de energia.

“A plataforma flutuante de gás natural liquefeito (FLNG) Coral Sul, operada pela gigante italiana Eni, atingiu um grande marco na produção e exportação de GNL hoje. O sucesso da Plataforma Coral Sul FLNG consubstancia-se, não somente pela entrega de um recurso nacional, gás natural liquefeito, em carregamentos regulares à vários países na Europa, mas também pela participação efectiva de moçambicanos na cadeia deste mega-projecto, contribuindo de forma concreta para uma transição energética segura, economicamente mais equilibrada e inclusiva para Moçambique e para a África no geral”, le-se no comunicado do INP.

Sobre o marco, o Presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Petróleo, Nazário Bangalane considerou que atesta a qualidade do gás de Moçambique e o potencial energético ainda existente.

O consórcio que explora a plataforma flutuante está há mais de um ano em conversações com o Governo para a introdução de uma segunda plataforma. Este marco surge num momento em que a concessionária e parceiros já trabalham no sentido de encontrar alternativas mais adequadas de expansão do projecto para incrementar os níveis de recuperação de gás na área 4. A proposta que tem ganho maior força é a via de uma segunda plataforma flutuante, designada Coral Norte FLNG, a ser alocada mais à norte do local onde a Coral Sul FLNG está a operar.

O empreendimento Coral Sul FLNG é operado pela Eni em representação da Mozambique Rovuma Venture (MRV), um consórcio que inclui a ExxonMobil e a China National Petroleum Corporation (CNPC), que detém 70% de participação. Os restantes 30% estão distribuídos igualmente entre a ENH, a Galp e a sul-coreana Kogas, cada uma com 10%.

Os empresários e economistas congratulam o Banco Central por ter decidido que as receitas em moeda estrangeira devem ser convertidas pelo menos em 50%. Esta é uma medida que vai garantir que haja mais moeda estrangeira no mercado. 

Segundo dados da Confederação das Associações Económicas de Moçambique, mais de 60 empresas nacionais aguardam pela liberação de divisas em moeda estrangeira há mais de três  meses. Por isso, os empresários pensam que a mais recente medida vai ser um alívio. A medida só peca por ser de execução a curto prazo.

Sobre a conversão de receitas de reexportação, visando que os bancos passem a converter integralmente as receitas de reexportação de produtos petrolíferos, Vuma entende a medida como partilha das responsabilidades.

Na visão do economista Hélio Cissa, as referidas medidas do Banco de Moçambique podem reforçar a presença de divisas no país bem como devolver o poder de compra às famílias. Entretanto, o economista Clésio Foia tem uma visão mais acentuada sobre a vantagem destas medidas. Para o economista, o actual cenário irá obrigar as grandes empresas a reterem parte dos seus ganhos no sistema financeiro nacional.

Em suma, a medida é vista como uma cedência às reclamações do sector privado por parte do Banco de Moçambique.

Estatísticas das instituições financeiras do II semestre de 2024 apontam que houve 528 reclamações contra BCI e BIM, de um total de 809

O BCI e BIM são as instituições financeiras moçambicanas que cometem mais irregularidades aos olhos dos clientes. No segundo semestre de 2024, o Banco de Moçambique recebeu 528 reclamações contra os dois bancos comerciais.

No total das reclamações feitas pelos clientes ao regulador do sistema financeiro nacional, 37,6% foram contra o Banco Comercial e de Investimentos (BCI) e 27,7% pesam sobre o Banco Internacional de Moçambique (BIM).

O elevado número de reclamações contra as duas instituições bancárias, que são as maiores no sistema financeiro, pode ser explicado pelo número de clientes que possuem, ou seja, apenas elas têm mais de um milhão de clientes. 

Do total de 809 reclamações contra 20 instituições financeiras que operam no país, grande parte, ou seja, 418 foram contra os serviços de ATM, 141 estão ligadas aos créditos concedidos, 112 contra contas bancárias e 53 contra POS.

Os dados constam das Estatísticas das Instituições Mais Reclamadas – Segundo Semestre de 2024 do banco central. Nas ATM, há mais irregularidades sobre dinheiro não disponibilizado, moeda electrónica e débito em conta bancária.

No crédito bancário, tem havido divergências na execução do contrato de crédito, cobrança de prestações após liquidação do crédito e imputação indevida de crédito. Na conta bancária, tem havido débitos indevidos.

No peso total das reclamações, há instituições com menos de 1% das reclamações, nomeadamente: Vista Bank (0,2%), Fast Capital Bank (0,9%), UBA (0,4%), BNI (0,2%), Socremo Microbanco e Microbanco de Apoio aos Investimentos (ambas com 0,4%) e Confiança Mcb (0,1%).

O Banco de Moçambique, na qualidade de autoridade cambial, aprovou os instrumentos normativos com o objectivo de proporcionar maior flexibilização na gestão de divisas por parte dos bancos intermediários, em face da actual conjuntura socioeconómicа.

De acordo com uma nota de imprensa do Banco Central, a aprovação em causa inclui, primeiro, o Aviso que incrementa, dos actuais 30% para 50 %, a taxa de conversão decorrente das receitas de exportação de bens, serviços e rendimentos de investimento no exterior. Este regime vigorará pelo período de 18 meses. 

Em segundo lugar, a aprovação do Banco Central inclui: o Aviso que versa sobre o regime de repatriamento e conversão de receitas de reexportação de produtos petrolíferos, onde os bancos passarão a converter integralmente as receitas de reexportação de produtos petrolíferos. 

Adicionalmente, o Banco de Moçambique, na qualidade de supervisor das instituições de crédito e sociedades financeiras, aprovou o Aviso que estabelece o regime excepcional concernente às percentagens das provisões regulamentares mínimas sobre o crédito vencido, que vigorará por um período de 12 meses. Esta medida promoverá o alargamento da capacidade dos bancos de concederem crédito. 

 

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