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Uma pessoa contraiu ferimentos graves, após um acidente de viação, esta quinta-feira, nas proximidades da Rotunda da KaTembe, na cidade de Maputo. Suspeita-se que o sinistro tenha sido causado durante uma tentativa de ultrapassagem irregular. 

A Estrada Nacional Número 1 volta a ser palco de sangue em menos de 48 horas. Mais um acidente de viação, na tarde desta quinta-feira, nas proximidades da rotunda da Katembe, envolvendo um camião de transporte de carga e uma camioneta, com o resultado de 1 ferido.

De acordo com testemunhas no local, o camião de carga pesado é que terá provocado o embate na trela da outra viatura que trazia pessoas na sua bagageira. 

Testemunhas no local explicam que o acidente terá resultado de uma ultrapassagem mal calculada feita por este camião que fazia o trajecto Maputo-Ponta D’Ouro. 

“É o camião que bateu, é verdade, vimos, sim. O caminhão vinha em alta velocidade, era uma ultrapassagem. Vinha em alta velocidade, sim, depois, ao ultrapassar, bateu, acho que bateu com a trela ao lado”, disse uma testemunha.

Entretanto,  o dono da viatura tem outra versão dos factos e diz que havia uma outra viatura que terá provocado o acidente.  

“Eu estava atrás de um turismo, queria entrar ali, e aquele turismo estava aqui no meio, então eu fiquei aqui, a tentar fazer a ultrapassagem. Então ele estava desse lado, não sei se estava no telefone, porque ele me apanhou aqui mesmo, veio me bater aqui no meio da estrada”, disse Luís Mimbire.

O condutor da viatura sinistrada diz ainda que na tentativa de fazer a ultrapassagem ao carro turismo que estava em frente, travou de repente. “Aquele turismo não piscou, não fez nada. Ele estava a fazer a ultrapassagem, eu já queria entrar naquela entrada ali, então eu fiz isso para passar aquele turismo, enquanto ele estava a virar em velocidade. O turismo ainda estava um pouco distante, então eu não entrou muito lá, aquele turismo estava diante, parou de repente”, confirma Luís Mimbire.

Minutos depois do acidente uma ambulância fez-se ao  local para prestar assistência e evacuar a vítima.  

 

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O Serviço Provincial de Saúde de Nampula (SPS) lançou, recentemente, um alerta à população e aos órgãos de comunicação social sobre o aumento significativo de casos de malária e outras doenças sazonais, à medida que se aproxima ao auge da época chuvosa, período em que se agravam as enfermidades de origem hídrica e o índice de transmissão do paludismo.

Durante uma conferência de imprensa dirigida pelo Chefe do Departamento de Saúde Pública, Samuel Carlos, foram apresentados dados epidemiológicos referentes ao período de Janeiro a Outubro, que revelam um crescimento de 17,6% dos casos de malária. A província registou 2 948 751 casos em 2025, contra 2 507 660 no igual período do ano passado.

Segundo o responsável, este aumento preocupa o sector, sobretudo por ocorrer num momento em que diferentes actores comunitários e institucionais reforçam acções de sensibilização para a prevenção da doença.

Apesar do crescimento da incidência, há um dado encorajador: os óbitos por malária reduziram em 20%, passando de 109 para 87 mortes. A maioria dos óbitos foi registada no Distrito de Nampula, com destaque para o Hospital Central, que recebe os casos mais graves encaminhados de várias unidades sanitárias.

Entretanto, o número de situações de malária severa também aumentou, ultrapassando 21 mil casos. Para as autoridades, este cenário indica atrasos na procura de cuidados de saúde, desconhecimento dos sinais de alarme ou dificuldades de acesso, especialmente em distritos com longas distâncias entre as comunidades e as unidades sanitárias.

Samuel Carlos destacou que muitos doentes chegam tardiamente às unidades de referência, quando já se esgota a margem de intervenção. Por isso, o sector investe na capacitação contínua dos profissionais para melhorar o manejo clínico e reduzir a mortalidade intra-hospitalar.

Para enfrentar o pico sazonal de transmissão, o SPS, segundo a informação publicada nas redes sociais do Hospital Central de Nampula,  já está a intensificar várias intervenções de prevenção, incluindo: distribuição massiva de redes mosquiteiras tratadas com insecticida. 

A entrega está a decorrer em blocos devido a atrasos logísticos, envolvendo inicialmente 12 distritos, e já prossegue desde segunda-feira. 

Outras abordagens de combate ao vector, incluindo acções previstas no quadro da Quimioprevenção da Malária Sazonal (QCM), direccionadas especialmente às zonas com maior incidência.

O distrito de Nampula ficou de fora da fase actual da CCU, mas, segundo o SPS, “irá beneficiar de outras estratégias de prevenção”.

O sector de Saúde em Nampula diz também estar preocupado com a intensificação das chuvas, visto que o risco de doenças de origem hídrica, como diarreias, cólera e infecções gastrointestinais aumenta substancialmente.

As autoridades apelam à população para reforçar práticas de higiene, consumo de água tratada e vigilância comunitária para evitar surtos.

Em termos de cólera, dois distritos têm surto activo: Moma (46 casos cumulativos) e Memba (261 casos cumulativos com 2 óbitos extra-hospitalares).

O Serviço Provincial de Saúde conclui reafirmando o seu compromisso de trabalhar com as comunidades, parceiros e meios de comunicação social para garantir a disseminação de mensagens correctas e promover comportamentos que salvam vidas.

 

O secretário-geral das Nações Unidas alertou os líderes mundiais de que o terrorismo no Sahel “não é apenas uma realidade dramática regional”, mas “uma ameaça global crescente”. Num discurso ao Conselho de Segurança da ONU, António Guterres instou as nações de toda a região a trabalhar em conjunto e a permitir uma acção coordenada contra o terrorismo.

“Corremos o risco de um efeito dominó desastroso em toda a região. Muitos países estão em crise”, disse Guterres. O responsável da ONU mencionou ainda a recente crise de segurança no Mali, onde o grupo Jama’at Nusrat al-Islam wal-Muslimin (JNIM) tem vindo a interromper o fornecimento de combustível.

A recente decisão do Burkina Faso, Mali e Níger de abandonarem a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) criou novos desafios à cooperação regional. “Infelizmente, a situação na nossa região é caracterizada pela desconfiança e pelo elevado nível de suspeição entre as partes interessadas”, afirmou o presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Alieu Touray.

“Infelizmente, a situação na nossa região é caracterizada pela desconfiança e pelo elevado nível de suspeição entre as partes interessadas”, afirmou o presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Alieu Touray. Apelou aos membros do Conselho de Segurança para que ajudassem a região a “construir confiança. Nenhuma quantidade de dinheiro, nenhum equipamento nos ajudará a vencer o terrorismo se não colaborarmos e criarmos sinergia”, acrescentou.

O distrito de Cahora Bassa em Tete terá, nos próximos seis meses, um Hospital Distrital, cuja primeira pedra para a sua construção foi lançada esta quarta-feira. A unidade sanitária a ser construída na Vila de Chitima é da iniciativa da Hidroelétrica de Cahora Bassa (HCB). 

As populações dos distritos de Marara, Magoe, Marávia e Changara, em Tete, vivem há vários anos uma realidade marcada pela distância no acesso a serviços de saúde de referência, isso porque os Centros de Saúde encontram-se distantes de unidades sanitárias de referência. Para realizar exames básicos como Raio-X, muitos pacientes ainda recorrem ao Hospital Rural de Songo.

A primeira pedra lançada para a construção do Hospital Distrital de Cahora Bassa, feita no âmbito da celebração dos 50 anos da HCB,  representa para a população local o fim de um martírio que obrigava pacientes em estado grave, especialmente do Centro de Saúde de Chitima, a percorrer cerca de 25 quilómetros até Songo, em busca de cuidados médicos adequados.

Segundo o Presidente do Conselho de Administração da HCB, Tomas Matola, o novo hospital contará com capacidade para cerca de 65 camas e oferecerá serviços essenciais, incluindo consultas externas, bloco operatório, maternidade, enfermarias, morgue, lavanderia e uma casa mãe-espera. 

“Representa um investimento da HCB de 446 milhões de meticais. Este valor corresponde a um investimento de chave na mão, ou seja, para além de investimentos na infraestrutura, o hospital terá equipamento hospitalar, equipamento informático e tudo mobiliário,  o que significa que no dia da inauguração, o hospital estará em condições de começar a operar”, sublinhou o PCA da HCB. 

A localização foi escolhida de forma estratégica para responder às necessidades de quatro distritos circunvizinhos, reforçando o Sistema Nacional de Saúde.

A cerimónia foi dirigida pelo Ministro da Saúde, Ussen Isse, que, na ocasião, referiu ser este um avanço nas melhorias de saúde para a população. 

Conforme disse o ministro, a iniciativa chega também como resposta às situações de urgência que antes não podiam ser resolvidas localmente, para o caso de doenças que não permitem transferência e devem ser resolvidas imediatamente. 

“Estamos aqui hoje a construir um hospital para dar esta resposta e salvar as nossas mulheres, as nossas crianças e demais pacientes aqui em Chitima e não só”, destacou Ussen Isse . 

Além da melhoria no acesso à saúde, a população local vê no novo hospital uma oportunidade para combater o desemprego, com a criação de postos de trabalho directos e indirectos durante a construção. 

As obras terão duração de seis meses e exigiu-se do empreiteiro rigor e qualidade e cumprimento dos prazos. 

Com esta nova unidade sanitária, a província de Tete passará a contar com 166 unidades de saúde, ampliando a rede de atendimento e aproximando os serviços das comunidades que mais precisam.

Pelo menos 78 pessoas morreram na sequência de 73 acidentes de viação na província de Gaza. O Comandante provincial da PRM admite que a corrupção continua a “assombrar” a luta contra a onda, cada vez mais crescente, de sangue e tragédias nas estradas. 

As estradas da província de Gaza continuam sendo palco de tragédia e sangue.  De Janeiro a esta parte, 73 acidentes de viação causaram a morte de 78 pessoas e  perdas irreparáveis no seio de várias famílias.

“Nos primeiros nove meses, a nossa província registou a ocorrência de 73 acidentes de  viação contra 52 de igual período, subida em 21 casos, correspondentes a 40%. Estes acidentes provocaram a morte de 78 pessoas, contra 66, uma subida de 18,1%. Os feridos graves também subiram com 60 contra 52 casos, e os ligeiros em 19 casos, sendo 112  contra 93, correspondente a 20,4%. Os acidentes também causaram a danificação total ou parcial de 85 viaturas”,  revelou o comandante da Polícia da República de Moçambique em Gaza.

Uma realidade que confirma a dimensão de um problema persistente e devastador, que coloca Gaza entre as províncias com mais casos mortais por acidentes nas estradas do país. Momad Momad aponta a corrupção entre os males que contribuem para o  agravamento  da situação.

“Casos diários que acontecem, que são detidos indivíduos por causa da tentativa de corrupção ou da corrupção aos agentes de trânsito, para se inibir, porque não têm carta de  condução. Indivíduos conduzem sob efeito de álcool e mais. Corromper para depois imprimir velocidade e tirar vidas, o que é que isto interessa”, questionou 

O comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Gaza  quer a responsabilização dos agentes, bem como de condutores que insistem em comportamentos desviantes, que resultam em acidentes mortais.

“Esses agentes são responsabilizados criminalmente e disciplinarmente. Agora, em relação a este cenário de corrupção, entram também aqui dois agentes, são dois  agentes, o activo e o passivo.  Então, temos que também responsabilizar este automobilista que faz parte deste seio.”, frisou.

Os vários sectores da segurança rodoviária ao nível provincial foram chamados a conhecer e atacar as causas da sinistralidade para evitar alarmes e fatalidades nos próximos dias.

“Com destaque para os atropelamentos e acidentes de aviação de grande impacto, que constituem o maior problema para a presença rodoviária no país, deve-se refletir profundamente sobre as causas de acidente e produzir melhores estratégias para reduzir seus impactos na sociedade”, concluiu Momad Momad, que  falava durante o arranque da semana de Jornadas de trânsito na província de Gaza

Moçambique quer aproveitar a experiência da Turquia para iniciar a construção de uma indústria de defesa própria. O Ministro da Defesa diz ser urgente reverter a situação actual, numa altura em que o país não tem capacidade para produzir o seu próprio armamento para combater o inimigo.

É a primeira vez que Moçambique se senta à mesa para debater questões ligadas à indústria de defesa, e encontra na Turquia um parceiro privilegiado, dada a experiência consolidada que este país possui na área.

“Este fórum é um instrumento de transferência de tecnologia, fundamental para o desenvolvimento de capacidades locais e para a criação de uma indústria de defesa nacional robusta e sustentável. Não tenhamos medo de começar. Todos os países e nações com uma indústria de defesa forte deram os seus primeiros passos. Alguns avançaram um passo e recuaram dois, mas a firmeza é o que nos pode levar onde queremos chegar”, afirmou Cristóvão Chume, Ministro da Defesa Nacional.

Num momento em que o país enfrenta a ameaça terrorista em Cabo Delgado, Cristóvão Chume defende que os ganhos deste fórum devem ir além do sector da defesa. Para o governante, “a edificação de uma indústria de defesa nacional não é apenas um objectivo económico ou militar, mas é uma questão de soberania nacional, sustentabilidade institucional e criação de reservas estratégicas para responder às exigências de um futuro cada vez mais incerto”.

A Turquia, com vasta experiência na produção de drones militares, reiterou a disponibilidade para cooperar com Moçambique no combate ao terrorismo e no desenvolvimento da indústria de defesa.

“Iniciámos este fórum como um primeiro passo para cooperar, partilhar as nossas experiências e tecnologias e procurar uma cooperação sustentável assente na tecnologia aplicada à indústria de defesa. Acreditamos que isto contribuirá também para alargar a cooperação entre os dois países”, explicou Haluk Görgün, Secretário da Indústria de Defesa da Turquia.

A CTA, que representa o sector privado chamado a investir na área, afirma estar disponível para acompanhar e dinamizar o processo. Segundo o presidente, Álvaro Massingue, a CTA está “totalmente comprometida em apoiar esta agenda, articular empresas, investidores e instituições de ensino para criar um ecossistema robusto, capaz de gerar empregos qualificados, fortalecer a capacidade de resposta às necessidades de defesa e promover soluções inovadoras”.

Os poucos empresários que já operam no sector de produção e comercialização de material de defesa vêem neste fórum uma oportunidade de expansão. Jorge Mandlate, empresário do ramo, mostra-se optimista quanto aos resultados.

“É a defesa que puxa pelo desenvolvimento em qualquer país avançado. Por isso, acreditamos que esta é uma grande oportunidade para Moçambique. Precisamos nos desenvolver bem. Estamos numa posição privilegiada, com os nossos portos, que nos ligam à Ásia, à Europa e a outros mercados através do oceano. Isto é uma grande oportunidade para nós”, defendeu.

O evento, que decorre na cidade de Maputo, tem a duração de dois dias.

O Presidente da República,  Daniel Chapo, diz que o diploma não é garantia de emprego e apela às universidades que formem cidadãos críticos e criativos, capazes de responder às necessidades do país.  O Chefe de Estado falava hoje, na cerimónia de graduação, na Universidade Eduardo Mondlane. 

São 905 estudantes graduados, nos graus de licenciatura,  mestrado e doutoramento, pela Universidade Eduardo Mondlane que foram convidados, esta quarta-feira, pelo Presidente da República, Daniel Chapo,  a serem protagonistas na conquista da independência económica do país.  

O Chefe do Estado destacou que a formação superior deve produzir “criadores de emprego e não apenas candidatos a emprego”, apontando este como um dos três grandes desafios estratégicos para o futuro da instituição e para a construção da Independência Económica do país.

Durante a segunda cerimónia de graduação do ano académico de 2025, que decorre esta quarta-feira e quinta-feira, na cidade de Maputo, o Presidente Chapo saudou o evento como “uma celebração nacional e um ponto de encontro da nossa moçambicanidade”, sublinhando que este é o momento em que “o esforço das famílias se transforma em conquista” e o “investimento da nação em esperança renovada”.

O Chefe de Estado lembrou que a conquista dos diplomas não é sinônimo de garantia de emprego e que é altura de usar o conhecimento de forma criativa, para a geração de riqueza. 

Além do desafio de formar criadores de emprego, o Presidente Chapo apelou à UEM para “aprender a viver e conviver com a inteligência artificial, sem perder a inteligência humana”, defendendo que a academia deve ensinar os jovens a usar estas ferramentas “para pensar melhor e com ética”. Acrescentou ainda o convite à participação activa da universidade no Diálogo Nacional Inclusivo,submetendo análises e contribuições que reforcem a governação e a unidade nacional.

O Presidente da República terminou reafirmando a confiança do Estado na missão histórica da UEM, sublinhando que o ensino superior deve ser “um dos motores da Independência Económica”, destacando que “o principal recurso que este país tem é o capital humano”. 

Entre os graduados, mais de 800 são licenciados, 64 são mestres e 4 doutores.

O encontro, realizado em Maputo, coincide com dois marcos simbólicos: os 50 anos da independência Nacional e os 30 da existência da Universidade católica de Moçambique. Uma conjugação que, segundo o Presidente da República, reforça o reconhecimento pelo contributo sólido e persistente da instituição na edificação de um país mais justo, mais qualificado e mais comprometido com a dignidade humana.

O Presidente reiterou que o Governo definiu a educação como uma prioridade estratégica, destacando que o desenvolvimento económico, a inclusão social e a estabilidade democrática dependem de um sistema educativo robusto e orientado para a inovação.

Contudo, sublinhou que esses progressos só se consolidam quando existe uma articulação efectiva com o ensino superior, a investigação científica e a extensão universitária.

O chefe de Estado enfatizou que as universidades desempenham um papel central na formulação e avaliação de políticas públicas, garantindo rigor, transparência e fundamentação científica. Defendeu igualmente uma investigação aplicada que responda aos desafios nacionais.

O 7.º Congresso Internacional da UCM decorre em Maputo com a presença de representantes de universidades nacionais e estrangeiras e irá abordar temas ligados à educação, inovação, sustentabilidade e desenvolvimento.

A Guiné-Bissau realiza no próximo dia 23, domingo, as primeiras eleições integralmente financiadas pelo país, sem apoio externo, desde os cadernos eleitorais à impressão dos boletins de voto, segundo tem vindo a anunciar o Governo guineense.

O orçamento para este acto eleitoral ronda os três mil milhões de francos CFA, equivalente a mais de 4,5 milhões de euros, segundo dados divulgados pela agência de notícicas da Guiné-Bissau, a ANG.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, já tinha garantido nos primeiros meses de 2025 este propósito, considerando que se trata de “uma questão de soberania” e que tinha sido criado um fundo da democracia para o efeito.

O chefe de Estado ressalvou, na época, que a comunidade internacional podia acompanhar o país, referindo-se a eventuais observadores do processo eleitoral que se realiza no domingo, com eleições presidenciais e legislativas em simultâneo.

As eleições legislativas de 2023 foram orçadas então em cerca de 12 milhões de euros, tendo o Governo anunciado que seriam financiadas em 70% pelo Estado guineense – quando anteriormente a quase totalidade do custo dos actos eleitorais era assegurada pela comunidade internacional.

Na época, o Governo já havia anunciado estar “a fazer esforços para assumir no futuro a totalidade do financiamento dos actos eleitorais, que são de soberania”.

Em Março de 2023, o Governo guineense assinou um acordo com as Nações Unidas, através do Programa das Nações Unidas de Apoio ao Desenvolvimento (PNUD), que previa um apoio de 5,3 milhões de euros no âmbito do Projecto de Apoio aos Ciclos Eleitorais, entre 2023 e 2025, centrado no reforço institucional, mas também na educação cívica e dos valores democráticos.

As eleições de 2023 foram acompanhadas por missões de observação da União Africana, que enviou uma delegação de 29 elementos chefiada pelo ex-Presidente moçambicano Joaquim Chissano, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da Rede dos Órgãos Jurisdicionais e de Administração Eleitoral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (ROJAE-CPLP), chefiada pela Comissão Nacional de Eleições de Portugal.

A União Europeia apoiou, com a parceria do PNUD, uma Célula de Monitorização Eleitoral constituída por diversas organizações da sociedade civil guineense.

O último relatório do projecto do Mecanismo da Diáspora Global da União Europeia concluiu que Angola continua sem uma política oficial de comprometimento com as comunidades angolanas no exterior, apesar de reconhecer o papel crucial da diáspora no desenvolvimento económico e projecção internacional do país.

De acordo com o Mecanismo da Diáspora Global da União Europeia (EUDiF, sigla em inglês que significa European Union Global Diáspora Facility), Angola tem cerca de 2% da população a residir no estrangeiro, da qual 32,9% vive nos países da União Europeia, sendo Portugal o segundo país a receber mais imigrantes angolanos.

Mas é na República Democrática do Congo que reside a maior comunidade angolana (179 065 angolanos), seguindo-se Portugal (158 958), África do Sul (69 659), Congo (42 506) e Namíbia (39 580).

Os números revelados no relatório do EUDiF reportam ao período entre 2018 e 2022 e analisam as medidas avançadas pelo Governo, com vista ao apoio da diáspora angolana.

“O Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) 2018-2022 e a Estratégia Angola 2050 destacam a importância da diáspora na construção de uma economia diversificada e próspera, com iniciativas como o desenvolvimento de um portal electrónico para facilitar a comunicação com os angolanos no exterior e a promoção de laços com comunidades estrangeiras que tenham vínculos históricos e culturais com Angola”, lê-se no documento.

São destacadas outras iniciativas como “a emissão de documentos de identidade para cidadãos angolanos no estrangeiro, a realização de fóruns nacionais da diáspora e a criação de um sistema digital de gestão consular (SIGGEC) para modernizar os serviços consulares”.

Apesar dos avanços, Angola enfrenta desafios significativos, como se pode ler no relatório, em que se aponta “a falta de políticas estruturadas, a desconfiança histórica devido aos conflitos passados e a baixa organização da diáspora”.

No entanto, prossegue o EUDiF, o país continua a trabalhar para fortalecer os laços com as suas comunidades internacionais, promovendo a integração e incentivando o retorno de profissionais qualificados para contribuir para o crescimento e para a reconstrução nacional.

Com estas medidas, prossegue o programa da União Europeia, Angola procura consolidar a sua relação com a diáspora e garantir que os angolanos no exterior desempenham um papel activo na construção de um futuro mais próspero e inclusivo. Seja no plano internacional, na economia, ou na reconstrução.

“No plano internacional, ajuda a promover a imagem de Angola no mundo, fortalecendo a presença do país em organismos internacionais e criando conexões globais. Na economia, és quem apesar das remessas representarem uma pequena parcela do PIB (0%), é reconhecido o potencial dos angolanos no exterior para investir e impulsionar o crescimento económico através de conhecimentos, competências e recursos financeiros”, refere-se.

Segundo a mesma fonte, a contribuição de profissionais qualificados “que podem contribuir para suprir lacunas em sectores como saúde, educação e engenharia, ajudando na reconstrução e modernização do país”.

O fortalecimento de Relações Culturais e Históricas é outra das áreas sinalizadas, referindo-se que “a diáspora promove a cultura angolana e mantém laços com comunidades estrangeiras que têm vínculos históricos e culturais com Angola”. E a Agenda 2063 da União Africana sublinha a importância das comunidades no exterior “como um elemento-chave para alcançar os objectivos de desenvolvimento sustentável definidos pela União Africana”.

Apesar dos desafios, conclui a EUDiF, “como a falta de políticas estruturadas e a desconfiança histórica”, Angola reconhece o papel estratégico da diáspora e tem trabalhado para integrá-la no processo de desenvolvimento nacional.

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