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Encerrou-se, este domingo, a nona edição da Feira Internacional de Turismo, FIKANI 2023. No evento, foram premiados os melhores expositores em várias categorias.

Foram quatro dias, mais de 200 expositores, entre nacionais e internacionais, e um único objectivo: promover Moçambique como um destino turístico a nível global. E o objectivo foi cumprido, segundo a ministra da Cultura e Turismo, uma vez que “neste espaço, pudemos apreciar, igualmente, o quão vasta é a indústria do turismo e viagens, olhando para os vários segmentos do turismo exibidos nesta feira, desde sol e praia, o turismo de aventura, de contemplação, cinegético, cultural, entre outros”.

E porque a variedade era grande, os expositores mais criativos e inovadores foram premiados em nove categorias e a província de Cabo Delgado levou o maior prémio desta edição do  Fikani.

Pela primeira vez, a Feira Internacional de Turismo, FIKANI, contou com a presença de um representante da Organização Mundial do Turismo, organismo no qual o país é membro do Conselho Executivo desde 2021. Para Eldevina Materula, a presença deste organismo tem um significado. “A presença entre nós demonstra a importância que esta organização dá ao país, pelo reconhecimento do papel que o turismo tem no desenvolvimento do país”, disse a ministra da Cultura e Turismo.

No final, Eldevina Materula destacou a necessidade de se dar seguimento ao FIKANI. No próximo ano há mais.

A edição “Sábados das Crianças”, desta 2 de Dezembro, vai contar com a cerimónia de lançamento do livro infanto-juvenil intitulado “A Sara e o segredo”, de Stella Manhiça Langa. O evento está marcado para 10h30, no Jardim do Centro Cultural Franco-Moçambicano, na Cidade de Maputo.

Segundo uma nota de imprensa, o livro “A Sara e o segredo” apresenta uma história fictícia que retrata a realidade de muitas crianças vítimas de abuso sexual dentro da família. “Vamos aprender sobre como é que os pais e encarregados de educação podem abordar estas questões às crianças, para que elas mesmas possam perceber o perigo e proteger o seu corpo”, lê-se na nota de imprensa.

O lançamento que vai contar com interpretação de língua de sinais, promete, segundo a organização, ser uma experiência imperdível, recheada de muita animação com Tio Didinho, brincadeiras, jogos divertidos, actividades lúdicas e uma roda de conversa sobre o semáforo.

O Marrocos Bay, responsável pela produção da terceira edição do concerto “Moz Legends Moments”, homenageia no próximo sábado, 2 de Dezembro, a conceituada cantora Mingas pelos seus feitos na música moçambicana.

A homenageada, citada em comunicado de imprensa da Moz Legends, expressou o seu agradecimento aos organizadores do evento pela escolha. É neste sentido que garantiu, junto da sua banda, corresponder à homenagem.

“Estou muito agradecida por ter sido escolhida para fazer parte desta edição, será uma oportunidade de eu conviver com os meus fãs e admiradores”, disse Mingas.

Neste sentido, avança que vai explorar todo o seu reportório musical focando-se nas músicas mais populares no seio dos moçambicanos extraídas dos álbuns Vuka Africa, Vhumela, e outros sucessos.

“Nós vamos tocar músicas antigas e novas. A ideia é partilhar com os fãs tudo o que fiz durante toda a minha carreira. De certeza, traremos as músicas que me tornaram popular e outras desconhecidas”, comentou.

Mingas ressaltou a necessidade de reconhecer o contributo dos artistas moçambicanos ainda vivos. Olhando para o contexto actual, louvou as iniciativas criadas nesse âmbito, caso do “Moz Legends Moments”, contudo reconheceu que há ainda muito a ser feito.
Os ingressos para o concerto estão disponíveis para compra online e nos pontos de venda locais.

Paulina Chiziane é uma das cem mulheres inspiradoras e influentes do mundo. A escritora moçambicana foi reconhecida pela BBC.

Estreou a sua carreira na literatura nos anos 90, com Balada de Amor ao Vento, tornando-se a primeira mulher moçambicana a lançar um romance.
De lá a esta parte, Chiziane imprime nas páginas dos seus livros convicções e constatações apreendidas ao longo do tempo.

Autora de Niketche, Sétimo Juramento, Ngoma Yethu e tantos outros livros, foi reconhecida em Moçambique e no estrangeiro, sendo o Prémio Camões o seu maior galardão literário.

A mais recente distinção da escritora vem do Reino Unido. Paulina Chiziane foi reconhecida, semana passada, como uma das cem mulheres inspiradoras e influentes do mundo pela BBC.

A escritora é reconhecida pelo seu intenso trabalho literário.

A par de Chiziane, na montra das cem mulheres mais influentes, está a ex-primeira-dama dos Estados Unidos da América, Michelle Obama, e a jogadora de futebol vencedora da Bola de Ouro, Aitana Bonmatí.

A vasta lista das mulheres influentes inclui activistas, professoras, empresárias e religiosas.

Às 18 horas desta quarta-feira, na Livraria Fundza, na cidade da Beira, Daniel da Costa vai lançar o seu mais recente livro de contos. Intitulado Kushoto-Kulia, será apresentado pelo jornalista Belmiro Adamugy.

Editado pela Fundza, Kushoto-Kulia é um livro constituído por 14 histórias, que denunciam a viagem do autor a um tempo que permite compreender as peripécias sociais de um país em constante mudança. Entre os contos do livro, constam “Contas de família”, “O brinquedo dos generais”, “A cama perfeita”, “A fúria do dragão”, “Os fuzileiros” e “O petisco”.

Na nota de abertura do livro, Daniel da Costa afirma: “Propus-me prestar um pequeno tributo a essa época marcadamente castrense, através da presente colectânea de histórias, indo buscar, simbolicamente, à língua swahili a expressão usada no título, as palavras da dedicatória e a numeração dos conteúdos do livro”.

Ao olhar para o passado do seu país, Daniel da Costa cria, em Kushoto-Kulia, equilíbrios harmónicos entre a ficção e a crónica. No primeiro caso, pesa o efeito estético e imprevisível das histórias. No segundo, a verosimilhança e o diálogo com a realidade que considera castrense.

Daniel da Costa nasceu em Tete, em 1964, e ingressou no jornalismo em 1987. Trabalhou na então Televisão Experimental de Moçambique como repórter, e na Rádio Moçambique como produtor de programas. Exerceu a crítica de teatro e literatura. Tem colaboração dispersa pelos principais semanários de Moçambique. Foi coordenador da Gazeta de Artes e Letras, suplemento literário da prestigiada revista Tempo. Foi membro de vários júris, incluindo o dos Prémios Gazeta, da revista Tempo, e o Prémio Nacional de Literatura, instituído pela Associação dos Escritores Moçambicanos. É autor dos seguintes títulos de ficção narrativa, editados pela Ndjira: Xingondo (2003), A ciência de Deus e o sexo das borboletas (2007) e A flauta do Oriente (2008).

A artista moçambicana, Fauziya Fliege, expõe “Em homenagem a minha avó”, mostra de artes plásticas patente na Galeria Nacional, na cidade de São José, na Costa Rica. Trata-se de uma exposição que se encerra este domingo, depois de um mês aberta ao público, entre terça-feira e domingo.

Com a mostra, Fauziya Fliege partilha a história de uma mulher excepcional, cuja história é comovente e merece ser conhecida por muitos. É uma narrativa de bravura e auto-aperfeiçoamento que começa com a sua infância numa aldeia como filha do chefe local.

Aos 13 anos, a sua vida mudou drasticamente, foi dada de presente a um colonizador branco português num casamento que lhe roubou a juventude e a inocência. Apesar de viver num palácio, o seu espírito sempre ansiava pela liberdade e alegria que lhe foram negadas na juventude.

Ao longo da vida, a avó de Fliege enfrentou inúmeros sacrifícios e dificuldades, mas permaneceu determinada. Tornando-se mãe aos 15 anos, os seus dias foram marcados pela saudade da vida que nunca pôde desfrutar, pelas aventuras e experiências que lhe foram negadas. “Esta mostra é uma vitrine que reflecte a força e o legado da minha avó, uma mulher excepcional”, partilha a artista, acrescentando que, através de suas histórias, “minha avó transmitiu valiosas lições de vida e nos ensinou a nunca desistir, não importa os desafios que enfrentamos. Sua história de resiliência e superação das adversidades é um testemunho inspirador da capacidade humana de enfrentar obstáculos e encontrar o sucesso.”

Nesta exposição, conta a artista, “tentei captar essas histórias em imagens, particularmente as de mulheres – as mulheres que dançam com graça e liberdade, as rainhas que governam com sabedoria e força, e as mães que dão vida e amor incondicional.”

Cada obra, entre as 13 presentes, representa uma imagem dos contos da sua avó, uma janela para o seu mundo, o poder e a beleza das mulheres.
A mostra encerra-se no domingo, mas abre uma série de projectos para 2024. Por exemplo, a artista prepara-se para uma exposição colectiva no Museu Diocesano de Milão e Capitólio de Terni, na Itália, para além de duas exposições individuais em outros museus da Costa Rica. Um deles é o Museu Municipal de Cartago, património que constitui parte da memória histórica da Costa Rica.

FAUZIYA FLIEGE: ARTISTA COLOCA MULHER NO CENTRO DAS SUAS CRIAÇÕES

Fauziya Fliege (38 anos) é artista e activista moçambicana. Natural de Chimoio, Manica, está radicada na Costa Rica desde 2019. É uma mulher do mundo, com passagens por Malawi, Angola, Alemanha e Tanzânia, graças aos trabalhos de diplomacia do seu marido. Nestes lugares, Fliege conheceu vários artistas e frequentou várias exposições, onde tenciona levar à sua arte brevemente.

É fluente em português, inglês, alemão e espanhol. Para além de artista, é membro da Associação Diplomática de Ajuda à Costa Rica e, nos tempos livres, é praticante de boxe.

Dedica-se às artes plásticas desde 2021, mas desde criança, inspirada pelo pai, treina a pintura e o desenho.

Em 2022, doou duas telas à Associação Diplomática de Ajuda à Costa Rica, durante um evento beneficente em que conseguiu vendê-las e tem uma pintura intitulada “A paz”, que está fixada junto à bandeira da Colômbia, na residência do embaixador, na Costa Rica.

Fliege já participou de várias exposições colectivas em vários lugares da Costa Rica. Tal como nesta exposição, tem maior paixão por pintar mulheres, sobretudo as corajosas, fortes, lindas, trabalhadoras e sensuais, mas também mulheres tristes e sofridas. Ainda que invista em arte figurativa, a artista também se aventura pelo abstracto através da técnica acrílica, a óleo e mista.

O poeta e escritor Nelson Lineu vai lançar, quarta-feira, pelas 17h30, na Galeria do Porto de Maputo, o seu novo livro “Sopro”. Com a chancela da TPC, a obra literária será apresentada pelo Professor e Ensaísta Aurélio Ginja.

O livro de contos de Nelson Lineu aborda a corrupção, o custo de vida, o trabalho infantil, a ausência de um sonho moçambicano, a dicotomia individualismo e colectivismo, e a supremacia de um grupo sobre os outros como consequências do mal-estar no país, não como as suas causas.

Nos enredos das histórias, a ficção busca suporte da realidade para convencer o leitor e os factos apelam verosimilhança à ficção numa cumplicidade que se torna o valor estético da obra, como atesta o professor de Literatura e crítico literário Albino Macuácua: “A ‘condição prosaica’ das personagens presentes nos textos enforma-se a partir de episódios e situações comuns do nosso dia-a-dia, que se misturam com o universo místico, mas com a particularidade de terem fins surpreendentes e inimagináveis”, lê-se na nota de imprensa.

O livro “Sopro” é o quarto de Nelson Lineu, depois de ter publicado “O Passo certo no Caminho Errado” (Literatas, crónicas, 2020), “Asas da Água (TPC, poesia, 2019) e “Cada um em mim, poesia, 2014”.

 

Na semana passada, entre os dias 22 e 24, 10 jovens, na Província de Cabo Delgado, provenientes da Cidade de Pemba, e dos centros de reassentamento de deslocados de Saul, Tratara e Ngalane, no Distrito de Metuge, tiveram a oportunidade de participar numa capacitação em empreendedorismo e geração de renda, no Centro Yopipila.

A capacitação teve como principal objectivo oferecer conhecimentos e ferramentas que aos beneficiários, de modo que possam desenvolver os seus próprios negócios.

Segundo uma nota de imprensa sobre o evento, a capacitação faz parte da actividade de mentoria em negócios, no quadro do Música Para Todos “Eco´band “, que é uma iniciativa inovadora e pioneira que conecta abordagens ecológicas e criativas na construção de instrumentos musicais sustentáveis.

No final da capacitação, os participantes beneficiaram-se de kits completos para pedreiros, carpinteiros, serralheiros, costureira e electricistas, para iniciarem os seus negócios e garantirem o auto sustento de acordo com a natureza de trabalho de cada um.
A capacitação foi ministrado por facilitadores da Fundação Azul, no quadro das sinergias com as Fundações MUSIARTE e Hakuna Matata.
Alguns dos participantes são residentes nos centros de deslocados e, devido aos ataques vividos nas suas zonas, perderam as suas ferramentas de trabalho. A capacitação serve também de esperança para as suas vidas.

Assia Serafim, uma das beneficiárias do treinamento, é residente no Centro de Deslocados Internos de Saul. Devido aos ataques protagonizados na sua zona de origem, viu-se obrigada a abandonar a sua casa e o seu negócio, neste caso, a sua máquina de costurar. Com a capacitação, teve a oportunidade de se beneficiar de uma máquina de coser e reiniciar o seu negócio. “Estou muito feliz por voltar a ter uma máquina. Com esta minha máquina, vou poder voltar a cozer os vestidos para poder vender”.

O projecto Música Para Todos está inserido no Procultura e é financiado pela União Europeia e co-financiado e gerido pelo Camões IP e as embaixadas da Irlanda e Suíça.

Ao todo, o novo exercício literário de Mia Couto tem 142 páginas. Com o título “Compêndio para desenterrar nuvens”, a obra literária é uma viagem pelo universo do conto, onde o autor escreve, principalmente, sobre as relações humanas e sociais.

Editado pela Fundação Fernando Leite Couto, o livro “Compêndio para desenterrar nuvens” será lançado em cerimónia esta terça-feira, a partir das 18 horas, no recém-inaugurado Centro Cultural Moçambique-China, localizado no Campus Principal da Universidade Eduardo Mondlane, na Cidade de Maputo.

Segundo a nota da editora, antes dos textos de Mia Couto serem contos, foram crónicas publicadas na imprensa, o que se pode constatar na nota do editor do próprio livro; “Os contos recolhidos nesta colectânea foram publicados mensalmente na revista Visão [Portugal]. O autor aproveitou esta oportunidadade para introduzir pequenas alterações”, que, ao longo das histórias, transportam o leitor a uma dimensão sustentada por diferentes crises e peripécias.

Neste livro, Mia Couto revive o ambiente social do seu país, coloca as personagens a personificarem sentimentos e emoções carregadas de acontecimentos quotidianos.

Na mesma nota de imprensa, a Fundação Fernando Leite Couto avança que “Estas estórias flutuam entre o real e o imaginário, territórios quase invisíveis se pensarmos no universo moçambicano, habitado por muitas histórias. Mia Couto traz personagens e cenários improváveis, com a poeticidade que lhe é característica, com uma narração que dá tempo ao leitor para levantar o seu próprio voo para um mundo em que todas as coisas tem vida própria”.

“Compêndio para desenterrar nuvens” é constituido por 22 contos, entre os quais “O culto dos pesarosos”, “O nome do pai”, “O eterno retorno”, “Viver de graça, morrer de raça”, “Lição de caligrafia” e “Desenterrar nuvens”.

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