A China vai impor sanções contra funcionários, legisladores e dirigentes de organizações não-governamentais dos Estados Unidos que tiveram um “mau desempenho” nas questões de Hong Kong, anunciou nesta segunda-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês.
Em Março, os Estados Unidos sancionaram seis funcionários da China continental e de Hong Kong, que, alegadamente, estavam envolvidos em “repressão além-fronteiras” e em actos que ameaçavam corroer ainda mais a autonomia da cidade. Entre esses funcionários contavam-se o secretário da Justiça, Paul Lam, o director do gabinete de segurança, Dong Jingwei, e o antigo comissário da polícia, Raymond Siu, segundo escreve o Notícias ao Minuto.
Como retaliação, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Guo Jiakun, afirmou, nesta segunda-feira, em Pequim, que a China condenou veementemente os actos, qualificando-os como “desprezíveis”. Os Estados Unidos interferiram seriamente nos assuntos de Hong Kong e violaram os princípios do direito internacional, afirmou.
“A China decidiu impor sanções aos congressistas, funcionários e líderes de ONG dos EUA que tiveram um mau desempenho em questões relacionadas com Hong Kong”, disse Guo, acrescentando que a resposta foi dada de acordo com a lei anti-sanções estrangeiras, sem fornecer mais pormenores sobre quem está a ser visado.
Guo também emitiu um aviso sobre Hong Kong, dizendo que os assuntos da cidade semiautónoma da China não podem ser sujeitos à interferência dos EUA. Quaisquer acções consideradas erradas pelo Governo chinês relativamente a questões relacionadas com Hong Kong serão objecto de medidas firmes e de retaliação recíproca, afirmou.
As sanções impostas pelos EUA a funcionários em Março não foram as primeiras relacionadas com a antiga colónia britânica, que regressou ao domínio chinês em 1997. Durante o primeiro mandato presidencial de Donald Trump, o seu governo impôs sanções a Hong Kong e a funcionários chineses por minarem a autonomia de Hong Kong.
Em 2021, a administração do antigo Presidente Joe Biden impôs mais sanções a funcionários por causa da repressão de Pequim contra as liberdades políticas na cidade semiautónoma.
Desde que a China impôs uma lei de segurança nacional em 2020 para reprimir os protestos massivos contra o governo de 2019, as autoridades de Hong Kong processaram muitos dos principais activistas da cidade. Órgãos de comunicação social conhecidos por reportagens críticas sobre o governo encerraram na sequência de detenções dos seus quadros superiores. Dezenas de grupos da sociedade civil foram dissolvidos.
Nos últimos dois anos, as autoridades de Hong Kong emitiram mandados de captura para 19 activistas sediados no estrangeiro, com recompensas de 1 milhão de dólares de Hong Kong (cerca de 111 mil dólares) por informações que levassem à detenção de cada um deles. Alguns deles residiam nos Estados Unidos.
A repressão, que dura há vários anos, tem suscitado críticas de governos estrangeiros, especialmente porque, aquando da transferência de soberania em 1997, foi prometido à cidade que as suas liberdades civis de estilo ocidental e a sua semiautonomia se manteriam intactas durante pelo menos 50 anos.
Os governos de Pequim e de Hong Kong insistem que a lei é necessária para a estabilidade da cidade.
Os bombardeamentos aéreos dos Estados Unidos na capital do Iémen, no domingo, provocaram pelo menos 12 mortos e 30 feridos, de acordo com os rebeldes Huthis.
“Doze pessoas foram mortas e outras 30 ficaram feridas, após ataques do inimigo norte-americano no mercado de Farwah e no bairro popular” com o mesmo nome, no centro da capital Sana, segundo o Ministério da Saúde Huthi, citado por Lusa.
Aviões de combate norte-americanos realizaram, no domingo, novos bombardeamentos em pelo menos três províncias do Iémen, incluindo a capital.
De acordo com a agência de notícias Efe, a televisão iemenita Al-Massirah, propriedade dos Huthis, noticiou que os bombardeamentos visaram vários alvos na montanha de Faj Attan, sem fornecer detalhes ou número de vítimas.
Residentes na capital disseram à Efe que naquela zona montanhosa existem grutas onde são armazenadas armas e munições.
Os habitantes relataram ainda que os bombardeamentos atingiram uma infraestrutura que tem sido alvo recorrente de ataques sauditas, desde o início da guerra do Iémen, em 2014, bem como o bairro residencial de Farwah.
Segundo a Al-Massirah, os ataques aéreos também atingiram a Ilha Kamaran, na costa frente aos portos de Al Salid e Ras Issa, no Mar Vermelho, área que foi atacada várias vezes desde o início da grande ofensiva militar dos Estados Unidos contra os Huthis, em 15 de Março.
No sábado à noite, pelo menos três pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas em ataques aéreos norte-americanos contra a capital iemenita.
Angola registou 500 mortos e 13 818 casos de cólera devido ao surto que o país enfrenta desde Janeiro deste ano, com 17 das 21 províncias afectadas, segundo dados do Ministério da Saúde.
O ponto de situação do surto de cólera, feito pelo Ministério da Saúde, dá conta de que nas últimas 24 horas foram registadas duas mortes e 220 novos casos, nas províncias de Benguela – a única que reportou óbitos e com o maior número de infeções (107) -, Cuanza Norte, Luanda, Malanje, Bengo, Icolo e Bengo, Cuanza Sul, Huíla, Zaire, Namibe e Cabinda, segundo escreve Lusa.
Nas últimas 24 horas, 269 pessoas receberam alta, mas continuam internadas 1 244 outras com cólera.
De acordo com uma nota do Ministério da Saúde, no sábado decorreu uma reunião técnica na província de Benguela, presidida pelo governador provincial, Manuel Nunes Júnior, e com a presença da titular da pasta da Saúde, Sílvia Lutucuta, e outros responsáveis governamentais do setor da energia e águas e do Ambiente, bem como representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O grupo de trabalho teve como objectivo avaliar as acções em curso, reforçar o compromisso interinstitucional e definir novas diretrizes estratégicas para uma resposta eficaz à situação de saúde pública provocada pelo surto de cólera.
A jornada de trabalho incluiu igualmente visitas técnicas a diversos pontos de abastecimento de água nos municípios, comunas e bairros da província, tendo Sílvia Lutucuta orientado o reforço do abastecimento de água potável, com prioridade para as zonas de maior risco.
Ampliar os pontos de hidratação oral e melhorar a assistência pré-hospitalar e hospitalar, mobilizar todos os atores sociais na promoção de ações comunitárias e de sensibilização para práticas de higiene são outros objetivos da governante.
A ministra orientou de igual modo o empoderamento das comunidades na gestão e conservação das infraestruturas instaladas e articulação com o Ministério do Ambiente para a construção de latrinas comunitárias, com recurso a materiais locais disponíveis.
A província de Benguela é, depois de Luanda, o epicentro da doença, e o Bengo é a região com o maior número de óbitos (70) e casos (2.104), desde o início do surto.
Os ensaios para o concerto MOSA International CORAL decorrem a bom ritmo, quando faltam poucas semanas. A fusão da cultura moçambicana e sul africana vai marcar o grande espetáculo da música coral.
No mesmo local, concentram-se coristas moçambicanos para afinar as vozes que vão animar o concerto internacional de música coral, rostos que vão subir ao palco da arena 3D, na Katembe, num evento que vai juntar a cultura moçambicana e sul africana.
Enquanto se aguarda pelo derradeiro momento, o grupo coral moçambicano vai mexendo em alguns aspectos importantes, a preparação dos coristas.
O exercício de aquecimento é fundamental e é o primeiro passo dado durante os ensaios.
É pelas mãos da maestrina Helena Rosa que a música e a dança juntam-se num único palco, para marcar o lançamento do concerto Mosa Internacional Coral.
“Estamos, neste momento, a fazer a finalização das obras e fazer a harmonização das vozes. A ideia é trazer para o público um concerto memorável. Temos, no concerto, duas partes, que é a parte do coral, que vai trazer música tradicional africana, vai trazer música religiosa, mas também música clássica que vai ser feita por solistas moçambicanos e solistas sul africanos. Estamos, neste momento, a trabalhar para que o concerto seja um grande evento”, disse Helena Rosa, maestrina.
A fusão dos géneros culturais irá marcar o evento e os coristas entregam-se ao desafio.
“O maior desafio, para além da língua, é o preparo vocal, porque as canções que nós cantamos aqui, nos desafiam, não só fisicamente, mas também intelectualmente. São muito desafiadoras, desde a língua, os seus tons, as intensidades das canções. Isto tudo constitui um desafio diário, e cada ensaio é um ensaio”, disse Áquia Simango, corista.
O tempo não é mero detalhe, é uma ferramenta indispensável. E, diga-se,muito necessária. São várias horas de preparação para garantir um bom espectáculo.
“É muita coisa por ser apreendida. São canções que, diria eu, não são do nosso quotidiano. Então, há canções que nós precisamos, efectivamente, estar em condições para apresentar correctamente. Por exemplo, eu falava da diversificação das músicas que vamos apresentar, são canções que, em algum momento, precisam de um ensaio e preparo, para podermos apresentar”, afirmou Zacarias Fernando, também corista.
Beldumar Paia é um dos personagens com o papel de solista que vai apresentar a música clássica.
Quanto mais próximo o concerto, mais aumenta a ansiedade dos participantes moçambicanos e sul africanos que prometem uma grande festa.
Cristãos celebram, este Domingo, a ressurreição de Jesus Cristo. Nesta Páscoa, líderes religiosos e crentes apelam ao perdão, à paz e à reconciliação.
Jesus Cristo ressuscitou e houve quem, depois de nascer de novo pelo baptismo, o recebeu em sua vida, pela primeira vez. Na igreja católica, muitos crentes receberam o corpo e sangue de Cristo através da Eucaristia. Este acto marcou a missa de celebração da Páscoa na Sé Catedral de Maputo.
“A ressurreição não é uma teoria, é uma missão. A vida já venceu a morte então somos chamados a testemunhar esse amor ”, disse Dom João Carlos Nunes, durante a sua pregação.
Aos cânticos de louvor e adoração, os crentes oravam e agradeciam pelo dom da vida. Em muitas igrejas, o que mais se ouvia eram mensagens de paz e reconciliação entre os moçambicanos.
“Este é o momento para cada um de nós possa perdoar, para que possamos ver Moçambique reconciliado porque Jesus morreu e ressuscitou no terceiro dia para que nós que estamos numa condição de separados de Deus estivemos reconciliados ”, disse Jorge Bata, pastor da Igreja Assembleia de Deus da Baixa.
Para os líderes religiosos, o diálogo deve prevalecer, sempre como o principal caminho para resolver os problemas. Porque a Páscoa é uma das celebrações mais importantes para os cristãos, algumas igrejas, na capital, registaram um número desusado de crentes imbuídos no espírito pascal.
Quatro pessoas da mesma família morreram vítimas de incêndio, provocado por uma bobina de mosquitos, no bairro Magoanine A, na cidade de Maputo. Entre as vítimas está uma menor de 4 anos.
Foi uma bobina igual a esta, usada para espantar mosquito durante as noites, que se suspeita que tenha iniciado um incêndio nesta residência, sita no bairro Magoanine A, na cidade de Maputo. O resultado do incidente foram quatro mortes.
Tudo aconteceu na noite da última sexta-feira, a sexta santa, quando oito pessoas da mesma família dormiam.
Porque a casa estava trancada, os vizinhos tiveram que partir parte da parede para retirar as vítimas. Apesar das tentativas para salvar a todos, uma menor não conseguiu sair a tempo e morreu carbonizada.
O incêndio interrompeu os sonhos de três menores, de 4, 14 e 17 anos, das quais duas eram irmãs e que estavam de visita na casa. A dona da casa, que por sinal era tia das menores, acabou por perder na luta pela vida.
As outras três vítimas, por sinal filhas do casal, junto do pai, sobreviveram, tendo as meninas saído do hospital, faltando o chefe da família, que tem a saúde estável. A família está inconsolável.
O município de Tete está a reabilitar os passeios, ao longo das principais ruas e avenidas da cidade, que se encontram muito degradados. A intervenção inicial abrange as vias que estão praticamente intransitáveis devido ao estado acentuado de degradação.
Um conjunto de passeios, de diversas artérias da cidade de Tete, começou, há dias, a ser reabilitado, no quadro de uma iniciativa municipal, que visa a melhoria das condições de circulação e de mobilidade pedonal.
Alguns utentes louvam a iniciativa do município, mas outros questionam as más condições das estradas, onde estão a decorrer as obras de reabilitação e manutenção dos passeios.
“Devia ser primeiro a estrada, porque nós os automobilistas passamos mal mesmo. Quando chove, aqui é um assunto, mas o serviço é deles e não temos como. Mas, a iniciativa é bem vinda”, disse um automobilista.
Os munícipes pedem igualmente melhorias das condições das vias de acesso nos bairros fora da zona cimento, cuja transitabilidade é deficitária devido ao excesso de crateras e buracos
“Seria bom também que esse trabalho fosse aos bairros, para agradecer ao povo que votou no presidente César de Carvalho. Não basta só fazer o trabalho dentro do cimento, tem que sair para fora”, recomendou um munícipe.
A edilidade, através do pelouro de infraestruturas e trânsito, reconhece o problema e explica que o plano irá abranger todas as ruas e avenidas da cidade, cuja transitabilidade está condicionada.
“Como podem ver, nesta avenida, estamos a requalificar. Para ter acesso a um estabelecimento comercial, temos que ter em conta que temos essas pessoas com deficiência, por isso vamos deixar também algumas rampas, para facilitar a mobilidade dessas pessoas com deficiência”, avançou o vereador de infraestruturas e trânsito da cidade de Tete.
A edilidade diz ainda que os trabalhos de requalificação dos passeios incluem o alargamento das faixas de rodagem e colocação de pavé em locais tidos como críticos.
“Além de melhorar os passeios, estamos também a alargar a estrada, que antes tinha 12 metros e agora passa a ter 13. Contudo, não estamos a impedir a mobilidade de munícipes ou de pessoas com deficiência. Significa que ainda temos passeios que dá para a sua circulação”, acrescentou o vereador.
O município de Tete não avança o orçamento para execução das obras , mas garante conclusão até meados deste ano.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou a Rússia, este domingo, de querer passar uma ilusão de cessar-fogo, após o seu homólogo russo ter decretado tréguas na guerra com a Ucrânia durante a Páscoa.
Zelensky diz que, em várias direcções, na linha da frente, já houve 59 casos de bombardeamentos russos e cinco ataques por unidades russas.
O presidente ucraniano denuncia, ainda, que a Rússia realizou dezenas de ataques com drones FPV.
Zelensky afirma, por outro lado, que os seus homens estão a responder como o inimigo merece e que a Ucrânia vai continuar a agir de forma simétrica.
A terminar, Zelensky refere que a Rússia deve cumprir as condições de cessar-fogo, sendo que a proposta da Ucrânia de estender a trégua por 30 dias continua em cima da mesa.
Um juiz aprovou, esta semana, o julgamento de dois agentes da polícia da era do apartheid por alegado envolvimento no assassinato de três activistas estudantis em 1982.
O processo é inédito. Até agora, nenhum indivíduo havia sido responsabilizado pelo crime de apartheid.
O caso gira em torno de três jovens combatentes pela liberdade mortos em uma explosão em 1982. As vítimas faziam parte de um movimento de resistência que se opunha ao regime do apartheid, que impunha o governo exclusivamente branco e a dominação sobre a maioria negra.
Também esta semana, a África do Sul reabriu uma investigação sobre a morte de Albert Luthuli, ex-presidente do Congresso Nacional Africano (CNA) e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, morto em 1967.
A autoridade acusadora busca anular as conclusões de inquéritos anteriores sobre Luthuli. As autoridades da época concluíram que a morte de Luthuli foi resultado de um acidente.
O desenvolvimento ocorre mais de 30 anos depois que a África do Sul se tornou uma democracia e depois que uma comissão da Verdade revelou inúmeras atrocidades.
No coração da província de Inhambane, a Vila de Homoíne celebrou o seu 61.º aniversário com diversas atividades culturais e desportivas. Contudo, as comemorações foram acompanhadas por um forte apelo da população por soluções concretas para os desafios que marcam o quotidiano da vila. Entre os principais problemas estão as estradas degradadas, a falta de organização do transporte de passageiros e as condições precárias para os comerciantes locais. Estes desafios têm impactado diretamente a qualidade de vida dos munícipes, que agora pedem mais ações por parte das autoridades.
João Matavele, um residente de Homoíne, descreve com tristeza o estado das estradas que cortam a vila. “As estradas estão completamente esburacadas e, em dias de chuva, tornam-se verdadeiros rios de lama. É quase impossível transitar”, afirmou, sublinhando como a situação afeta não apenas a mobilidade, mas também o acesso a serviços essenciais, como escolas e unidades de saúde. “Há vezes que temos que caminhar grandes distâncias porque os transportes não conseguem passar. Isso afeta principalmente os idosos e as crianças, que são os mais vulneráveis”, acrescentou.
Ele também destacou o problema da poeira em dias de sol, que afeta diretamente a saúde dos moradores. “A poeira é constante e causa problemas respiratórios, principalmente nas crianças e nos idosos. Já perdi as contas de quantas vezes meus filhos ficaram doentes por causa disso”, lamentou. Para Matavele, a reabilitação das estradas é uma necessidade urgente, e ele pede ainda a organização do transporte de passageiros, que atualmente é caótico. “Os chapas param em qualquer lugar, bloqueando as vias e dificultando o trânsito. Precisamos de paragens adequadas para melhorar a mobilidade e garantir a segurança de todos”, apelou, enfatizando que uma melhor organização beneficiaria não apenas os condutores, mas toda a comunidade.
Maria Júlio, uma vendedora que ocupa os passeios no centro da vila, partilhou as dificuldades enfrentadas diariamente pelos comerciantes informais. “Trabalhamos sob sol intenso e chuvas torrenciais, sem nenhum tipo de proteção. É desumano. Nós precisamos de um mercado digno, onde possamos vender os nossos produtos sem medo de perder as mercadorias ou adoecer”, lamentou. Ela destacou como as condições precárias não afetam apenas o trabalho, mas também a qualidade dos produtos vendidos. “Quando chove, muitas mercadorias ficam molhadas e estragam. Isso gera prejuízo para nós, que já ganhamos tão pouco”, explicou.
Para Maria, a criação de um mercado organizado não é apenas uma questão de conforto, mas de sobrevivência. “Muitas de nós dependemos deste trabalho para sustentar as nossas famílias. Se tivermos um espaço adequado, poderemos atender melhor os clientes, conservar os nossos produtos e, quem sabe, aumentar os rendimentos”, afirmou. Ela também apelou às autoridades locais para que priorizem a construção de infraestruturas básicas para os comerciantes. “Não estamos a pedir luxo, mas condições mínimas que nos permitam trabalhar com dignidade”, concluiu.
Jovial Setina, Presidente do Conselho Autárquico de Homoíne, reconheceu que a vila enfrenta grandes desafios. Segundo ela, a erosão tem sido um dos principais problemas, degradando as vias e dificultando a mobilidade dos munícipes. “Devido à erosão, temos as vias todas esburacadas. Além disso, enfrentamos falta de água e energia em várias zonas da vila, o que compromete a qualidade de vida dos nossos munícipes”, afirmou.
Apesar das dificuldades, Setina destacou alguns avanços realizados pelo conselho. “Conseguimos levar água para dois povoados e estamos a finalizar a construção de uma casa de espera para mães grávidas em Marengo. Também iniciámos a reabilitação de um troço de estrada que liga o Banco ao Hotel”, acrescentou. Esses pequenos avanços são vistos como passos importantes, mas ainda insuficientes para atender às necessidades da população.
No que diz respeito à arrecadação de receitas, a liderança local enfrenta desafios significativos. Segundo Setina, a vila arrecadou menos da metade do valor previsto no ano passado. “Tínhamos uma meta de 6 milhões de meticais, mas arrecadámos apenas cerca de 2,5 milhões. Isso afeta diretamente a nossa capacidade de realizar projetos importantes para os munícipes”, explicou. Apesar disso, a presidente destacou que novas estratégias estão a ser implementadas para melhorar a arrecadação. “Estamos a introduzir formas inovadoras de coleta de receitas, e acreditamos que isso trará resultados melhores nos próximos anos”, afirmou.
Embora os desafios sejam muitos, a liderança local está determinada a transformar Homoíne numa vila mais organizada e funcional. Setina apelou à população para que colabore com o conselho autárquico, sublinhando que o progresso depende de um esforço conjunto entre governo e cidadãos. “Estamos a trabalhar dia e noite para melhorar esta realidade. O nosso compromisso é garantir que Homoíne ofereça condições dignas para os seus habitantes”, garantiu.
Enquanto isso, os munícipes esperam que as promessas se traduzam em ações concretas. Estradas transitáveis, mercados organizados e serviços públicos de qualidade continuam a ser as principais demandas da população. Para os moradores, o futuro de Homoíne depende de lideranças comprometidas e de uma população ativa na busca por soluções que beneficiem a todos.
O 61.º aniversário da vila não é apenas um marco histórico, mas também uma oportunidade de reflexão sobre os rumos que Homoíne deve tomar. Entre as dificuldades e as esperanças, o desejo é claro: transformar simbolismo em progresso, garantindo que as comemorações do futuro sejam acompanhadas por um verdadeiro avanço no bem-estar da população.
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