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Legislação cria barreiras na migração à tecnologia de computação na nuvem

Foto: O país

Os bancos estão impedidos, por lei, de ter seus dados virtuais baseados fora, o que resulta na retração em relação à adesão à tecnologia de computação na nuvem. Ademais, a lei não clarifica que dados não devem estar no exterior, dizem painelistas da Moztech.

O avanço das tecnologias vem permitir facilidades no desenvolvimento de negócios. Tal é o caso da tecnologia Cloud Computer (ou, simplesmente, computação na nuvem), que permite a conservação e gestão de dados na internet. Entretanto, segundo Rufino Taula, membro de direcção da Dataserv, a legislação moçambicana inibe que o sector empresarial avance para esta tecnologia. Um dos painelistas do segundo dia desta nona edição da Moztech explica que o sector bancário, por exemplo, é impedido, por lei, de ter seus dados baseados fora do país, mesmo que os provedores da tecnologia sejam do exterior. Assim, este sector fica limitado, não só de aderir a esta tecnologia, como, também, de beneficiar das várias vantagens daí advindas.

“A base legal, para ambientes de produção, os dados do cliente não podem estar fora de Moçambique. Então, numa situação dessas, como é que vai ser o processo de migração para cloud?”, questiona Taula.

Contudo, para provedores locais, como é o caso da Dataserv, esta medida é uma vantagem, já que os usuários recorrem a tais locais para ter o serviço.

Esta tecnologia traz diversas vantagens, e o director da área de desenvolvimento de negócios da Real Life Technologies-Portugal, Jorge Epifânio, fez questão de destacar, de entre vários aspectos, o facto de haver possibilidade de abrir e gerir um negócio num país sem precisar de lá estar, nem de construir infra-estruturas. Disse, entretanto, que o continente africano está relativamente atrasado na implementação desta tecnologia, e referiu: “mas o crescimento é bem rápido!”.

Outro elemento de preocupação é a segurança, para o qual os painelistas são claros e directos em dizer que não existe segurança a 100%.

“Relativamente à questão de soberania, todos os Cloud privados já têm uma solução, que trazem a plataforma ao país, significando que usas a plataforma, mas os dados estão no país”, diz Jorge Epifânio.

Epifânio explica que é preciso garantir maior largura da banda, e afirma que também existem certificações, que são um meio de conhecer o nível de segurança dos dados conservados na nuvem. O painelista acrescentou, concordando com Miguel Ferreira, outro painelista, especialista em infra-estruturas e segurança de tecnologias de informação na Asseco PST-Portugal, que é necessário apostar-se na encriptação.

E porque o nosso país tem limitações de internet, o painelista recomenda que haja sempre uma conservação alternativa dos dados para evitar que a falta da internet não impeça o seu acesso.

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