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Arbitragem escandalosa no Baía de Pemba vs Ferroviário de Maputo!

Foto: TVM

Apesar de a Comissão Nacional de Árbitros de Futebol (CNAF) ter apostado na criação de um grupo de árbitros de elite para dirigir os jogos do Moçambola 2024, iniciativa que tem como propósito garantir qualidade, as primeiras jornadas da competição estiveram envoltas em polémicas. Contestação do trabalho de árbitros e, no caso mais extremo, os homens de apito saíram escoltados pela PRM  do campo do Costa do Sol, alegadamente por terem prejudicado a equipa da casa diante da Black Bulls.

Mal a bola começou a rolar no Moçambola 2024 e já há “casos” que merecem, por parte dos clubes, alguns reparos! O caso mais “gritante” deu-se domingo, no campo Municipal de Pemba, no duelo entre o Baía local e o Ferroviário de Maputo, inserido na jornada 3 do Campeonato Nacional de futebol.

Aos 15′, partindo de trás para frente, numa jogada de ataque do Ferroviário de Maputo, Neymar, em clara posição legal, bateu o guarda-redes Mocas do Baía de Pemba. O árbitro da partida, Paulo Afito, de Nampula, anulou a jogada por pretenso fora de jogo. Os jogadores do Ferroviário de Maputo, indignados, ainda contestaram a decisão mas sem sucesso. Mas este não foi o único erro da equipa de arbitragem reclamado pela equipa do Ferroviário de Maputo.

Outra situação que deixou os “locomotivas” da capital afastados tem a ver com o facto de, no minuto 72 da partida, terem  solicitado uma substituição que seria a quinta no jogo. Esta substituição, que se inseria no terceiro tempo do jogo, não foi aceite pelo árbitro e delegado supostamente porque o Ferroviário já havia esgotado as mesmas prerrogativas, ou seja, utilizado os chamados três turnos.

Só depois de uma chamada para Maputo, pretensamente para uma figura ligada à Comissão Nacional de Árbitros de Futebol, é que o delegado do jogo autorizou a substituição, mas já tinham sido jogados 82 minutos e a equipa técnica verde-e-branca prescindiu da mesma.

O Ferroviário alega que a equipa de arbitragem teria confundido o procedimento, ou seja, que o intervalo da partida (findo os 45 minutos) contava nos turnos das substituições, cometendo, desta forma, um erro de direito previsto no artigo 13 da Federação Moçambicana de Futebol.

Por outro lado, a equipa de arbitragem terá dado cinco minutos de compensação, tempo que não bastava tendo em conta, segundo os “locomotivas”, as substituições.
No duelo com o Costa do Sol, inserido na segunda jornada, o Ferroviário de Maputo queixa-se de algumas situações que terão prejudicado esta formação. Fala, por exemplo, do golo dos “canarinhos” que terá sido precedido de uma situação de entrada em pé riste.

O duelo entre o Costa do Sol e a Black Bulls, inserido na jornada inaugural do Moçambola, foi marcado por protestos por parte dos adeptos da equipa da casa, supostamente por ter sido prejudicada pelos árbitros que tiveram que ser escoltados por uma força policial.

 

CASOS DO ANO PASSADO
Em 2023, os casos de violência no Moçambola, associados à contestação do trabalho de árbitros, foi gritante.

Os adeptos pautaram por  insultos, arremesso de pedras, garrafas de água e outros objectos contundentes contra os homens do apito, violência gratuita que só não resultou em mortes por intervenção da Polícia.

A título de exemplo, a 28 de Maio, em Lichinga, a equipa de arbitragem composta por António Munguambe (árbitro), Fenias Neves (1° Assistente),  Sérgio lahimuaca (2° Assistente) e Amamo Fortunato (4° Árbitro) teve de sair escoltada pela Força de Intervenção Rápida (FIR), perante a fúria dos jogadores do Matchedje de Maputo que se sentiam injustiçados com a actuação do quarteto que teve influência no resultado final que foi um empate a uma bola diante do anfitrião Ferroviário de Lichinga.

Na jornada 7, em Quelimane, o segundo assistente Fernando Cumbane foi agredido supostamente por elementos ligados ao Ferroviário de Quelimane, em protesto contra a actuação do árbitro Filimão Correia, no jogo em que os “locomotivas” de Nampula venceram por uma bola a zero.

Já na cidade da Beira, instalou-se o caos no Chiveve quando elementos ligados à equipa da casa a insultaram a equipa de arbitragem formada por Fernando Francisco (árbitro), Venestácio Cossa (1°Assistente), Marcos Marrengula (2° Assistente) e Guilherme Malagueta (4° Árbitro), alegadamente por estarem a prejudicar a equipa da casa.

O Costa do Sol, esse, concedeu uma conferência de imprensa a contestar as arbitragens das duas primeiras jornadas da prova. Os “canarinhos” “atacaram” Filimão Correira.

“O Clube de Desportos da Costa do Sol solicita às entidades que superintendem o futebol nacional, nomeadamente a Federação Moçambicana de Futebol, a Liga Moçambicana de Futebol, bem como a CNAF e, ainda, o Governo, através da Secretaria de Estado de Desporto, para que considerem de grave actos que atentam para a verdade desportiva e sancionem quem os pratique, sob pena de as actuações tendenciosas da arbitragem e as reacções negativas dos seus agentes, Imprensa e dos adeptos, prejudicam gravemente a credibilização da Indústria do futebol, com impacto na cadeia de valores e economia nacional”, apelou, na altura,  Jeremias da Costa, o vice-presidente do Costa do Sol.

 

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