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Foram apreendidas 11 bombas de fabrico caseiro e 30 pneus, na noite de ontem, no bairro da Munhava, na cidade da Beira. Os fabricantes dizem que as bombas e os pneus seriam usados para manifestações de reivindicação dos resultados e, que, os mesmos não pertencem a qualquer partido.

As bombas feitas de garrafas, combustível e fiapos, fabricadas em casa, seriam usadas nesta sexta-feira (08), nas ruas da cidade da Beira por um grupo de jovens que residem no bairro da Munhava. Os jovens dizem que apenas queriam incendiar pneus.

“Era para colocar no pneu, deixar na estrada, para quando uma garrafa partir-se atirar uma outra para pegar fogo”, diz um dos indiciados.
Aliás, diz que nas marchas anteriores, as manifestações foram pacíficas e que esta nova ideia seria aplicada, também, “pacificamente”.

Estamos a manifestar por causa dos resultados e fizemos manifestações pacíficas, e há sempre alguém que dá uma ideia mas não posso revelar quem”. O jovem disse igualmente “não pertencemos a nenhum partido”.

Segundo a Polícia, contrariamente ao que os indiciados dizem, as bombas caseiras seriam usadas em actos criminosos. “As bombas caseiras não visam queimar pneus, estas visam a destruir bens. É com estas bombas, que estes indivíduos queimam viaturas, destroem antenas de telefonia móvel e tomam de assalto alguns estabelecimentos comerciais”, disse Roberto Selemane, porta-voz da PRM em Sofala.

Também, a Polícia disse que há pistas para o encalço dos outros 14 jovens envolvidos no fabrico das bombas caseiras.

Ainda sobre as manifestações o ambiente voltou a normalidade na cidade da Beira, com a movimentação de pessoas e bens em toda a urbe sem receio por parte dos munícipes, tal como diz Antónia, “tudo voltou à normalidade”. A mesma normalidade é referida pelo comerciante, Muhammad Waseem, “hoje abrimos lojas e está muito calmo”, acrescentou.

Na cidade de Chimoio, dois agentes da Polícia foram feridos, quando tentavam remover barricadas numa via pública. “A população arremessou pedras e acabou ferindo os agentes, mas tiveram pronto socorro. Durante este período tivemos dois detidos que tentavam queimar pneus na via pública”, disse Mouzinho Manasse, porta-voz da PRM em Manica.

E, na província de Nampula, a Polícia deteve 14 pessoas sob acusação de manifestações violentas, contudo, a situação está controlada e a vida voltou à normalidade.

“Queremos reiterar a população para que não aderiram às manifestações com intuito de saquear e vandalizar bens e actos criminais. pautem por marcha pacífica que a Polícia estará pronta para para manter a ordem e segurança pública”, diz Rosa Chaúque, porta-voz da PRM em Nampula.

Ainda em Nampula, no distrito de Angoche, houve um naufrágio na passada quarta-feira que vitimou 4 pessoas e nove foram resgatadas com vida.

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Com tantos incidentes de mortes nas manifestações, que pessoas restarão para serem governadas? A pergunta é de uma idosa da Província de Gaza, que se junta a tantas outras vozes que apelam ao diálogo para pôr fim à crise pós-eleitoral.

Do bairro 10, na Cidade de Xai-Xai, Província de Gaza, Helena Manhique faz ecoar a sua voz, apelando ao diálogo entre o Governo e Venâncio Mondlane.

“Apelamos ao entendimento entre Venâncio Mondlane e Nyusi, para dialogarem para libertar o país, porque está a haver muitos incidentes. As pessoas são mortas. Não sabemos quem será governado. Já não estamos bem. Apelamos ao entendimento. Que prevaleça o entendimento”, disse Helena Manhique, idosa de 68 anos de idade.

No bairro Francisco Manyanga, na Cidade de Tete, o senhor Álvaro Damião, de 92 anos de idade, não se conforma com o curso dos acontecimentos no seu país.

Aos 92 anos, e a gozar da sua reforma na Hidroeléctrica de Cahora Bassa, entende que a energia deve ser buscada no diálogo que, ao seu ver, a iniciativa deve ser do Governo, ainda que para tal, recorra aos mediadores.

A candidata presidencial democrata, Kamala Harris, num discurso proferido em Washington,  prometeu uma “transferência pacífica de poder”, mas assegurou também que nunca desistirá da “luta pelos ideais” no âmago dos Estados Unidos

A igualmente vice-presidente dos Estados Unidos da América reconheceu, nesta quarta-feira, a derrota para o republicano Donald Trump, nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, mas garantiu não desistir “da luta que alimentou” a campanha.

“A luta pela liberdade, por oportunidades, pela justiça e pela dignidade de todas as pessoas. Uma luta pelos ideais que estão no âmago da nossa nação. Nunca irei desistir da luta por um futuro onde os americanos podem perseguir os seus sonhos e ambições. Onde as mulheres tenham a liberdade de tomar decisões sobre os seus próprios corpos”, afirmou num discurso na Universidade de Howard, em Washington, segundo se lê no Expresso.

“Nunca desistiremos da luta para proteger as nossas escolas e as nossas ruas da violência das armas, nunca desistiremos da luta pela nossa democracia, pelo Estado de direito e pela ideia sagrada de que cada um de nós, independentemente de quem somos ou de onde começámos, tem direitos e liberdades fundamentais. Estes devem ser respeitados e defendidos”, realçou Harris, citada pelo Expresso.

Para Harris, tudo isto exige “trabalho árduo”, mas pelo país, “vale sempre a pena”, defendeu. “Por vezes, a luta demora mais tempo. Isso não significa que não venhamos a ganhar. A parte mais importante é nunca desistir. Nunca desistam”, reforçou, dirigindo-se especificamente aos mais jovens. “Não desesperem”, foi o apelo geral. “Não é altura para desalento. É altura para nos organizarmos, mobilizarmos e permanecermos empenhados em nome da liberdade, da justiça e do futuro que podemos construir juntos.”

O Expresso avança que a ainda vice-presidente sublinhou desde logo a necessidade de “aceitar os resultados” das eleições. “Falei com o Presidente eleito Trump e felicitei-o pela vitória. Também lhe disse que o iremos ajudar e à sua equipa nesta transição e que nos iremos envolver numa transferência pacífica de poder. Devemos lealdade à Constituição dos Estados Unidos”, apontou.

Logo no início, Kamala Harris referiu ter o coração “cheio de gratidão” pela confiança em si depositada, agradecendo ao Presidente Joe Biden pelo apoio e ao candidato à vice-presidência, Tim Walz, bem como à família, à equipa que a acompanhou e aos voluntários, de quem está “orgulhosa”. “O resultado desta eleição não era o que desejávamos, não era aquilo pelo qual lutámos. Mas ouçam-me bem quando digo: a luz da promessa da América vai sempre resplandecer”, cita o Expresso.

“No final, terminou no mesmo sentido: procurando transmitir uma mensagem de esperança, ao mencionar um ditado que diz que ‘só quando está suficientemente escuro é que se podem ver as estrelas’. ‘Sei que muitas pessoas sentem que estamos a entrar numa zona de escuridão, mas espero que não seja esse o caso. Se for, vamos preencher o céu com milhares de milhões de estrelas’”, declarou, segundo a fonte.

O antigo Procurador-geral da República pede que haja idoniedade por parte dos Juízes Conselheiros do Conselho Constitucional que vão tomar a decisão final sobre os resultados das eleições.

O país vive em tensão devido à contestação dos resultados eleitorais e, por tudo que está a acontecer, Sinai Nhatitima faz um pedido. “Vamos terminar o processo eleitoral, e que está quase no fim. Deixemos que o Conselho Constitucional comunique-nos qual foi o apuramento que fez e a avaliação que fez do processo”.

Mas porque bons dias faltam até a proclamação e validação dos resultados, o antigo Procurador-geral da República aponta aquele para si seria o caminho ideial para controlar a situação de paralisação da economia e vandalização de infraestruturas. “Existe alguém que é suposto ser ele quem está a orientar ou quem deu o rastilho. Então compete a essa pessoa dizer aos seus correligionários que devem esperar. Nós como sociedade, como Estado, devemos exigir para que isso seja feito”, diz o também Conselheiro Jubilado do Tribunal Administrativo.

Ao Conselho Constitucional, quem vai tomar a última decisão a mensagem de que não se devem esquecer do interesse nacional.

“Antes de quem os mandatou para lá, estão os interesses na Nação moçambicana, os interesses do país. E agora temos que olhar para o interesse profundo do país, que é a paz. Este membro do Conselho Constitucional deve assumir que está alí como pacificador e assumir independência na decisão que vai tomar, mesmo que isso lhe possa trazer algum problema na sua vida”.

Quando tudo isso for resolvido, Nhatitima defende que se deve pensar num novo modelo que Estado, que comesse com a retirada de representação partidária em órgãos como a Comissão Nacional de Eleições e o Conselho Constitucional.

 

O governo português reforçou o alerta à comunidade portuguesa em Moçambique, face à instabilidade social e política vivida no país. O Executivo luso recomendou a manutenção de cuidados de segurança redobrados.

Segundo avança o jornal Observador, o governo português actualizou, esta quarta-feira, pela segunda vez o aviso de 25 de Outubro aos cidadãos nacionais que se encontram em Moçambique para evitarem ajuntamentos e manterem cuidados de segurança redobrados, face à agitação social vivida no país.

“Face ao actual contexto de instabilidade social e à ocorrência de confrontos entre manifestantes e as autoridades policiais, recomenda-se a todos os cidadãos portugueses em Moçambique que sejam redobrados os cuidados de segurança, em particular no dia 07 de novembro”, lê-se na nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros, disponível no Portal das Comunidades Portuguesas.

O aviso desta quarta-feira, que teve uma primeira actualização em 30 de Outubro, está relacionado com os protestos nas ruas que paralisaram o país, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.
O candidato convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de Outubro, com protestos nacionais que têm degenerado em violência e intervenção da polícia, e uma manifestação concentrada em Maputo convocada para esta quinta-feira.

No alerta actualizado emitido esta quarta-feira, pode-se ler no Observador, o governo português considera que, atendendo à convocação de marchas e manifestações, “com particular incidência na cidade de Maputo e na sua periferia, reitera-se a recomendação para que sejam evitados ajuntamentos populares”, lê-se no Observador.

Pela segunda vez, em menos de uma semana, os partidos políticos da oposição marcharam, nesta quarta-feira, na cidade da Beira. Trata-se dos partidos MDM, PODEMOS, Renamo e RD.

José Domingos, que foi cabeça-de-lista do MDM, na Província de Sofala, nas eleições do passado dia 9 de Outubro, disse que com esta manifestação os partidos políticos pretendem voltar a mostrar que estão indignados com os órgãos eleitorais, pela forma como geriram o processo eleitoral.

Os manifestantes acrescentaram que estão a reivindicar os seus direitos e, depois, criticaram a Comissão Nacional de Eleições (CNE), por, alegadamente, estar a forjar actas e editais.
José Domingos pediu aos agentes da PRM a actuarem dentro da lei.

E na cidade da Chimoio não decorreu a manifestação do PODEMOS agendada para esta quarta-feira, devido a um desentendimento entre este partido e a polícia em relação a rota a seguir.
Tanto na Beira assim como no Chimoio os eventos terminaram sem nenhum incidente.

Médicos marcham na Beira para exigir fim da violência

Profissionais de saúde afectos a várias unidades, na cidade da Beira, paralisaram parte das suas actividades, esta quarta-feira, para marcharem exigindo o fim da violência pós-eleitoral no país, que, para eles está a sufocar os serviços de saúde e pôr em causa os direitos humanos.

Os manifestantes caminharam pelas artérias da urbe empunhando vários dísticos com dizeres como basta a violência, não matem o povo e somos pela paz.

Quatro partidos políticos juntaram-se, esta quarta-feira, na cidade da Beira, e marcharam para mostrarem a sua indignação em relação a como decorreu o processo eleitoral e distanciarem-se dos resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições, pedindo justiça eleitoral. E na Cidade de Chimoio, uma marcha do partido PODEMOS não teve lugar devido a desentendimentos entre a polícia e os manifestante por conta da rota.

Moradores de Ressano Garcia, na zona de Quilómetro Quatro, saquearam camiões e colocaram barricadas nas estradas para interromper o trânsito de viaturas. Os manifestantes exigem justiça eleitoral e exigem que as suas vidas sejam minimamente melhoradas.

Agentes da PRM tiveram de disparar gás lacrimogéneo, em Ressano Garcia, para interromper o saque de camiões. No mesmo local um camião que carregava peixe foi incendiado. É que residentes locais colocaram barricadas para roubar produtos em camiões e adentrar nas matas para fugir da polícia.

Os manifestantes dizem estar a reivindicar a verdade eleitoral e a melhoria das condições de vida. Dizem ainda que a luta não é por nenhum partido político, mas “pelos seus filhos”.

 

Um polícia à paisana foi morto, apedrejado, pela população, no bairro de Malhampsene, Cidade da Matola. Testemunhas dizem que os manifestantes chegaram a esse extremo porque o agente terá baleado mortalmente um jovem de cerca 20 anos de idade. A PRM, na província de Maputo, ainda está a investigar o sucedido.

Valdo Wilson foi morto a pedradas por volta das 16 horas de segunda-feira, em Malhampsene, Cidade da Matola.

Tudo começou quando a Polícia tentou travar uma manifestação que, segundo testumunhas, decorria de forma pacífica. Até aí, estava tudo sob controlo, mas um infurtúnio viria a mudar o rumo da história: a morte do jovem de cerca de 20 anos de idade, contam testemunhas, provocou ira dos manifestantes.

“Um membro do SERNIC, não estava uniformizado, disparou contra um jovem e ele caiu. Tinha um camião ao lado. Morreu ali mesmo! Então, toda a população que estava ali saiu atrás do agente. Ele disparou para o ar para dispersar os manifestantes”, contou uma testemunhas, que presenciou o incidente.

Mesmo com disparos de balas verdadeiras para o ar, os manifestantes não recuaram e continuaram a atirar pedras contra o agente.

“Ele entrou para casa de banho e as pessoas continuaram a atirar pedras. E ele continuava a disparar, mas a arma já não tinha munições”, detalhou a nossa fonte.

Já sem munições, o polícia tentou fugir para um local mais seguro. No arremesso de pedras, os manifestantes partiram quase tudo, numa casa de banho das bombas de combustível, onde tudo aconteceu.
O agente da Polícia da República de Moçambique cedeu à pressão dos manifestantes e saiu do local. Depois disso, não conseguiu fugir para muito longe e tombou num local, onde morreu a pedradas.

A PRM, na província de Maputo, confirma a morte do agente nas manifestações desta segunda-feira, que descreve como tendo sido violentas.

“Durante as últimas 24 horas, na província de Maputo, tivemos o registo de casos de manifestações, que ocorreram no bairro de Malhampsene, Tsalala, Infulene e Machava. Primeiramente, elas eram pacíficas, depois tornaram violentas. Infelizmente, perdemos a vida um membro da PRM afecto à nona esquadra da PRM. Neste momento, há um trabalho que está a ser feito por forma a aferir a veracidade dos factos sobre o que terá ocorrido com o membro da PRM”, disse Carmínia Leite, porta-voz da PRM na província de Maputo.

A porta-voz da Polícia na Província de Maputo, Carmínia Leite, sublinha que a corporação não é contra manifestações, desde que decorram de forma pacífica.

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