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Trabalhador morre ao cair de uma grua na cidade de Nampula

Uma pessoa morreu esta quarta-feira ao cair de numa grua a uma altura de mais de 30 metros. O acidente aconteceu no local da obra embargada do Banco de Moçambique na cidade de Nampula e a vítima não tinha cinto de segurança

 

O acidente aconteceu no período da manhã, quando duas pessoas fizeram-se ao alto da grua, a mais de 30 metros, com o intuíto de fazer a manutenção periódica do equipamento. Quando menos se esperavam, a parte onde tinham pisado cedeu, uma das pessoas caiu e morreu instantaneamente; a segunda conseguiu apoiar-se a uns ferros e assim evitou a queda.

A presença da nossa equipa de reportagem no local incomodou algumas pessoas ligadas à obra que inclusivamente quiseram, sem sucesso, probir a captação de imagens vídeo e fotográficas.

Os agentes do Serviço Nacional de Investigação Criminal estiveram no local para fazer o levantamento preliminar necessário, antes da remoção do corpo, momentos depois também chegou a Inspecção do Trabalho para se inteirar do sucedido. De acordo com a inspectora do Trabalho, Olga Nassone, o malogrado era de Maputo, era experiente, mas no momento do sucedido não tinha cinto de segurança que é obrigatório em obras às alturas.

“O que constactamos no terreno é que o trabalhador devia ostentar o cinto de segurança. O capacete, para o caso concreto, não consegiu proteger o trabalhador. O equipamento que podia segurar o trabalhador para não passar por esta situação é o cinto de segurança e que na altura não trazia”.

O acidente em causa acontece um dia depois da celebração do dia internacional de higiene e segurança no trabalho, e vem a confirmar uma realidade preocupante: o sector de construção civil é dos que mais casos de acidentes no trabalho registam, sendo que dos 11 casos que chegaram à Direcção do Trabalho no ano passado em Nampula, quatro estiveram relacionados com este sector, mas sem vítimas mortais.

O obra da filial do Banco de Moçambique na cidade de Nampula está avaliada em 900 milhões de meticais no câmbio de 2012, e está embargada já lá se vão cinco anos, devido a um litígio entre o dono da obra e um empresário bastante influente, que reclama a titularidade do Direito de Uso e Aproveitamento do mesmo espaço.

O caso está na secção  Comercial do Tribunal Judicial da Província de Nampula, ainda sem desfecho, porque o empresário em causa colocou duas opções na mesa: o pagamento de uma indemnização de mais de 800 milhões de meticais ou a demolição da obra e devolução do espaço.

O Banco de Moçambique não concorda com nenhuma das opções porque entende que foi-lhe atribuída a titularidade de DUAT pelo Município de Nampula, antes do início das obras em 2012.    

 

 

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