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Estado perde 500 mil Meticais por ano por falta de centro de testagem de animais aquáticos

Foto: O País

A falta de um centro de testagem de amostras de animais aquáticos custa aos cofres do Estado cerca de 500 mil Meticais por ano. A informação foi avançada, hoje, pelo Instituto Nacional de Inspeção do Pescado, que diz que o país está a produzir abaixo da sua capacidade.

Em 2011, a produção de animais aquáticos, em Quelimane, na província da Zambézia, foi totalmente perdida, por causa de uma doença denominada “mancha branca”, originada por uma bactéria que afectou o pescado.

Volvidos cerca de 11 anos, persistem desafios, principalmente porque o país produz aquém da sua capacidade.

“A aquacultura em Moçambique, apesar do seu grande potencial, enfrenta, ainda, muitos desafios como, por exemplo, a falta de ração, o uso inapropriado de antimicrobianas, falta de serviços técnicos e assistência sanitária”, detalhou a imprensa o inspector no Ministério Agricultura e Desenvolvimento Rural, Rui Mapatse.

Mapear as doenças de animais aquáticos que têm afectado o pescado, causando vários danos materiais, é uma das principais preocupações do sector.

“É muito difícil dar, em detalhes, o valor que o Estado perde por causa dessas doenças; mas são milhões de Meticais perdidos”, lamentou Lúcia Sumbane, diretora-geral do Instituto Nacional de Inspecção do Pescado.

Para fornecer os melhores cuidados, são realizados, anualmente, testes fora do país, entretanto, constituem gastos para os cofres do Estado.

“Nós fazemos monitoria através de amostras de produtos que são cultivados e vamos ao laboratório internacional, porque, infelizmente, não temos no nosso país. Então, levamos as amostras para um centro fora do país – bem credenciado – e gastamos cerca de 500 mil de Meticais, mas o ideal seria produzir ainda mais e levar mais amostras, mas, por exiguidade de recursos, não o fazemos”, acrescentou Sumbane.

A fim de adquirir experiência na área de resistência contra parasitas, estão reunidos, na Cidade de Maputo, técnicos e peritos da área dos países da África Austral, no seminário regional de Aquacultura.

“Estamos neste seminário para estudar as melhores estratégias para implementar na aquacultura, de modo a minimizar a ocorrência dessas doenças e o uso de antibióticos. Se não se observarem as boas práticas, haverá influência negativa sobre o consumidor final”, vincou.

Segundo o Instituto de Inspecção Nacional de Pescado, o país tem a capacidade de produzir cerca de 400 milhões de toneladas de pescado, porém pouco se tem produzido devido à falta de recursos financeiros.

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