Três pessoas foram vítimas de tráfico de seres humanos, no primeiro semestre deste ano, contra 15 identificadas no igual período de 2021, no país. A informação é da Procuradoria-geral da República (PGR), que revela que ainda persistem desafios no combate ao crime.
A exploração sexual e de mão-de-obra barata são as principais finalidades do tráfico de seres humanos no país, um fenómeno cujas vítimas são os cidadãos mais vulneráveis, tal como fez saber Guilman de Aleluia, magistrado do Ministério Público.
“As vítimas são crianças e jovens por serem potenciais servidores do fim que os traficantes querem”, disse o magistrado.
O relatório sobre o tráfico de pessoas em Moçambique revela que algumas vítimas são recrutadas por meio de promessas de emprego e educação, publicadas em perfis comerciais falsos na internet e nos meios de comunicação social.
No primeiro semestre deste ano, a PGR registou três vítimas de tráfico contra 15 identificadas em 2021. Quanto aos processos-crime, o Ministério Público investigou um caso nos primeiros seis meses do ano em curso, contra dois no igual período do ano passado.
As redes de tráfico são, na sua maioria, compostas por traficantes moçambicanos ou sul-africanos que subornam funcionários para transportar as vítimas dentro do país e nas fronteiras nacionais para a África do Sul ou eSwatini.
“Em relação ao perfil dos traficantes, dado os lucros que este crime vai gerando, ao longo dos anos, são pessoas que têm potencialidade para tal e que tem um perfil económico muito grande”, referiu Guilman de Aleluia, magistrado do Ministério Público.
As cidades de Maputo, Beira, Chimoio, Tete e Nacala são as mais propensas ao tráfico sexual de menores, devido ao grande número de camionistas.