O estigma e a discriminação continuam a preocupar as mulheres com cancro da mama. O fenómeno está a contribuir para o fraco rastreio e tratamento da doença, segundo as mulheres que se juntaram, hoje, na Cidade de Maputo, para a partilha de experiências e sensibilização.
Fazer o rastreio e aderir ao tratamento do cancro da mama ainda são um dilema para muitas mulheres, que temem reviravolta nas suas vidas, depois de um simples apalpar de mama e descoberta do nódulo.
Segundo mulheres que venceram a doença, a palavra de ordem deve ser “rastrear o cancro”, vencendo os preconceitos.
“O tratamento é doloroso. Aconselho as que vão entrar para a quimioterapia que sejam fortes e os seus efeitos começam a qualquer momento, desde vómitos, diarreia, fraqueza, perda de cabelo, entre outros”, disse Isabel Manjate, uma das sobreviventes do cancro da mama, que falava, este domingo, num evento, na Cidade de Maputo, que visava mobilizar mais mulheres a aderirem ao diagnóstico e tratamento.
Desde a entrega de perucas, lenços e até demonstrações de como fazer próteses mamárias, houve também, no evento, cancões de sensibilização…tudo, para levantar a auto-estima das mulheres.
Uma iniciativa de Juju Rombe, que foi diagnosticada com cancro de mama em 2019.
“Queremos acabar com esta coisa das pessoas pensarem que se alguém tem cancro é o fim do mundo. Queremos incentivar, primeiro, o diagnóstico precoce, segundo o tratamento e, terceiro, a não desistir da vida”, apelou Rombe.
Nesta luta, o apoio e a força de vontade são os instrumentos necessários para a vitória. E porque são vencedoras, para elas, a esperança é a última a morrer, o seu desejo é que se reduzam o estigma e a discriminação.
Dados do sector da saúde apontam que, por ano, se registam, no país, pelo menos cinco mil casos de cancro de mama e cerca de três mil mortes.