Moçambique já cumpriu todas as 26 exigências impostas pelo Grupo de Acção Financeira Internacional, GAFI, para reforçar o combate ao braqueamento de capitais e financionamento ao terrorismo. O anúncio da retirada do país da lista cinzenta poderá ser feito em Setembro, em reunião do alto nível do GAFI, em Maputo.
Na lista cinzenta nos últimos dois anos, Moçambique tenta a todo o custo devolver a boa imagem do país junto do Grupo de Acção Financeira Internacional. O Comité Executivo de Coordenação para a Retirada de Moçambique da Lista Cinzenta chamou a imprensa, nesta quinta-feira, para divulgar os resultados do sétimo relatório de avaliação.
Luís Cezerilo, Coordenador do Comité Executivo, disse que o país já cumpriu todas as 26 exigências impostas pelo GAFI.
“Estamos à espera dos procedimentos para sair da lista cinzenta e voltarmos à situação normal em que sempre vivemos. Uma situação em que as nossas instituições financeiras, o nosso sentido reputacional, o nosso sentido dos investidores estrangeiros para o nacional, tudo volta”, disse Cezerilo.
A convicção, de acordo com Luís Cezerilo, é que “voltemos a ser um país em que nos olham de forma sem sermos branqueadores de capitais, sem pôr em causa a fragilidade das nossas instituições. É isso que voltamos a ser”.
O anúncio da retirada de Moçambique da lista cinzenta poderá ser feito em Setembro, em reunião de alto nível do GAFI, em Maputo, de acordo com o Coordenador do Comité Executivo.
“Este órgão vai deliberar consequentemente a partir daqui porque há acções a fazer, até porque vamos receber a visita do Gafi. Há toda uma estrutura e um movimento que vai ter de ser criado a nível do governo para que esses resultados possam ser celebrados por todos os moçambicanos no seu devido tempo”, destacou Cezerilo.
Enquanto isso não acontece, o Comité Executivo de Coordenação para a Retirada de Moçambique da Lista Cinzenta explica que ainda há muitas acções por fazer.
“Ainda tenho que ir prestar contas. A informação está a chegar. Chegou ontem (quarta-feira). Ainda tenho que levar esta informação aos órgãos de competência para depois delinear o plano de acção e a estratégia”, afirmou Luís Cezerilo, Coordenador do Comité Executivo.
As autoridades moçambicanas tinham antes avançado que a saída de Moçambique da lista cinzenta estava pendente do cumprimento da última das 26 ações exigidas, da apresentação junto da GAFI da lista das Organizações Sem Fins Lucrativos que movimentam “elevadas somas de dinheiro”, incluindo dados referentes à aplicação dos valores, com especial preocupação em Cabo Delgado e nos grupos terroristas que operam na província desde 2017.
O encontro de Maputo que vai decidir sobre a saída ou não de Moçambique da lista contará com a presença dos outros países na mesma situação.
Moçambique entrou a 22 de Outubro de 2022 na lista cizenta por não ter eliminado deficiências na luta contra o branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.