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Moçambicanos refugiados no Malawi pedem assistência humanitária

Foto: O País

Cerca de 2.500 moçambicanos refugiados no distrito de Nsanje, a sul do Malawi, precisam de ajuda urgente em alimentos. Trata-se de cidadãos oriundos de Morrumbala, na Zambézia, e Mutarara, em Tete, vítimas das inundações decorrentes da depressão tropical Ana.

As vítimas, afectadas pelas águas do rio Chire, entre Malawi e Moçambique, estão neste momento acampadas no distrito de Nsanje, em condições deploráveis e sem comida.

No acampamento de Nsanje, por exemplo, a situação é dramática, falta quase tudo. Por dia, uma família composta por cinco pessoas recebe um prato de farinha de milho, sem caril, sal, nem óleo, segundo a Rádio Moçambique.

No local, faltam, igualmente, tendas e redes mosquiteiras, o que faz com que a população esteja ao relento.

No acampamento de Bangula, onde estão mais de novecentos moçambicanos, a situação é a mesma algumas pessoas ficaram dias sem refeições.

As vítimas pedem a intervenção do Governo para assistência aos necessitados.

Em entrevista à Rádio Moçambique, o oficial do Departamento de Gestão de Desastres, em representação do administrador do distrito de Nsanje, no Malawi, Blessings Kantema, reconheceu a falta de fundos para assistência a toda população afectada pela tempestade tropical Ana.

“É necessário mais apoio para as pessoas que estão aqui em Nsanje, pois temos falta de quase tudo. O número de pessoas afectadas é maior e a nossa capacidade de resposta ainda é muito fraca. Queremos mais apoios para ambos povos, moçambicanos e malawianos”, disse Kantema.

O Alto Comissariado de Moçambique no Malawi tomou conhecimento da situação e deslocou uma equipa técnica para Nsanje, a fim de se inteirar das condições vividas pelas vítimas.

O alto-comissário de Moçambique no Malawi, Elias Zimba, lançou um apelo para que haja um movimento de solidariedade para a assistência a cerca de dois mil e quinhentos moçambicanos em Nsanje.

 

GOVERNO GARANTE RETORNO DE REFUGIADOS EM MALAWI

A ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, confirmou que há moçambicanos deslocados no Malawi, que se refugiaram devido aos efeitos da tempestade Ana na zona centro do país. Verónica Macamo garante que população vai voltar às suas origens.

 A tempestade Ana que assolou as províncias da zona centro do país e Nampula, no norte, fez vítimas mortais e destruiu várias infraestruturas públicas e residências.

Como consequência, mais de 2500 moçambicanos encontram-se refugiados no distrito de Nsanje, no Malawi.

Questionada sobre o assunto, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação (MINEC), Verónica Macamo disse que o Governo sabe que há seus cidadãos em situação de deslocados no país vizinho.

“Não é possível acontecer alguma coisa com moçambicanos no estrangeiro e o Governo não saber. Temos conhecimento da situação e da assistência que o Malawi está a prestar”, disse Verónica Macamo.

Mesmo sem falar da data, Verónica Macamo garantiu que decorrem trabalhos para que as vítimas da tempestade tropical Ana retornem às suas zonas de origem.

“Estamos também a tomar medidas para trazer a população de volta”, disse a governante.

 As informações foram partilhadas, esta segunda-feira, à margem da assinatura de um memorando de entendimento entre os Governos de Moçambique e da Índia.

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