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Mais de 16 mil pessoas já regressaram para África do sul através de Ressano Garcia 

Foto: O País

Começou, esta terça-feira, o movimento de regresso à África do Sul. Até as 12 horas de ontem, 16 mil pessoas já haviam atravessado a fronteira de Ressano Garcia, sendo que são esperadas 127.418 pessoas, naquele ponto fronteiriço. 

Como forma de evitar enchentes e confusão na fronteira, este ano foram adoptadas algumas medidas, conforme explicou o porta-voz do Serviço Nacional de Migração (SENAMI), na província de Maputo, Juka Bata. 

“Aprendemos muito com os erros do passado, daí que estamos bem organizados este ano, criamos três amortecedores para atendimento, para evitar com que todas as viaturas estejam dentro da fronteira, assim controlamos melhor o movimento”. 

O primeiro amortecedor está localizado logo após a portagem da Moamba, o segundo no esparango e o terceiro no quilômetro quatro. 

Diferente dos outros anos, já na fronteira, as filas eram curtas, para carimbar o passaporte os cidadãos, tanto moçambicanos, quanto sul-africanos o faziam em menos de 10 minutos, situação que deixou, o mineiro Marcos Samsone, feliz, pois previa sair da fronteira por volta das 15 horas, como acontece noutros anos, mas que agora saiu de lá por volta das 10 horas.  

“Hoje estou feliz porque estão a trabalhar bem, é diferente dos outros anos, que sofremos muito, podemos chegar aqui às 8:30 e saímos por volta das 15 horas ou 16, mas hoje estou aqui e tenho 30 minutos, por aí”, celebrou o mineiro. 

Mas o processo estava célere, porque foi aberto um outro posto de atendimento, no quilômetro quatro, conforme explicou o porta-voz do SENAMI.  

“Neste posto, faz-se uma paragem única onde se faz o movimento migratório, pelas forças dos dois países,  onde depois os viajantes saem com uma escolta para a África do Sul, aqui eles já não passam pela fronteira, vão directo”, explicou. 

Entretanto, naquele local, não se vive o mesmo cenário, pelo contrário, a fila é longa e o atendimento lento, o que  deixou os mineiros agastados, houve quem chegou lá por volta das sete horas e até 12 ainda estava na fila e muito atrás, o que o fez considerar uma  respeito e consideração, tanto do governo sul africano, como do moçambicano. 

“Estamos a sofrer aqui em Mocambique, como se estivessemos na África do Sul,  os que  trabalham aqui são moçambicanos e sul africanos, deviam sentar e coordenar, principalmente para nós os mineiros deviamos ter prioridade, porque metemos dinheiro na África do Sul e em Moçambique então se chegamos aqui e levamos tempo, mostra que o nosso governo não gosta de nós”, reclamou. 

Grande parte dos cidadãos  são mineiros e devem estar nos seus postos de trabalho por volta das 21 horas desta terça-feira e outros às quatro desta quarta-feira, por isso, reclamavam que estavam a perder tempo e que as suas empresas os puniriam se chegassem atrasados. 

Entretanto, Juca Bata explicou que a demora se devia ao lado sul-africano, pois o processo deste lado, corria normalmente, isso por conta do sistema que seus colegas usam. 

A parte Sul-africana, reconhece o problema e justifica. “O sistema que temos aqui não é igual ao que temos na fronteira, este é antigo e temos que digitar, enquanto que o da fronteira só fazemos o scan e concluímos o processo, por isso a demora”, justificou Thandi Khosa.  

Espera-se que o pico de saída vá  até ao dia 5 deste mês.

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