O Tribunal Superior de Pietermaritzburg, capital da província sul-africana de KwaZulu-Natal, sudeste do país, adiou para esta quarta-feira o julgamento do ex-presidente da África do Sul, e antigo líder do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder), Jacob Zuma, no caso de suborno e alegada corrupção pública na compra de armamento em 1999.
De acordo com o Observador, que cita a imprensa local, o juiz Piet Koen adiou o caso para 19 de Outubro, data em que conta anunciar a sua decisão sobre o início do julgamento do caso de mais de 20 anos contra Jacob Zuma por suborno e alegada corrupção pública na compra de armamento em 1999 pela África do Sul democrática pós-‘apartheid’.
Na sessão desta segunda-feira, Jacob Zuma apresentou um novo recurso judicial contra Billy Downer, solicitando o afastamento do procurador público sul-africano do julgamento por “razões éticas”.
Desse modo, um dos advogados de Zuma, Sifiso Buthelezi, citado pela imprensa local, propôs ao juiz que o julgamento seja retomado no próximo ano.
Já o procurador Billy Downer defendeu a continuidade do julgamento a 7 de Novembro, apesar da decisão pendente do Tribunal Constitucional relativa a um pedido de pré-julgamento para o afastar do processo.
O procurador público sul-africano considerou o recente recurso judicial apresentado pelo ex-presidente Jacob Zuma como mais uma “tática estalinista” na vasta série de tentativas apresentadas pelo antigo governante para atrasar os procedimentos do seu julgamento por alegada corrupção pública.
Jacob Zuma, de 80 anos, chefe de Estado entre 2009 e 2018, enfrenta 18 acusações relacionadas com o caso, incluindo fraude, corrupção, evasão fiscal, lavagem de dinheiro e extorsão, no âmbito da compra de equipamento militar a cinco empresas de armamento europeias, em 1999, quando era vice-presidente de Thabo Mbeki. O fabricante francês do sector da Defesa Thales enfrenta também acusações de corrupção e branqueamento de capitais. Tanto Zuma, como o grupo Thales sempre negaram as acusações.
O ex-presidente nega as acusações alegando ser alvo de uma “cabala política”.