O País – A verdade como notícia

O líder máximo da Igreja Católica pediu a comunidade internacional que “pare a espiral de vingança e não se repitam” ataques no Médio Oriente, onde já morreram mais de 42 mil pessoas em consequência do conflito armado.  O Papa Francisco diz que os ataques  “podem precipitar aquela região numa guerra ainda maior”.

Quando faltam algumas horas para o aniversário do conflito ataque do grupo palestiniano Hamas a Israel, o sumo pontífice fez ecoar a sua foz em repúdio aos ataques que têm ocorrido no Médio Oriente.

Papa Francisco apelou para a libertação imediata dos reféns em cativeiro na Faixa de Gaza. 

Da janela do Palácio Apostólico, Francisco lamentou o facto de o Médio Oriente ter “caído num sofrimento cada vez maior com operações militares destrutivas que continuam a atingir” os palestinianos, lembrando que esta “população está a sofrer muito em Gaza e nos outros territórios, sendo na sua maioria civis inocentes”.

Ainda no seu discurso, Francisco apelou a “um cessar-fogo imediato em todas as frentes”, incluindo no Líbano, recentemente invadido por Israel na sua guerra contra as milícias do Hezbollah, avança a agência de notícias espanhola EFE.

“Todas as nações têm o direito de existir em paz e segurança e os seus territórios não devem ser atacados ou invadidos. A soberania deve ser respeitada e garantida pelo diálogo e pela paz e não pelo ódio e pela guerra”, disse.

O secretário-geral da ONU apelou ao fim da violência e do derramamento de sangue na Faixa de Gaza e no Líbano, um dias antes do primeiro aniversário do ataque que desencadeou o conflito.

O conflito entre Israel e o grupo palestiniano Hamas faz, esta segunda-feira, um ano desde que o primeiro ataque foi lançado a 7 de Outubro do ano passado.

O secretário geral das Nações Unidas lançou, por isso, um apelo para o fim da guerra que já matou mais de 42 mil pessoas, segundo o Ministério da Saúde do Governo do Hamas.

António Guterres, que viu este dia como uma oportunidade para que a comunidade internacional condene, mais uma vez, os atos abomináveis do Hamas, incluindo a tomada de reféns.

Guterres exigiu a libertação imediata e incondicional dos reféns, ao mesmo tempo que apelou ao Hamas que permitisse que o Comité Internacional da Cruz Vermelha visitasse estes reféns.

O conflito na faixa de Gaza se estendeu ao líbano, onde Israel tem lançado fortes ataques que já mataram cerca de duas mil pessoas e deslocado outras
mais de 13 mil.

O surto do vírus Marburg continua sem dar tréguas em África, com um registo de 11 mortes relatadas até ao momento. O ministério da Saúde ruandês confirmou, esta sexta-feira, o primeiro caso de surto naquele país.

O Marburg é um vírus raro da família Filoviridae, mesma da ebola, e com uma taxa de mortalidade de até 88%. O vírus é transmitido aos seres humanos por morcegos, que se alimentam de frutas e através do contacto com fluidos corporais  de pessoas infectadas.

As pessoas infectadas pelo vírus podem desenvolver sintomas como febre hemorrágica, dor de cabeça, dores musculares, vômitos e diarreia, que geralmente se desenvolvem dentro de sete dias após a infecção, de acordo com a OMS.

O ministério da saúde ruandês, em resposta à situação, está a intensificar o rastreio de contactos, a vigilância e os testes, e a exortar os cidadãos a manterem boas práticas de higiene, incluindo a lavagem frequente das mãos.

Segundo o Ministro da Saúde do Ruanda, Sabin Nsanzimana, uma das primeiras pessoas testadas foi de uma das universidades de Kigali. O paciente está, actualmente, numa unidade de cuidados intensivos e alguns profissionais de saúde já apresentam sintomas do vírus.

O Ministério da Saúde do Ruanda emitiu diretrizes que determinam que os pacientes não devem receber visitas durante os próximos 14 dias.

Refira-se que o vírus foi descoberto nas cidades de Marburg e Frankfurt, na Alemanha, em 1967. Desde então, há um número limitado de surtos em países como Angola, República Democrática do Congo, Quênia, África do Sul, Uganda e, mais recente caso no Ruanda.

O Tribunal Penal Internacional divulgou, ontem, mandatos de prisão para seis homens, supostamente ligados a “uma milícia brutal” da Líbia, responsabilizada por vários assassinatos e outros crimes em uma cidade ocidental, estrategicamente importante. 

A Líbia está em crise política desde que uma revolta apoiada pela OTAN derrubou e matou o ditador de longa data, Muammar Gaddafi, em 2011. Desde então, a Líbia foi dividida entre administrações rivais no leste e no oeste, cada uma apoiada por milícias e governos estrangeiros.

O promotor do TPI, Karim Khan, disse que sua investigação reuniu evidências “indicando que os moradores de Tarhunah foram submetidos a crimes equivalentes a crimes de guerra, incluindo assassinato, ultrajes à dignidade pessoal, tratamento cruel, tortura, violência sexual e estupro”, cita o portal de notícias African News.

Os seis mandatos de prisão são contra Abdelrahim al-Kani, Makhlouf Douma, Nasser al-Lahsa, Mohammed Salheen, Abdelbari al-Shaqaqi e Fathi al-Zinkal.

Karim Khan disse que três dos suspeitos eram líderes ou membros seniores da milícia Al Kaniyat, que controlou Tarhunah, de 2015 a junho de 2020, e outros três eram autoridades de segurança líbias associadas à milícia na época dos supostos crimes.

O tribunal abriu uma investigação na Líbia em 2011 a pedido do Conselho de Segurança da ONU. Rapidamente emitiu mandados para suspeitos, incluindo o ex-ditador Gaddafi, mas ele foi morto antes que pudesse ser detido e enviado para julgamento. O filho de Gaddafi, Saif Al-Islam Gaddafi, também é procurado pelo tribunal.

Setenta e oito pessoas morreram e outras em número não especificado estão desaparecidas, após o naufrágio de uma embarcação ao longo do lago Kivu, a leste da República Democrática de Congo.

Um vídeo, filmado por uma câmera amadora, mostra o momento em que a embarcação, que transportava 278 pessoas, virou ao longo do lago Kivu, a leste da República Democrática de Congo.

Na sequência, 78 pessoas morreram e outras continuam desaparecidas. O barco partiu do porto de Minova, na província do Kivu Sul, no início desta quinta-feira, com destino a Goma, na mesma província. Afundou quando tentava atracar no porto de Kitaku. 

“Vimos o barco começar a virar, reparámos que o barco estava muito sobrecarregado e que havia também ondas fortes. Depois disso, o barco começou a virar-se pouco a pouco. As pessoas que estavam lá em cima começaram a atirar-se para o lago e o barco virou directamente para o lago”, relatou Bahati Selemani, funcionário do porto.

Uma equipa composta por bombeiros e militares foi mobilizada para o local do acidente, onde retirou 50 corpos no meio das águas.

“Vim ver o meu marido que tinha ido de viagem”, disse aos prantos, uma mulher que falou com a Agência France Press

10 Pessoas foram recuperadas com vida e seguem em observação nas unidades hospitalares locais, que já começam a ficar sem espaço para mais entradas. 

Desde que os combates entre as forças armadas e os rebeldes do Movimento 23 de Março tornaram intransitável a estrada entre as cidades de Goma e Minova, obrigando o encerramento da passagem dos camiões que transportam alimentos, muitos comerciantes recorrem ao transporte marítimo no lago Kivu. É uma alternativa considerada mais segura do que o tráfego rodoviário, ameaçado pela insegurança.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas manifestou sua solidariedade e apoio ao Secretário-Geral da ONU, depois de ter sido declarado ‘persona non grata’ pelo regime de Tel Aviv.

O apoio a António Guterres noite foi emitido por mais de 15 países membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas através de uma declaração escrita.

Países como Brasil, Estados Unidos incluindo a União Europeia  fazem parte dos que mais festejaram seu apoio a Guterres.

Os membros do Conselho de Segurança alertaram que “qualquer decisão que não envolva o secretário-geral da ONU ou as Nações Unidas é contraproducente, especialmente no contexto de uma escalada de tensões no Médio Oriente”.

O Presidente pertugues, Marcelo Rebelo de Sousa, pediu, esta quinta-feira, a Israel que reconsidere a decisão, por entender que “seria muito sensato que as autoridades israelitas reconsiderassem aquela atitude, por ser desproporcionada”.

A decisão foi anunciada na quarta-feira pelo ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, por Guterres alegadamente não ter condenado o ataque do Irão a Israel, na noite de terça-feira.

Duas embarcações, com pelo menos 310 pessoas a bordo, naufragaram, provocando a morte de cerca de 45 pessoas. Segundo dados da  Organização Internacional para as Migrações (OIM),  as embarcações partiram do Iémen e muitos passageiros continuam desaparecidos.

Através de suas redes sociais,  a OIM disse que pelo menos 32 pessoas já foram resgatadas.  

Informações da agência de comunicação Lusa dão conta que, todos os anos, dezenas de milhares de migrantes do Corno de África tomam a “Rota Oriental”, através do mar Vermelho, numa tentativa de chegar aos países ricos em petróleo do Golfo, fugindo de conflitos, catástrofes naturais e fracas perspetivas económicas nos seus países de origem.

Em agosto, uma embarcação que transportava migrantes afundou-se ao largo da costa do Iémen, matando 13 pessoas.

Os migrantes que conseguem chegar ao Iémen enfrentam muitas vezes outras ameaças à sua segurança no país mais pobre da Península Arábica, que se encontra em guerra civil há quase dez anos.

A maioria tenta chegar à Arábia Saudita e a outros países do golfo Árabe, onde podem trabalhar como operários ou empregados domésticos.

 

O novo secretário-geral da Nato, Mark Rutte, dispõe-se a recuperar as relações beliscadas entre a organização e a União Europeia e  apoiar Ucrânia e Israel. Rutte foi empossado, nesta terça-feira, para o cargo que, durante os últimos 10 anos, foi ocupado por Jens Stoltenberg.

Mark Rutte foi primeiro-ministro da Holanda por 4 mandatos, entre 2010 e 2024. com 57 anos, Rutte é o novo homem forte do bloco militar criado em 1949. Conhece melhor o cenário europeu e promete servir aos 32 membros.

Já havia manifestado apoio a Israel, e, no seu discurso, disse que a Ucrânia está no topo das suas prioridades.

“Testemunhei em primeira mão a brutalidade da guerra de agressão da Rússia. E a bravura do povo ucraniano na sua luta pela liberdade. Apoiar a Ucrânia é a coisa certa a fazer. E é também um investimento na nossa própria segurança. Porque uma Ucrânia independente e democrática é vital para a paz e a estabilidade na Europa”, disse à imprensa. 

Rutte promete também organizar o bloco, e diz que vai aumentar a despesa militar numa narrativa de adopção de política defensiva.

Em declarações, o novo secretário-geral da Nato avança que o bloco militar precisa unir forças para a sua proteção. “E cadeias de abastecimento seguras. Os aliados já estão a avançar.  Com planos para adquirir milhares de sistemas de defesa aérea e de artilharia. Muitas centenas de aviões modernos. Principalmente F-35s de quinta geração, bem como capacidades substanciais de topo de gama. Mas para adequar verdadeiramente as nossas capacidades às necessidades, precisamos de aumentar significativamente as despesas com a defesa”.

Recentemente, a Nato e a União Europeia estiveram em rixas, devido à desconcordância em relação à gestão do conflito na Ucrânia. Entretanto, Ursula Von der Leyen foi uma das primeiras figuras a reagir à oficialização. 

“Sua liderança será crucial para o papel da aliança na segurança Euro-Atlântica e o nosso firme apoio à Ucrânia”, escreveu na sua rede social.

Sobre as incertezas  face às eleições dos Estados Unidos, nas quais os candidatos apresentam diferentes visões de política internacional, o novo secretário-geral não tem temores e promete que vai trabalhar com quem vencer o escrutínio.

O Papa Francisco convocou, para o dia 07, próxima segunda-feira,  uma jornada de oração e jejum pela paz no mundo. O evento foi marcado precisamente um ano depois do ataque do grupo islamita palestiniano, Hamas, contra Israel, que desencadeou a guerra em Gaza. 

O convite foi feito, hoje, numa missa celebrada na praça de São Pedro, no Vaticano,  quando o Papa convidou os católicos de todo o mundo a participarem de uma jornada de oração, jejum e penitência, no dia 07 de Outubro, frisando que a data em questão “transformou-se num símbolo do drama que se vive actualmente”.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em Israel em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar contra o enclave palestiniano com mais de dois milhões de habitantes, que já provocou mais de 41 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

+ LIDAS

Siga nos