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Governo sem dinheiro para repor energia eléctrica no norte de Cabo Delgado

O Governo moçambicano não tem fundos para repor a energia eléctrica no norte da província de Cabo Delgado, uma zona que ficou parcialmente destruída devido aos ataques terroristas protagonizados pelos terroristas.

“Registamos vandalização e destruição de parte das linhas de média tensão de distribuição que alimentam os distritos, tendo sido derrubados os postes e pórticos, e na rede de baixa tensão, boleamento de postes de transformação e vandalização de ramais, além da destruição da subestação de Auasse, que garante o fornecimento de energia aos distritos do norte de Cabo Delgado. Do levantamento preliminar, estima-se que os custos de investimento para retoma de emergência estão na ordem de onze milhões de dólares norte-americanos, e para reposição da subestação de Auasse serão necessários mais dez milhões para a retoma normal do sistema”, explicou o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela.

Entretanto, para não prejudicar os mais de vinte e cinco mil clientes que há mais de um ano vivem às escuras, o Governo vai desviar os fundos reservados aos projectos da expansão da electricidade no país para voltar a energizar os cinco distritos que, actualmente, estão fora da rede nacional de energia.

“Estamos a mobilizar recursos para o restabelecimento da energia eléctrica nos distritos afectados, mas enquanto isso, por ser uma prioridade do Governo, estamos a desviar alguns recursos que estavam planeados para incremento do acesso à energia e electrificação dos postos administrativos, e com fundos próprios da empresa Electricidade de Moçambique, avançámos com alguns trabalhos de reposição da rede para garantir que, o mais curto espaço de tempo, tenhamos serviços mínimos de energia eléctrica, de modo assegurar outros serviços importantes como fornecimento de água, saúde, educação e outros serviços administrativos do Estado, condições básicas para que as populações afectadas regressem às suas zonas de origem, o mais rápido possível”, revelou Max Tonela.

Os trabalhos de reposição das infra-estruturas de energia eléctrica iniciaram em finais de Agosto último, mas, até ao momento, apenas um dos cinco distritos voltou a ser energizado.

“Já conseguimos restabelecer energia eléctrica à vila de Mueda e, neste momento, temos equipas em Mocímboa da Praia a trabalharem na revisão do sistema de distribuição, nas redes de média e baixa tensão, enquanto decorre o levantamento dos danos em Palma, Muidumbe, Nangade e Muidumbe e pensamos que, até o final deste mês, todos os distritos afectados voltem a estar ligados à rede nacional de energia”, garantiu o ministro dos Recursos Minerais e Energia.

Entretanto, enquanto não terminam os trabalhos de reposição de energia eléctrica na zona de Cabo Delgado, o Governo vai adquirir geradores para garantir os serviços mínimos em alguns distritos afectados.

“Já adquirimos quatro grupos geradores que serão colocados na Mocímboa da Praia e Palma e outros vão para os distritos que forem indicados pelo Governo da província, para resolver questões imediatas como reactivação dos sistemas de abastecimento de água e outros serviços essenciais”, disse Max Tonela.

A rede nacional de energia eléctrica, que liga a zona norte de Cabo Delgado, está parcialmente destruída e a empresa Electricidade de Moçambique está a sofrer  grandes prejuízos devido à falta de facturação.

“A empresa teve um prejuízo de cerca de 24 milhões de meticais e o valor poderá aumentar, porque ainda poderemos levar cerca de um mês até à reposição definitiva da rede, altura em que poderemos voltar a facturar”, revelou Marcelino Gildo, presidente do Conselho de Administração da EDM

A maior parte dos danos foram registados na subestação de Auasse, onde foi destruído um transformador avaliado em cerca de um milhão e quinhentos mil dólares norte-americanos.

Além de energia eléctrica, o Governo priorizou o sistema de telecomunicações e, ate ao momento, já foi restabelecida a rede de telefonia móvel em Mocímboa da Praia e Palma, os dois distritos que ficaram quase em ruínas e continuam praticamente abandonados, devido aos ataques terroristas.

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