A “mola” que empobrece o basquetebol
O mesmo do mesmo, e é sempre o mesmo no basquetebol nacional. Reclamam, esperneiam, mas na hora da decisão, um aceno com as “samoras”, e escolhem o mesmo.
Gostaria de dizer que estou espantado, que estou estupefacto com as “trafulhices” que se vê no “backstage” do basquetebol, mas isso é “papo”, e nem é para Homens, é mesmo para boi dormir (se é que este animal aceita “ferrar”).
Aliás, até podíamos ferrar um ou (forçadamente) dois meses, mas “my god” 1 ano inteiro a preparar o “trono” do outro, foi uma jogada de mago, e é de se tirar o chapéu.
Mas o brilho desta jogada se viu neste processo de eleição, desde logo, salta a vista, citando fontes anónimas, que o processo “tinha de ser sigiloso, porque queriam desclassificar pela demora na entrega das candidaturas”, talvez por isso é que o tempo para se candidatar foi de meros sete dias.
Um dos candidatos quase foi pego nessa arapuca. Safou-se pela lei, mas como quem entra na chuva é para se molhar, também ele decidiu jogar com as mesmas “cartas especiais” molhando as mãos dos outros.
Num áudio que agora circula por aí nos “whatsups”, um dos (quatro) candidatos terá acusado uma outra lista de estar a prometer “muito dinheiro” para arrumar a concorrência. Era tanto dinheiro que “ele” não conseguia ombrear de igual forma.
Eram 70 mil “paus” em jogo, ninguém (os presidentes das Associações que tem direito a votar para escolher o presidente da Federação Moçambicana de Basquetebol) queria perder a “bolada”.
Mas este bolo (70 mil meticais) era só uma parte do verdadeiro prémio pelo apoio. A outra parte iria/irá ser usufruída agora, depois da eleição, aliás, duas listas candidatas tinham nomes dos presidentes de associações provinciais como seus membros.
É como um indivíduo que é jogador de uma equipa e ao mesmo tempo é o árbitro do jogo. Isso é uma pouca-vergonha, um presidente de uma Associação Provincial de Basquetebol não pode pontapear todos princípios éticos e desportivos.
Com vontade de corrigir este comportamento distorcido, ouviu-se um sussurro nos corredores jornalísticos, sobre uma fonte carregada (obviamente) de interesses, que queria denunciar este esquema do “ma paga bem”, mas parece ter perdido a voz.
A voz desapareceu mas os “deals” estavam ao rubro nos bastidores, e as possibilidades eram grandes para qualquer um dos “players”, e lá no “backstage”, ficava cada vez mais claro que nesta maratona, quem sairia a perder era a peça mais importante, o basquetebol.
No dia de eleições, os discursos eram muito bem elaborados, excepto de um dos candidatos, que convencido de que havia pago o suficiente, deu-se ao luxo de não elaborar um discurso, falando apenas durante meros cinco minutos, dos 10 que tinha, sem apresentar nada, nada, nada de interessante.
O outro candidato até elaborou um discurso, mas deixou claro que queria fazer exactamente como o antecessor, ou melhor, queria continuar com o trabalho feito pelo antecessor.
No fim, quem realmente queria mudanças no basquetebol foi arrasado, arrisco dizer que foi humilhado, e no máximo, teve um voto apenas, mas do que isso, só os “boladeiros” mais hábeis.
O mais triste é que depois de todo fingimento deste processo, uma das listas decide reclamar da outra, o roto tentava denigrir o rasgado, num processo patético em que confirmava-se a ruína, o descalabro, a decadência do basquetebol.