Foram hoje a enterrar, no cemitério de Lhanguene, os restos mortais do antigo seleccionador nacional de futsal, Inácio Sambo, que perdeu a vida no domingo, vítima de doença.
Amigos, familiares e desportistas prestaram, hoje, o último adeus ao “senhor futsal”, que perdeu a vida no último domingo, na província de Manica, vítima de doença. Numa cerimónia que começou às 08 horas, na mesquita localizada na Avenida de Angola e terminou no cemitério de Lhanguene, onde foram a enterrar os seus restos mortais, a família destacou as qualidades de um homem que dedicou parte da sua vida ao serviço do futsal nacional.
Desportista que era, amigo, pai e irmão, Sambo deixa um vazio e morre numa altura em que estava a começar um projecto que tornaria a família mais coesa.
“Inácio significa tudo para a família. Fomos criados por ele, o que somos hoje, ele é que nos despertou. Morre numa altura em que precisávamos muito dos seus ensinamentos, porque tinha começado um grande projecto que visava unir mais a família. Portanto, deixa-nos um vazio enorme”, lamenta António Sambo, que, de seguida, procura conformar-se com o sucedido. “A vida depende de Deus, se dependesse de nós, queríamos ter o nosso irmão connosco.”
Antigo treinador do Desportivo e também concunhado de Aly Hassane, o “senhor futsal” deixa uma perda dupla para o antigo técnico da extinta Liga Muçulmana de Maputo. Hassane lembra-se do homem de “raça”, como se de hoje tratasse. Os duelos, com quem travou, ficarão eternizados, até porque sabia viver os momentos com vivacidade, ganhando assim como não.
“É triste! Mas temos de aceitar, afinal de contas é a lei de Deus. Perdemos um grande homem, uma referência do nosso futsal. Quando ele ainda treinava o Desportivo de Maputo, tive a oportunidade de ser adversário dele durante alguns jogos quando fazia parte da equipa técnica da Liga. Eram duelos sempre interessantes e Sambo sempre demonstrou carisma espectacular. Nos momentos da vitória, conseguia saborear e nos da derrota conseguia conter-se”, recua-se ao tempo Hassane.
Aly Hassane não deixou de falar de Sambo aquando instrutor da Confederação Africana de Futebol, tendo destacado a qualidade de rigor no trabalho e recordado que estava comprometido com a massificação do futsal. “Transmitia a sua personalidade ao longo da vida dele. Não há dúvidas de que perdemos um senhor de futsal que era espelho da modalidade ao nível nacional e não só.”
Inácio Sambo foi um dos treinadores de futsal mais bem-sucedidos do país, tendo ganhado vários títulos ao serviço da Padaria Aziz e Desportivo Maputo e foi um dos responsáveis, na qualidade de assessor técnico, pela qualificação de Moçambique para o Mundial de Futsal da Colômbia, em 2018. Os feitos ficarão marcados para sempre e deixarão saudades de um homem presente, abnegado e com convicções próprias.
“Mais do que significar muito para a família, Inácio é uma figura incontornável para o futsal do país, por isso temos de capitalizar o seu legado. Destacou-se logo cedo como jogador na Texlom e, como treinador, trouxe várias glórias para a Nação. Se estivermos recordados, Moçambique alcançou lugar de pódio no Egipto com contribuição do Inácio”, enaltece António Sambo.
O senhor futsal deixa viúva e cinco filhos.