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FMF troca Gonçalves por Gonçalves nos Mambas

Horácio Gonçalves apresentado como novo seleccionador nacional dos Mambas, com contrato de dois anos e meio.

Era um dos nomes falados para suceder a Luís Gonçalves no comando técnico dos Mambas. Esta sexta-feira foi confirmado pela Federação Moçambicana de Futebol. O novo homem forte da selecção nacional é Horácio José Paredes Mota Gonçalves, de 59 anos de idade.

No comando do Costa do Sol desde 2018, Gonçalves conquistou um título do Moçambola, uma Taça de Moçambique, uma supertaça de Moçambique e um torneio Mavila Boy. Nos Mambas diz não trazer uma varinha mágica, mas promete criar alicerces para o futuro.

“Agradeço e prometo de tudo fazer para me empenhar ao máximo para que a FMF fique satisfeita com o meu desempenho”, disse Gonçalves que também agradeceu ao Costa do Sol por ter aceite a sua libertação para abraçar o projecto da causa nacional.

Horácio Gonçalves está ciente de que não terá tarefa fácil no comando técnico dos Mambas e diz mesmo que “não vai ser fácil. Não tem sido fácil para a selecção nacional, olhando para os resultados que tem tido nos últimos dias”.

Gonçalves já traçou o plano da sua acção no comando dos Mambas. “Se nós queremos crescer temos que ter todos escalões em movimento. Temos que movimentar as selecções de sub-15, sub-17, sub-21 e sub-23, porque estas selecções serão as que vão alimentar a selecção principal”, começou por apresentar o seu projecto o novo seleccionador.

Mas também “temos que criar as selecções provinciais de todas modalidades e realizar torneios de final de ano e fazer formação nas províncias. Esse vai ser o meu objectivo também”, acrescentou.

Mas há mais planos: “queremos ter uma definição daquilo que devemos fazer para o futuro do futebol moçambicano. Vou dar o meu contributo para ajudar em todas esferas do futebol moçambicano para envolver o país, através das associações provinciais e temos que trabalhar todos em conjunto”.

Para Horácio Gonçalves, “a criação da selecção olímpica é fundamental para alimentar a selecção principal. Para que estes jovens sejam o viveiro da selecção principal”.

Aliás, o técnico português diz acreditar nas suas capacidades e, por isso, aceitou o convite.

“Acredito nas minhas capacidades e foi isso que me motivou a vir a selecção nacional. Mas também devemos acreditar no valor dos jovens moçambicanos”, frisou o novo seleccionador nacional dos Mambas.

A criação de alicerces para o desenvolvimento do futebol moçambicano é uma das propostas de Horácio Gonçalves para fazer durante os dois anos e meio em que estará a comandar os Mambas.

“O que queremos é construir o futuro e não esperar os resultados hoje. Vim com espírito de missão para ajudar o presidente e a sua direcção a descobrir o futuro do futebol moçambicano e essa é a principal mensagem. Temos que criar alicerces para construir o futuro”, argumentou Gonçalves que reiterou que “não podemos dizer quando vamos começar a restruturar o futebol, mas acreditamos que o mais importante é começar por colocar alicerces”.

DISCIPLINA E PROFISSIONALISMO LEVARAM GONÇALVES AOS MAMBAS

O contrato de Horácio Gonçalves é de dois anos e meio, e vai até ao final do mandato de Feizal Sidat, que diz que a disciplina e o profissionalismo de Horácio Gonçalves foram preponderantes para a escolha do técnico.

“Horácio Gonçalves já demostrou disciplina e acompanhamos o grau de profissionalismo quando ele entrou no Costa do Sol e conhece o país todo e a casa e, por isso, achamos que seria a pessoa ideal. Foi de acordo com o perfil desenhado pelo nosso gabinete técnico em termos de qualificações e queremos que nos dê a roupagem no futebol nacional”, disse Feizal Sidat para justificar a contratação, até porque o técnico tem curso UEFA Pro.

Mas há mais motivos para a chamada de Gonçalves. De acordo com o presidente da Federação Moçambicana de Futebol “decidimos contratar Horácio Gonçalves até Dezembro de 2023 quando terminar o nosso mandado e achamos que são dois anos e meio suficientes para nós alcançarmos nossos objectivos de nós qualificar ao CAN-2023”.

Para além da qualificação ao CAN da Costa do Marfim, em 2023, há a campanha de qualificação ao mundial do Qatar, em 2022. Sobre este objectivo Sidat diz que “temos selecções de grande gabarito e se possível queremos espreitar o mundial. Reconhecemos a pujança dessas selecções, mas são 11 contra 11, por isso não estamos muito preocupados com o mundial. O nosso objectivo é o CAN”.

Feizal Sidat não deixou de agradecer ao Costa do Sol pela cedência do técnico e diz que não foram fáceis as negociações para a dispensa do técnico.

A nova era de Gonçalves arranca com o torneio Cosafa e a fase de qualificação ao mundial de 2022, onde vai defrontar Costa do Marfim, Malawi e Camarões. Mas o principal objectivo é qualificar os Mambas ao CAN de 2023 que terá lugar na Costa do Marfim.

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