O vice-presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Fernando Mazanga, diz que a informação contida no acórdão do Conselho Constitucional com relação ao provimento dado à Renamo na autarquia de Quelimane não constitui a verdade. Mazanga responsabiliza o presidente da CNE, Dom Carlos Matsinhe, por tudo o que está a ocorrer em torno dos resultados eleitorais em Quelimane.
Na última quinta-feira, o Conselho Constitucional deu a conhecer, através de um acórdão, que deu provimento à reclamação da Renamo com relação aos resultados não apurados correspondentes a 39 mesas. O vice-presidente da CNE, Fernando Mazanga, rebate o Conselho Constitucional e diz que a informação não corresponde à verdade.
“Não corresponde à verdade. Este acórdão do Conselho Constitucional não corresponde à verdade. Na Comissão Nacional de Eleições, como vos disse, anteriormente, aquilo que se concluiu é que deviam chegar a Maputo essas 39 actas que, na verdade, são 15 actas, para poderem ser reverificadas pela CNE. Entretanto, aquilo que diz o acórdão do Conselho Constitucional não corresponde à verdade, repito, não corresponde à verdade. E isto pode impactar negativamente na sua tomada de posição”.
Mazanga diz ainda que não houve consenso na CNE no processamento da informação enviada ao Conselho Constitucional, tendo acusado o presidente da Comissão Nacional de Eleições de sonegar informações.
“O Conselho Constitucional diz que as 39 actas e editais foram incluídos no apuramento da Comissão Nacional de Eleições e que este apuramento foi por consenso na Comissão Nacional de Eleições. Não houve consenso”.
Na conferência de imprensa decorrida este domingo, na sede nacional da Renamo, Abílio da Fonseca, coordenador-adjunto da comissão de operações eleitorais, apresentou dados que sustentam a posição da Renamo.
“Para o caso da Comissão Nacional de Eleições, são apenas 15 mapas, de acordo com o mapa que diz que 15 actas não foram processadas e não 39. São 15 actas que não foram processadas, entretanto, o mapa traz 100% de mesas. Aí estamos em dúvidas até aqui em relação ao resultado que saiu em Quelimane”.
Fernando Mazanga responsabiliza o presidente da CNE, Dom Carlos Matsinhe, por tudo o que está a ocorrer em torno dos resultados eleitorais em Quelimane.
“A essência desta conferência de imprensa é no sentido de denunciar a apatia, a inércia e negligência do Presidente da Comissão Nacional de Eleições em não ter levado a sério este assunto que acaba por impactar nos resultados, sobretudo de Quelimane”.
Mazanga diz que a situação que está a ocorrer em Quelimane é apenas um exemplo do que está a acontecer em municípios que Renamo reclama vitória.