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Centro de Palma continua sob fogo cruzado

A vila de Palma continua sob fogo cruzado entre as Forças de Defesa e Segurança (FDS) que continuam a tentar recuperar o controlo total da zona, parcialmente, ocupada pelos insurgentes que integram o grupo terrorista que actua na zona norte de Cabo Delgado.

Esta terça-feira, depois de garantias das FDS de que a situação estava controlada, equipas de reportagem que estão no terreno, a acompanhar a situação, testemunharam situações de trocas de tiros, mostrando que a situação continua fora do controlo.

“Os tiroteios que acompanharam são esporádicos e acontecem, de um modo, um tanto a quanto desorganizados, com vista a desgastar a nossa presença no terreno” explicou um oficial das FADM, em contacto com jornalistas.

Questionado sobre se é ou não normal que quase uma semana depois, a vila continue, parcialmente, fora do controlo, o oficial justificou as razões da prevalente situação.

“É normal demorar este tempo, tendo em conta que estamos a lidar com um inimigo que não é convencional, que usa métodos e tácticas diferentes daquela que nós conhecemos e, todos sabem que o inimigo actua em pequenos grupos e depois disso, tem a tendência de esconder o seu armamento e juntar-se com a população e esta situação tem dificultado muito o nosso avanço no terreno” explicou.

FRANÇA APELA À MOBILIZAÇÃO REGIONAL

A França expressou preocupação com a situação militar na província de Cabo Delgado, na sequência e vincou a sua condenação aos actos provocados pelos grupos terroristas associados ao Estado Islâmico.

Através de um comunicado de imprensa emitido pela sua Embaixada em Maputo, Paris diz estar a “seguir com muito grande preocupação a situação na província de Cabo Delgado, em Moçambique, e condena, com a maior veemência, os ataques terroristas perpetrados há vários dias, que fizeram vários mortos na população civil”.

Por outro lado, o executivo de Emmanuel Macron “apresenta as suas condolências às famílias das vítimas e mantém-se ao lado de Moçambique na luta contra o terrorismo” e “encoraja os países da região e os parceiros deste país a mobilizarem-se ao lado de Moçambique”.

FORÇAS PORTUGUESAS CHEGAM EM BREVE

Os primeiros elementos das Forças Armadas portuguesas, destacados para ajudar na formação do exército nacional, partem na primeira quinzena de Abril para o país, indicam fontes oficiais de Lisboa, citadas pela Lusa.

No âmbito da cooperação no sector da defesa, Lisboa comprometeu-se a enviar um contingente de 60 militares das forças especiais, que vão participar na formação e preparação do país africano no combate ao terrorismo.

 SITUAÇÃO “EXTREMAMENTE PREOCUPANTE”

O Escritório da Organização das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários (OCHA) classifica de “extremamente preocupante” a situação humanitária no distrito de Palma.

Através de um relatório de actualização divulgado esta terça-feira (29/03) a OCHA refere que “Dezenas de civis terão sido mortos e os confrontos entre grupos armados não-estatais e forças de segurança estão alegadamente em curso, pelo sexto dia consecutivo, de acordo com relatórios de várias fontes”.

O relatório salienta que a situação real no terreno é, no entanto, “extremamente difícil de verificar, devido a interrupções nas comunicações na cidade de Palma”.

A nota cita dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), dando conta de existência de mais de 3.100 pessoas deslocadas de Palma a chegar aos distritos de Nangade, Mueda, Montepuez e Pemba.

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