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Falhas na electricidade e no sistema atrasaram atendimento em Ressano Garcia

Foto: O País

As alfândegas dizem que a demora no atendimento na fronteira de Ressano Garcia, do lado da África do Sul, a que se assistiu nos dias 23 e 24 de Dezembro, deveu-se aos frequentes cortes de energia e morosidade no sistema electrónico. As autoridades garantem, porém, que tal não vai acontecer do lado de Moçambique.

Os dias 23 e 24 de Dezembro foram de grande pressão para a fronteira de Ressano Garcia, onde os viajantes chegaram a esperar, do lado sul-africano (Lebombo), mais de cinco horas.

Esta terça-feira, durante o habitual balanço da quadra festiva feito por uma comissão composta por membros de diversos ministérios (comissão interministerial), a Autoridade Tributária atirou a responsabilidade da morosidade do processo aos sul-africanos.

Segundo o porta-voz da Autoridade Tributária, Fernando Tinga, o movimento migratório correu conforme o esperado, pese embora a morosidade no processo ter sido uma nódoa.

“Ficou refém de problemas de lentidão do sistema de gestão aduaneira do lado sul-africano e também da deficiência no fornecimento da energia eléctrica. Isto acabou por afectar negativamente o atendimento público”, disse.

Tinga acrescenta que esta situação não pode anular o esforço empreendido durante a operação Tsakane, que apresenta como resultado a entrada de mais de 31 mil viaturas para o país, bem como 12 mil saídas.

A Autoridade Tributária garante estarem criadas as condições para que não se assista ao mesmo cenário do lado de Moçambique, uma vez que já se espera o início do movimento de regresso.

“Todo o movimento era do lado sul-africano. Neste momento estamos a nos organizar no sentido de preparar o retorno. No processo de retorno teremos, naturalmente, o inverso, em que as forças do Comando Conjunto vão se deslocar para o lado Moçambicano, e estarão posicionadas no Km 4, para o atendimento a viaturas e viajantes”, declarou a fonte.

Fernando Tinga respondia, também, à preocupação do sector privado, que se queixa de prejuízos devido a dificuldades na travessia de camiões de carga.

“Foram constatados alguns casos, pelos agentes económicos, sendo o primeiro relacionado com a fronteira de Ressano Garcia, uma vez que é o nosso principal ponto de entrada, nossa porta de entrada, por via terrestre e está a registar neste momento filas longas”, disse o Vice-presidente da confederação das associações económicas de Moçambique, Vasco Manhiça.

Segundo a fonte, nas últimas semanas, muitos camiões de carga, bem como turistas, já não estão a conseguir atravessar a fronteira com harmonia.

“Alguns turistas chegam a ficar longas horas e isso não é razoável, com todos os riscos de segurança associados. Alguns turistas chegam até a desistir das viagens para Moçambique, devido às longas horas”, disse Vasco Manhiça.

Por seu turno a Inspecção Nacional das Actividades Económicas faz uma avaliação positiva da quadra festiva, porém fala de alguns casos de especulação de preços.

“No que toca aos produtos básicos, não se registou nenhuma situação de especulação de preços, porém ressalva-se aqui um produto de bastante importância, tal é o caso do cimento de construção, que a INAE registou a especulação do preço, nas províncias de Niassa e Tete”, esclareceu a inspectora Leonor Mabutana.

Mabutana revelou que na província de Tete, o saco de 50 kg subiu de 5210 para 700 e em Niassa, de 680 para 750 Mt.

“Em conversa com os agentes económicos, estes alegaram que houve aumento do preço da frete, mas a INAE interveio, no sentido de ouvir ambas partes, tendo constatado que o preço estava a ser incrementado sem justa causa, pois não apresentaram razões consistentes, que justificassem a acção”, concluiu.

Ainda nesta terça-feira o sector do Turismo avaliou positivamente o período, uma vez que tem as instâncias turistas junto à costa completamente ocupadas, algo que não se via nos últimos dois anos, devido às restrições impostas pela pandemia da COVID-19.

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