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Desmobilizados 800 guerrilheiros da Renamo no âmbito do DDR na Zambézia

Oitocentos  guerrilheiros que estavam nas bases de Murrotone, no distrito de Mocuba, e Sabe, no distrito Morrumbala, desmobilizaram-se, no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) em curso no país.

800 guerrilheiros que estiveram nas bases da Renamo durante o período da guerra civil que envolveu a Renamo e o Governo aderiram ao processo de desmobilização. As referidas bases estavam localizadas nas proximidades da EN1, local estratégico para o abastecimento logístico.

André Magibire, representante da Renamo na Comissão para os Assuntos Militares do processo DDR, apelou ao Governo para flexibilizar o processo de fixação de pensões e  enquadramento de uma parte de desmobilizados na Polícia da República de Moçambique (PRM).

“Nós, representantes da Renamo na Comissão para os Assuntos Militares, queremos apelar ao Governo para flexibilizar o processo de fixação de pensões, assim como o de enquadramento de uma parte dos desmobilizados no âmbito do DDR na Polícia”, disse André Magibire.

Enquanto isso, o representante do Governo na Comissão para os Assuntos Militares instou os guerrilheiros da Renamo desmobilizados a integrarem-se na sociedade e a recuperarem o tempo que perderam, trabalhando para o desenvolvimento do país. “Tenham coragem de voltar para casa, tenham coragem de recuperar o tempo que perderam e engajem-se junto de outros moçambicanos na luta pelo desenvolvimento deste país”, apelou Paulo Chachine, representante do Governo.

Chachine acrescentou que os guerrilheiros da Renamo devem esquecer o passado e pegar noutros tipos de arma. “Essas armas são as enxadas, são os martelos e é tudo aquilo que precisamos para trabalhar, para produzir comida e contribuir para o desenvolvimento do país”, precisou.

A secretária de Estado na Zambézia fez saber que, desde que se iniciou o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração, Zambézia recebeu 210 cidadãos que já estão nas suas famílias. Com o processo que chega a Zambézia, Judite Mussácula diz que o Estado fará o seguimento da sua reintegração.

“Estamos a dar mais um passo determinante para o nosso roteiro de paz efectiva e duradoura no país, particularmente na nossa província, onde serão abrangidos mais de 800 beneficiários do DDR nas duas bases. O Governo vai continuar empenhado junto das comissões criadas no âmbito da implementação do DDR, proporcionando condições básicas para integração na sociedade”, revelou a governante.

Os desmobilizados dizem estar felizes com o processo, mas pedem flexibilidade no processo de pensões. “Nós estamos satisfeitos. Quando chega o tempo de se aproximarem para aqui, para Murrotone, para sermos desmobilizados, tudo fica bom. A tristeza que temos é por causa dos nossos amigos, que foram desmobilizados há muito tempo, mas ainda não têm as suas pensões. O dinheiro referente a três meses de pensões não sai completo, e isso nos deixa sem saber se a situação será regularizada”, disse António Juenta, guerrilheiro que estava na base de Murrotone desde 1986.

Em Murrotone, também estava Ângelo Camuera, que passa para a desmobilização com o apelo ao Governo para cumprir o estabelecido nos acordos do DDR.

O processo DDR pode durar quase 20 dias na Zambézia. Os parceiros de cooperação estão no terreno a acompanhar o processo.

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