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Cerca de nove mil pessoas passam a ter água potável em Maluana e Chitsavane

Foto: GPR

Filipe Nyusi inaugurou, hoje, dois sistemas de abastecimento de água nos postos administrativos da Matola-Rio e Maluana, nos distritos de Boane e Manhiça, respectivamente, Província de Maputo. As infra-estruturas vão abastecer água a mais de nove mil pessoas.

No Povoado de Chtsavane, na Matola-Rio, às primeiras horas desta quarta-feira, residentes aguardavam ansiosos pela chegada do Presidente da República para a inauguração do sistema de abastecimento de água.
É que, no povoado, os habitantes não tinham acesso à água potável. Eram obrigados a percorrer longas distâncias para terem o líquido.

Os furos que eram abertos nesta região tiram água com elevado nível de salinidade. Aliás, para o sistema de abastecimento inaugurado esta quarta-feira, os furos tiveram de ser feitos fora deste povoado, há cerca de quatro quilómetros.
E foi Filipe Nyusi a certificar se a água estava em condições de ser consumida, provando-a.

Assim, este sistema deverá beneficiar, neste momento, a cerca de 5800 pessoas, de um universo de mais de 8000 habitantes do povoado. Mas a capacidade da infra-estrutura, que custou 22 milhões de meticais, é de até 12 mil habitantes.
“Apelamos para criarem condições de garantir a sustentabilidade destas infra-estruturas, por forma a valorizar os investimentos realizados, garantir o contínuo e eficiente abastecimento de água à população. Os amigos que nos ajudam não têm muito”, lembrou o Presidente da República, dizendo estar ciente de que, com este sistema, não fica ultrapassado o desafio de prover água, até porque a população também vai aumentando.

Bom, o tema era fornecimento de água potável, mas o Presidente da República aproveitou a ocasião para falar das dificuldades de gestão de água que o país enfrenta em épocas chuvosas e de seca, lembrando que, para esta época, há previsão do sistema El Nino, que acresce o desafio da gestão da água.

“Isso exige que sejamos todos cautelosos e estejamos todos preparados para enfrentar os desafios criados pelas mudanças climáticas”, afirma e acrescenta que “temos que criar condições de resiliência”.
O Estadista moçambicano anunciou que o Governo passará a emitir com regularidade avisos sobre condições climáticas “para manter as populações informadas e preparadas para as condições climáticas que podem não ser favoráveis à vida, à produção e às infra-estruturas”.

Ainda na Província de Maputo, o Presidente da República inaugurou um sistema de abastecimento de água no posto administrativo da Maluana, que vai beneficiar, por agora, pouco mais de 3000 pessoas, embora tenha capacidade para mais de 17 mil habitantes.

Com o investimento de 25 milhões de Meticais, a comunidade deixa de percorrer longas distâncias e passa a consumir água tratada.

Os dois sistemas de abastecimento de água foram construídos num período de oito meses, com fundos vindos do Governo e parceiros.

MOAMBA-MAJOR AINDA SEM FINANCIAMENTO
Quase sete anos depois da suspensão do financiamento pelo Brasil para a construção da barragem Moamba-Major, o Governo moçambicano continua sem fundos para erguer a infra-estrutura.
O Banco brasileiro de Desenvolvimento Económico e Social suspendeu o financiamento àquela barragem em Outubro de 2016 e de lá a esta parte, o Executivo tem estado a falar de busca de novos financiamentos.
Em 2021, o Governo disse estar a negociar com o Exim Bank, da China, para financiar a construção da infra-estrutura. Entretanto, ontem, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos disse que ainda não há nenhum financiamento fechado e que se está a estudar as várias possibilidades para viabilizar a construção da barragem.
Aliás, Carlos Mesquita diz que o Governo tem um plano maior de construção de várias barragens, como forma de ultrapassar o desafio de gestão de água durante épocas chuvosas e de seca.

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