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Bola ao ar…haja coração

Fotos: O País

Ferroviário de Maputo e Costa do Sol protagonizam, sábado, às 17h00, no pavilhão do Maxaquene, o jogo de destaque da jornada 1 do Torneio de Apuramento às eliminatórias da Liga Africana de Basquetebol. Às 14h30, o Desportivo Maputo mede forças com o Ferroviário da Beira.

Bola ao ar!  Show time! Vai começar a corrida à prestigiante e embrionária Liga Africana de Basquetebol, prova afiliada à NBA, suprassumo da modalidade da bola ao cesto mundial.  São quatro equipas, certo, mas é evidente que três entram à partida na luta acérrima pela única vaga de acesso às eliminatórias, a realizarem-se em Outubro próximo em Joanesburgo, África do Sul.

A sua musculatura financeira, o protagonismo no actual cenário do basquetebol moçambicano e ginástica para contratação de referências da modalidade colocam, claramente, o Ferroviário de Maputo, Ferroviário da Beira e Costa do Sol na “pole position”, para se qualificarem para a fase seguinte de uma prova desenhada em 2018, em Pretória, na África do Sul, após um jogo da NBA naquele país.

Chama atenção, gera expectativas e deixa todos os amantes do basquetebol ávidos pelo Torneio de Apuramento à BAL a constelação de estrelas que irá desfilar na sala de visitas do basquetebol moçambicano.

Esmerou-se quem pode com a contratação de estrangeiros que valorizam ainda mais a competição. Para não variar, os americanos voltam a ser a principal opção das equipas para ganharem tarimba.

O Ferroviário da Beira foi buscar  William Perry e Michael Murray para dimensionar o sonho africano.  O  homónimo de Maputo, que conta voltar a marcar presença na fase final, depois de uma excelente participação na estreia que se saldou no quinto lugar, num universo de 12 equipas, aposta em três dos quatro atletas que reforçaram a equipa na majestosa  Arena de Kigali, no Ruanda. São eles  Álvaro Maso (média de 19.8 pontos, 2.5 assistências, 9.8 ressaltos e 29.3 % de aproveitamento nos tiros exteriores na Liga Africana de Basquetebol), Adehji Baru (13.3 pontos, 62.5% de aproveitamento na linha de lances livres e 8.7 ressaltos por jogo) e  Da Marcus Holland  (13.8 pontos, 5.5 assistências, 75% aproveitamento na linha de lances livres).

O Costa do Sol vai à faca com a prata da casa, que já rendeu o primeiro milho esta temporada: a conquista, no último dia do mês de Julho, do Torneio Nutrição.

O Desportivo Maputo fica-se igualmente pelos atletas locais. Certo, certo mesmo é que, já no sábado, no pavilhão do Maxaquene, os “alvi-negros” terão, às 14h30, um teste de fogo diante do Ferroviário da Beira, conjunto que, em 2017, ficou em sexto lugar na Taça dos Clubes Campeões Africanos, em Radès, na Tunísia.  Uma derrota diante do  City Orlays do Uganda, por 82-70, ditou esta posição!

Longe daquele “team” que maravilhou em 2015, ano em que conquistou a Liga Moçambicana de Basquetebol após bater  na final  o Ferroviário de Maputo e ver Pio “Lingras” Matos ser consagrado MVP, o Desportivo Maputo parte ciente das suas limitações.
Horácio Joaquim Martins, antiga glória do clube e hoje por hoje “coach”, tem em Stanley Mucauro, Malik Conceição, Jorge Tomé, Yuri Chambale e Igor Matavele as armas para contrariar o favoritismo dos beirenses.

Ambicioso, o Ferroviário da Beira não só contratou no estrangeiro como também manteve as suas jóias: Ismael “Timo” Nurmamad, Elton Ubisse, Elves “Stam” Honwana.
No rival de Maputo, veio buscar os valorosos Orlando “Nando” Novela e Ermelindo “Mindo” Novela, campeões nas últimas duas edições da Liga Moçambicana de Basquetebol.

Mais: a reserva moral, Armando “Nino” Baptista, para  outros Macurungo, desempenha um  papel agregador e moralizador num conjunto que conta ainda com jovens da “cantera” Célio Chirundo,  Hilário Malale e Jorge Nicolas.

O momento mais esperado da jornada de estreia está marcado para às 17h00. Campeão e vice-campeão nacional travam argumentos, cerca de dois meses depois de terem protagonizado a final do Torneio Nutrição. Saiu-se melhor o Costa do Sol que ganhou por 82-67. Vencera também na fase regular por 94-77, jogo que marcou a retoma da modalidade da bola ao cesto na capital.

Quer mandar,  nesta competição a doer,  o Ferroviário de Maputo que se reforçou com atletas que deram nas vistas na Basketball Africa League, em Maio do ano passado. Álvaro Maso é da casa. Chegou, viu e venceu nos “locomotivas” da capital: foi MVP da Liga Moçambicana de Basquetebol em 2018 e 2019.

Na posição 1, o Ferroviário de Maputo vai contar, nesta prova, com Pio “Lingras” Matos, que, recentemente, voltou a juntar-se ao grupo de trabalho.
O jogo exterior pode ser a arma, onde se destacam, neste capítulo, Álvaro Maso, Francisco “Chiquinho” Macarringue, Stélio Rodrigues e Manuel “Mango” Uamusse, estes dois últimos que podem ser letais quando inspirados na zona dos 6.75 metros.

 

Órfão de parte da estrutura que, em Dezembro de 2019, assegurou a qualificação para a prova e permitiu o encaixe de 4.3 milhões de meticais (70 mil dólares norte-americanos) nas eliminatórias havidas em Kigali, Ruanda, Macome parte para esta partida, com claro objectivo de mostrar que as derrotas frente aos canarinhos “não passaram de um acidente de percurso”.

Na reedição da final de 2019, na qual o Ferroviário de Maputo se superiorizou com 3-0 no play-off, os campeões nacionais querem apresentar-se com maior esclarecimento ofensivo e agressividade defensiva.

Moralizado, claramente, pelo bom momento que atravessa e com mais unidades de treino realizadas antes mesmo da prova, o Costa do Sol de Guambe tem de fazer acontecer, finalmente. Em final de um ciclo, os “canarinhos” apontam mesmo para a justificação de todo um investimento realizado nos últimos anos com a reestruturação do seu plantel.

 

HÁ TESTES DA COVID-19
Uma das premissas para a viabilização e realização da prova é o protocolo sanitário a ser cumprido rigorosamente por todos os elementos envolvidos no Torneio de Apuramento às eliminatórias da Liga Africana de Basquetebol. É neste sentido que, esta sexta-feira, os jogadores, treinadores, pessoal de apoio, árbitros e comissários serão submetidos aos testes rápidos da COVID-19.
Eles deverão, seguidamente, entrar em confinamento para evitar contacto com elementos estranhos ao Torneio de Apuramento à Liga Africana de Basquetebol.

 

BANDEIRA COMANDA “TROUPE” DE ÁRBITROS
Para grandes momentos, as maiores referências! Artur Cesár de Castro Bandeira irá liderar a “legião” de árbitros indigitados para apitar os jogos do Torneio de Apuramento às eliminatórias de acesso à Liga Africana de Basquetebol.

Antigo árbitro internacional, Bandeira  conta com participações em competições internacionais, tais como os Jogos das Commonwealth (Gold Coast, em 2018), Universidades de Belgrado (2009), Campeonato Africano de Basquetebol (masculino e feminino), Taça dos Clubes Campeões Africanos (masculinos e femininos).

Com uma vasta experiência, Artur César de Castro Bandeira apitou, igualmente, partidas do grupo “D” da Afro Liga de Basquetebol que era composto pelo Petro de Luanda (Angola), Smouha S.C (Egipto), ASDB Mazembe (República Democrática do Congo) e Club Omnisports Police Nationale (Madagáscar).

Outrossim, apitou, por indicação da FIBA,   jogos do grupo “F” da quarta janela de qualificação da zona africana para o Campeonato do Mundo da China-2019, em Lagos, Nigéria.

Há, ainda, a destacar a presença, no Cairo, Egipto,  na terceira janela das eliminatórias para o Mundial.
O Bandeira foi  um dos juízes acompanhantes designados pela FIBA-África para apitar o Campeonato de Africano de Basquetebol Feminino (Afrobasket-2017).

Bandeira  desfilou, em 2015, no “Afrobasket” de Yaoundé, nos Camarões, prova na qual a selecção nacional de basquetebol sénior feminino ocupou a sexta posição. O árbitro internacional apitou ainda jogos do “Afrobasket” de Antananarivo, no Madagáscar, em 2009; Mali, em 2011; e Maputo, em 2013.

Para além de Bandeira, a Comissão Nacional de Árbitros de Basquetebol indicou os internacionais António Sitoe, Edmilson Lopes, Nilton Macamo, Carlota Churrana e Maria Bagnath. Completa ainda a lista de árbitros Guilherme Júnior, presença assídua em campeonatos nacionais e da cidade de Maputo.

Foram nomeados dois comissários, a saber Guidion Matsinhe e Carla Pene, assim como os oficiais de mesa Kátia Sábado, Luísa Maiwana, Hermenegildo Mandevo e Jaime Mazuze. A estatística será entregue a Beatriz Marques, Hamina Matsinhe e Valentina Mandlate.

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