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A ficha caiu: há sequestradores nas fileiras do SERNIC

Onze agentes do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), afectos à cidade e província de Maputo e Tete, foram expulsos de Janeiro a Agosto deste ano, por envolvimento em vários crimes, dos quais os raptos. Quem o diz é a própria SERNIC.

Sempre se dizia que certos agentes do SERNIC estariam envolvidos em raptos, mas a própria instituição e outras autoridades a vários níveis desmentiam. Porém, esta quarta-feira, tal como diz a gíria popular, não foi mais possível “tapar o sol com a peneira”.

O SERNIC revelou que 11 dos seus agentes que se dedicavam a  extorsões, roubos e raptos, entre outros crimes, foram expulsos, isto desde Janeiro do ano em curso até ao momento.

Dos onze implicados, de acordo com a instituição, cinco estavam afectos à cidade de Maputo, igual número na província de Maputo e um em Tete.

A cidade e província de Maputo sempre foram apontados como os locais com mais casos de raptos.

A informação do desligamento dos agentes foi revelada esta quarta-feira pelo porta-voz do SERNIC, Leonardo Simbine.

“O SERNIC convocou a imprensa para partilhar com a sociedade a expulsão de 11 agentes que fizeram parte da instituição, como culminar de vários processos disciplinares instaurados, por prática de várias irregularidades e delitos criminais. São vários delitos que eles cometeram, mas podemos elencar alguns mais gravosos entre os quais a associação para delinquir, roubo agravado e raptos”, detalhou Simbine para depois acrescentar que “o SERNIC está, de forma implacável, no combate a esses males, estejam eles onde estiverem, estamos em processo de purificação, ou seja, a promiscuidade com o crime tem tolerância zero”, sentenciou o porta-voz do SERNIC a nível central.

Não foram reveladas as identidades dos agentes expulsos. Mas, sabe-se que têm idades compreendidas entre 20 e 40 anos e estiveram afectos ao Serviço Nacional de Investigação Criminal por períodos que variam de um a 15 anos. Os visados desempenhavam várias funções de instrução e investigação.

Mesmo desvinculados, os agentes expulsos “serão monitorados”, pois “quando temos conhecimento de que há potencialidade, criamos mecanismos para prevenir que cometam crimes.”

Ainda na província de Maputo, há agentes que foram multados como sanção depois de se ter provado a sua participação em actos criminais.

Relativamente ao roubo de dinheiro num banco comercial em Quelimane, as autoridades de investigação garantiram que há dez pessoas detidas, sendo que já foram recuperados 10 milhões de meticais.

Sobre a tentativa de rapto que ocorreu no início desta semana, na cidade de Maputo, o Serviço Nacional de Investigação Criminal disse que ainda está a investigar o caso.

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