Diversos ramos da Polícia da República de Moçambique (PRM) posicionaram-se logo cedo no Aeroporto de Nampula para receber os restos mortais de Faustino João, agente da Guarda Fronteira assassinado por militares sul-africanos na fronteira da Ponta do Ouro, província de Maputo.
Enquanto membro das Forças de Defesa e Segurança, Faustino jurou servir a pátria, por isso a urna contendo o seu corpo foi coberto com a bandeira nacional. Seguiu-se um breve cerimonial em homenagem ao homem de 36 anos de idade que morreu em missão de serviço.
Enquanto meia dúzia de agentes carregava a urna, outras dezenas perfilaram, deixando um corredor no meio para permitir a passagem da urna. Mas antes da passagem ouviu-se um remexer de armas, seguido de uma posição repentina de armas punho e a seguir o sopro do trompete a entoar um trecho de uma dos hinos características dos cerimoniais de Estado em Moçambique.
A família não tem explicação para o que aconteceu, apenas lamenta e aguarda pelo esclarecimento do caso. “É uma dor. Estamos inconsoláveis, porque uma morte macabra daquelas,…esperamos que haja esclarecimento”, abreviou Carlos João, irmão do malogrado.
A vítima estava em Maputo há um ano e a esposa e mais quatro filhos vivem em Nampula. Os colegas da corporação juntam-se ao clamor por justiça.
“Moçambique, sendo um Estado de Direito, estando inserido no quadro jurídico regional, fora das fortes relações que temos com a Africa do Sul, as entidades competentes, moçambicanas neste caso, usando caminhos próprios em momento oportuno vão esclarecer o caso”, disse Alberto Guambe, director do Pessoal e Formação da PRM em Nampula.
Antes de ir a Maputo, o jovem agente da Guarda Fronteira tinha estado em Cabo Delgado.