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Transportadores da rota Xipamanine-Magude paralisam actividades

Foto: O País

Os transportadores inter-distritais da rota Maputo-Magude paralisaram, na manhã desta sexta-feira, as actividades. Alegam que as tarifas praticadas não satisfazem às necessidades. Os transportadores exigem o aumento de 80 meticais na actual tarifa.

O cenário que se via era de dezenas de viaturas parqueadas, operadores de transporte sentados à deriva e passageiros sendo “mandados de volta”, no terminal Rodoviário Interprovincial da Junta, na cidade de Maputo.

Os transportadores da rota Xipamanine – Magude decidiram parquear as suas viaturas, por considerar insustentável a actual tarifa cobrada, tendo em conta os custos operacionais e preço do combustível, uma vez que este grupo não é abrangido pelo subsídio dado pelo Governo.

Fernando Nhabinde, um dos fiscais alocado a esta rota, explica que a decisão visa pressionar as entidades de direito a olhar, com mais celeridade a situação da tarifa, porque houve actualização para outros casos, mas o mesmo não acontece para esta rota.

“Os carros que vão a Magude não conseguem ir e vir com o actual custo de vida, principalmente com os preços dos combustíveis. Nós não estamos em greve. Apenas estamos sem combustível para tirar os carros do parque”, disse.

Os transportadores questionam o porquê da não aprovação de uma nova tarifa para a sua rota. A sua proposta, conforme mostra em documento, é fazer avançar uma subida de 200 para 280 meticais.

“Porque é que Magude, que tem a mesma quilometragem que Macia, não pode beneficiar deste reajuste, aliás, o reajuste já está lá. Porque é que quando Magude tenta aplicar a tarifa aprovada levanta-se poeira”, questionou Santos Venâncio, um dos operadores de transporte interdistrital.

Venâncio fala de tarifas agravadas para locais como Ressano Garcia, Namaacha, Xai-xai, entre outros e questionou o porquê de se excluir esta rota.

Como consequência desta paralisação, inúmeros passageiros viram os seus planos desfeitos. Alguns queriam voltar para os seus locais de origem, outros iam a Magude por missão de serviço, mas foi impossível, até para buscar alternativas.

“Agora é só voltar a casa, porque está tudo estragado. Até tentei apanhar transportes que vão a Gaza, para descer no cruzamento de chinavane, mas disseram que não valia a pena, porque toda a rota de chinavane não está a circular”, contou Darcio Timane.

A Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários, FEMATRO, diz que foi pega de surpresa com a informação desta paralisação, mas já reuniu com os transportadores.

“Enquanto decorria a nossa reunião, decorria outra, no distrito de Magude, com o Administrador do distrito, onde ele teria garantido os colegas que vai entrar em contacto com outros administradores, para ver se, mais rápido possível se encontre uma decisão e se aprove o reajuste da tarifa”, esclareceu o presidente da FEMATRO, Castigo Nhamane.

Contudo, os transportadores avisam que vão manter as viaturas parqueadas, enquanto não for aprovada a nova tarifa.

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