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PRM tenta abortar “caminhada pela humanidade” em Maputo

A Polícia da República de Moçambique, na cidade de Maputo, tentou, este domingo, abortar a “caminhada pela humanidade”, organizada pela Associação de Amizade e Solidariedade com a Palestina cujo objectivo era repudiar os actos de terrorismo em Cabo Delgado, pedir o apoio e solidariedade pelo povo palestino e por outras atrocidades pelo mundo.

Por volta das nove horas e trinta minutos deste domingo, várias pessoas e membros de associações concentraram-se no recinto de um dos estabelecimentos hoteleiros, na Av. Marginal, na cidade de Maputo, onde se distribuíram camisetas brancas, bandeiras de Moçambique e da Palestina e dísticos com vários dizeres, destacando-se o repúdio ao terrorismo na província de Cabo Delgado, bem como solidariedade para com a Palestina.

O académico, juiz e também antigo Vice-presidente da Assembleia da República, Abdul Carimo, estava à frente do que chamou de caminhada individual pela humanidade e não manifestação cujo lema era: “Stop, basta genocídio Cabo Delgado, Palestina e pelo mundo”.

“Nós viemos aqui para manifestar a nossa solidariedade para com os nossos irmãos e irmãs, nossos concidadãos, nossos compatriotas que são, hoje, vítimas da maior barbárie de actos de puro terrorismo contra vidas humanas e bens da população em Cabo Delgado. Vivemos hoje, no nosso país, uma tragedia humanitária com milhares de compatriotas nossos deslocados e numa situação de carência dos bens mais essenciais da sua existência. Nós queremos aqui também prestar a nossa solidariedade com a Palestina que, ao longo dos últimos 40 anos, é vítima do terrorismo, mas é o terrorismo diferente do nosso, é um terrorismo de Estado, enquanto o nosso terrorismo é praticado por concidadãos nossos, moçambicanos, e também pessoas estrangeiras. Na Palestina, o terrorismo é praticado pelo Estado de Israel”, expressou Carimo.

O Embaixador da Palestina em Moçambique, Fayez Abdul Ja Wad, juntou-se ao movimento para ampliar a voz de repúdio face aos recentes acontecimentos que envolveram Israel e Palestina.

“Nós apelamos à comunidade internacional para defender a justiça, para implementar o direito internacional e as resoluções internacionais relacionadas com a causa do povo da Palestina”, secundou o Embaixador da Palestina em Moçambique.

Depois destas declarações, começou a caminhada, porém os homens da lei e ordem foram mudar todo o plano. A PRM, empunhando armas de fogo, gás lacrimogéneo, liderada pelo Director da Ordem no Comando da cidade de Maputo, José Homo, montou um cordão na porta do hotel de onde partiria a caminhada, o que gerou uma confusão, houve troca de palavrões e até empurrões.

A ordem da Polícia era abortar aquela caminhada, porque entendia que a manifestação não foi comunicada às autoridades. Mesmo com ordem para parar tudo, um número expressivo dos integrantes daquele movimento conseguiu atravessar à Marginal com o objectivo de seguir o plano, todavia foi barrado, pois a Polícia também se fez presente.

Transcorrida uma hora de impasse, a Polícia cedeu à pressão, mas com a condição de a caminhada acontecer obedecendo ao distanciamento inter-pessoal e sem exibir bandeiras e dísticos.

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