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Tocar o céu e auto-superação na agenda de Conde

Superar a prestação do ano passado, em que os Mambas foram eliminados nas meias-finais, é o objectivo de Chiquinho Conde na 22ª edição da Taça COSAFA. Além disso, o seleccionador nacional diz que a competição vai servir para observar alguns jogadores jovens.

Participante assíduo da Taça COSAFA e, por isso mesmo, já com um lugar cativo na plêiade das selecções da região austral de África, Moçambique vai procurar superar-se na 22ª edição desta competição, que este ano vai ser disputado na cidade sul-africana de Durban. À procura de um lugar ao sol, os Mambas arrancaram, esta segunda-feira, com os trabalhos de preparação, quando faltam três dias para o início da prova.

A primeira sessão de treino, que foi orientada pelo seleccionador nacional, Chiquinho Conde, no Estádio Nacional do Zimpeto, esteve essencialmente virada à recuperação dos jogadores, muitos dos quais que estiveram envolvidos na 11ª jornada do Moçambola ao serviço das respectivas equipas.

Nessa sessão, o seleccionador nacional não pôde contar com os jogadores da Associação Black Bulls, que justamente na segunda-feira tinham uma partida diante do Ferroviário de Lichinga, em que perderam por 0-1. Os referidos atletas poderão começar a trabalhar com o grupo esta quarta-feira, um dia antes de o combinado nacional partir para Durban.

Com o tempo quase apertado, a equipa técnica dos Mambas definiu uma agenda de preparação que pressupõe sessões de treino bidiárias, para imprimir mais intensidade nos jogadores.

Até porque o combinado nacional está ciente de que poderá enfrentar muitas dificuldades ao longo da prova, tendo em conta a qualidade dos seus adversários, mormente a Angola, país com o qual, futebolisticamente falando, tem uma enorme rivalidade.

E é justamente diante de Angola que os Mambas vão começar, esta sexta-feira, a longa caminhada da Taça COSAFA. As duas selecções estão inseridas no grupo C da prova, juntamente com as Ilhas Maurícias e Lesotho.

Na segunda jornada, no dia 10, o combinado nacional vai medir forças com Lesotho, fechando a fase de grupos defrontando as Ilhas Maurícias, no dia 12. Essencialmente, para passar para outra fase, os Mambas terão de se aplicar a fundo para terminarem a fase de grupos bem posicionados na tabela.

SUPERAR A PRESTAÇÃO DO ANO PASSADO

Na edição passada da Taça COSAFA, os Mambas foram até às meias-finais, tendo sido eliminados pelo Senegal, por 2-4, na lotaria das grandes penalidades, depois de se ter registado um empate a uma bola no tempo regulamentar.

Os senegaleses participaram, recorde-se, na qualidade de convidados na prova. E porque águas passadas não movem moinhos, Chiquinho Conde diz que há, na presente edição, necessidade de fazer diferente, ou seja, não se pode repetir a história, mas sim escrever uma nova.

“Temos responsabilidade nesta competição, porque no ano passado nós fizemos uma prestação muito boa, em que fomos eliminados nas meias-finais. Queremos, nesta edição, fazer de tudo para superarmos o que fizemos no ano passado”.

Para esta empreitada, Chiquinho Conde conta com um naipe de jogadores que muito bem conhece, na medida em que o núcleo duro fez parte da equipa que esteve no CHAN, prova na qual cometeu a façanha de se qualificar pela primeira vez para os quartos-de-final.

“Para superarmos o que já fizemos passa, fundamentalmente, por trabalharmos muito bem, resgatando aquelas que são as nossas ideias, visto que estamos há muito tempo sem esse conjunto. Temos de estar preparados para esta competição”.

Mais do que superar a prestação passada, o seleccionador nacional espera explorar outros ângulos na presente edição da Taça COSAFA.

“Temos a possibilidade observar e introduzir no grupo de trabalho alguns jogadores jovens que têm um historial na selecção nacional e que, acima de tudo, se tenham destacado nas selecções inferiores, Sub-20 e Sub-23”, explica Chiquinho Conde, ajuntando que “não vieram em grande número. Temos o Fazito, que está há bastante tempo a trabalhar connosco. Temos o Ezequiel, que é um miúdo muito promissor, e temos o Gianlunca, o qual se destacou nos Sub-23. Gostaria de ter trazido mais alguns jogadores, mas nesta fase inicial contamos apenas com esses três”.

Sobre o facto de os Mambas serem orientados pelo seleccionador nacional adjunto Victor Matine, Chiquinho Conde explica que é um procedimento normal. Não só o seleccionador nacional tem o desiderato de superar a prestação que os Mambas tiveram na 21ª edição da COSAFA, mas os jogadores também.

“Temos um grupo muito forte e alegre. Desta vez, temos de voltar para Moçambique com a taça e darmos alegria ao nosso povo. Essa é uma das coisas que, neste momento, nos preocupa bastante”, diz Telinho.

Debutante na selecção principal, Ezequiel está, por essas alturas, a “tocar o céu”.

“Sinto-me feliz por fazer parte deste maravilhoso grupo. Espero, por isso, poder dar o meu contributo para ajudar a selecção a alcançar resultados satisfatórios”, congratula-se Ezequiel, que, de resto, faz parte da selecção Sub-20 que sob comando técnico de Dário Monteiro conquistou a Taça COSAFA da categoria.

“Gostaria de chegar à minha segunda final nesta competição. Apelo ao povo moçambicano para que confiem em nós. Prometemos dar o nosso máximo, de modo a trazer alegria a este povo que muito bem merece”, apela o jovem jogador Ezequiel.

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