Incursões terroristas na província de Cabo Delgado resultaram na destruição de 31 das 130 unidades sanitárias existentes naquele ponto do país, o que deixou habitantes dos distritos de Mocímboa da Praia, Quissanga, Macomia, Meluco, e de outros distritos, sem acesso aos cuidados básicos de saúde.
Ataques terroristas deixaram parte das populações dos distritos de Mocímboa da Praia, Quissanga, Macomia, Meluco, entre outros afectados pelo terrorismo, sem acesso aos cuidados básicos de saúde.
Segundo o ministro da Saúde, Armindo Tiago, outros 95 centros de saúde ficaram destruídos pelos eventos extremos que afectaram Moçambique nos últimos anos. Estes dados foram revelados durante o Conselho Coordenador desta instituição, realizado em Gondola, província de Manica.
“Os ciclones Ana, Dumako e Gombe, eventos que decorreram este ano, também afectaram o sector da Saúde, tendo provocado a destruição de 95 unidades sanitárias. Há, ainda, o registo da destruição de mais 31 unidades sanitárias como resultado das acções terroristas em Cabo Delgado”, revelou Armindo Tiago.
A destruição e o consequente encerramento das unidades sanitárias causados pelos ataques vai contra os números um e dois do Artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que defendem o direito a um padrão de vida capaz de assegurar a saúde e o bem-estar dos cidadãos e dos respectivos membros da família.
Além disso, ferem o artigo 89 da Constituição da República de Moçambique (CRM), segundo o qual “todos os cidadãos têm direito à saúde e à assistência médica e sanitária, nos termos da lei, bem como o dever de defender e promover a saúde pública.”
Recentemente, o Governo destacou uma equipe de profissionais de saúde para prestar assistência médica às famílias que já estão a regressar às suas casas após vários meses de deslocamento a outros pontos devido à violência armada em Cabo Delgado.
O dirigente falou também de grandes realizações do seu ministério, destacando, por exemplo, a imunização de quase a metade dos moçambicanos contra a COVID-19.
“A imunização contra a COVID-19 de mais de 15,5 milhões de moçambicanos maiores de 18 anos, sendo mais de 14,5 milhões completamente vacinadas, é também um marco digno de realce”, disse.
O ministro da Saúde disse, ainda, que cerca de sete milhões de crianças, menores de cinco anos, serão imunizadas contra o poliovírus, durante a campanha massiva de vacinação que arranca no próximo dia 7 de Julho.
Esta será, de resto, a terceira ronda de vacinação contra a pólio, depois da detecção da doença nas regiões Centro e Norte do país e no Malawi.
Armindo Tiago destacou, por outro lado, os esforços do Governo na expansão dos serviços de saúde em todo o território nacional.
“O nosso percurso ao longo dos anos tem sido caracterizado por progressos assinaláveis nos principais indicadores sanitários. No entanto, persistem desafios, incluindo os relacionados com o crescimento populacional, a rápida urbanização, triplo fardo da doença e as cíclicas emergências sanitárias”.
O 47º Conselho Coordenador do Ministério decorre sob o lema “Promovendo o Subsistema de Saúde Comunitário para o Alcance da Cobertura Universal da Saúde”.