A ministra da Educação e Desenvolvimento Humano admite que algumas crianças poderão fechar o primeiro trimestre sem o livro de distribuição gratuita. Carmelita Namashulua diz que os manuais já começaram a chegar ao país, mas em quantidade muito longe de satisfazer a demanda.
Já lá se vão quase três meses que os alunos do ensino primário estudam sem o livro escolar de distribuição gratuita e, só esta sexta-feira, a ministra da Educação e Desenvolvimento Humano quebrou o silêncio para falar sobre o assunto.
Carmelita Namashulua reconheceu haver demora na disponibilização daquele material didáctico e tranquilizou, revelando que os livros já começaram a chegar.
“Neste momento, já há cerca de quatro milhões de livros a serem distribuídos nas escolas e, entre esta e a próxima semana, estamos a receber cerca de dois milhões e quinhentos livros que já chegaram e estão nos nossos portos de Maputo, Beira, Nacala e procede o seu desalfandegamento”, revelou a ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, Carmelita Namashulua.
No entanto, a quantidade de livros que chegam ao país é insignificante para responder à demanda, pelo que alguns alunos fecharão o trimestre sem manuais. “Não vou dizer que teremos, até ao fim do mês, os livros completos, porque os manuais em falta estão num universo de 16 milhões e, até esta semana, teremos cerca de seis milhões. Então, ainda estamos no processo de recepção”, reconheceu Carmelita Namashulua.
A titular da pasta da Educação e Desenvolvimento Humano assume que esta demora poderá prejudicar os alunos. “Vai afectar, sim, porque é um instrumento importante. Quando estivermos a introduzir os temas do segundo trimestre, naqueles locais que não terão recebido o livro no primeiro, as aulas serão feitas, também, consolidando as lacunas que foram deixadas pelo facto de não termos tido o livro a tempo e hora no momento devido”, explicou Carmelita Namashulua.
E para os que ainda não têm livros, a ministra da Educação e Desenvolvimento Humano fala de recurso ao método tradicional de ensino para transmitir conhecimentos aos alunos.
“Os professores têm um instrumento importante que é o programa de ensino. Este programa e os planos de lição são o que os nossos professores usam, além dos vários métodos na sala para que a lição não seja perdida. Mesmo que seja para escreverem no quadro e incentivar os alunos a copiarem, essas aulas têm sido e devem ser dadas”, avançou a ministra da Educação.
A governante desmente que tenha havido má planificação do sector da educação e justifica que os livros ainda não chegaram na totalidade por questões do transporte, cuja rota foi afectada pela pandemia da COVID-19.
A ministra da Educação e Desenvolvimento Humano falava à margem das comemorações do Dia Internacional do Livro, que se assinala a 23 de Abril.