Os advogados de defesa dos cinco arguidos no caso da tentativa de assassinato de Nini Satar têm até o dia 15 de Maio próximo para a submissão das alegações finais ao tribunal provincial da Machava. Assim, só após essa data será anunciado o dia de leitura da sentença.
Terminou esta quinta-feira a audição dos declarantes chamados para o esclarecimento da tentativa de assassinato de Nini Satar.
Ao todo, foram sete declarantes ouvidos, entre reclusos, agentes penitenciários e oficiais de inteligência, incluindo o próprio ofendido, Nini Satar, durante duas sessões marcadas por troca de acusações entre os implicados.
Neste último dia, foi ouvido o último declarante. Chama-se Inácio Mirasse e é citado no processo como quem recebeu a faca que seria usada no crime, das mãos do arguido Leão Wilson.
“Um dia, já não me recordo a data, o Leão Wilson apareceu na minha cela com uma faca. Pediu que eu guardasse aquela faca. Eu guardei-a e usei-a na minha cela para cortar cebola, tomate, para fazer salada. Dez ou quinze dias depois, ele veio buscar a faca”, explicou Mirasse.
O declarante afirmou ter recebido a faca, e, sem questionar a sua finalidade, guardou-a na sua cela, em segredo, e só começou a preocupar-se depois que o caso foi despoletado na imprensa.
Mirasse confirmou ainda a história de que tudo se tratava de um teatro.
“Eu soube da finalidade da faca através da imprensa. Assim, eu questionei-o, daí que ele me contou que aquela faca era parte de um plano orquestrado por ele e Nini para um assassinato, mas algo combinado entre eles, não era para ser real. Daí fiquei na minha e não quis saber mais do assunto”, declarou.
Contudo, uma questão ficou por ser esclarecida e o juiz quis ouvir do declarante se era normal portar uma faca na cadeia. Mirasse respondeu que não, mas não soube esclarecer a razão pela qual ele não questionou Leão, apenas recebeu a faca e calou-se.
Terminada esta fase do processo, Lucílio Nhanombe determinou que até 15 de Maio próximo a defesa terá de depositar no tribunal distrital as alegações finais, em forma de texto, e só depois será anunciada a data para a leitura da sentença.
Recorde-se que estão em julgamento cinco arguidos, dois quais três em reclusão na Cadeia de Máxima Segurança da Machava e outros dois agentes da Unidade de Intervenção Rápida, todos acusados de crimes de associação criminosa e porte de armas proibidas.