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Taça de Moçambique ZAP: a primeira vez da Black Bulls

A Associação Black Bulls conquistou, este domingo, a Taça de Moçambique ZAP, após vencer na final a União Desportiva do Songo, por 2-1. Kadre e Melque marcaram para a Black Bulls, enquanto Dayo fez o golo da UDS. Esta foi a primeira vez que os touros conquistaram a segunda maior prova do calendário futebolístico moçambicano.

Há, até porque o desenrolar de várias actividades e missões na vida assim o determinam, uma primeira vez na vida. E, neste caso, há um ciclo curto de vida da Associação Black Bulls (criada há menos de oito anos), um novo marco na sua caminhada como agremiação. Pois, em tarde de calor intenso e protestos contra o trabalho do árbitro Artur Alfinar, a Associação Black Bulls escreveu uma página dourada no futebol indígena ao conquistar, pela primeira vez na sua história, a Taça de Moçambique ZAP. Não foi fácil. E nem se previa que tal fosse. Primeiro, porque a União Desportiva do Songo mostrou alma, qualidade e resistência. Segundo, porque encostou às cordas o seu adversário, levando, inclusivamente, uma bola ao ferro na segunda parte. Pena, pena mesmo, foi o espectáculo dispensável do seu treinador (UD Songo) ao dirigir-se ao árbitro no final do jogo, situação que forçou a intervenção da polícia que teve de escoltar o quarteto indicado para a final da Taça de Moçambique ZAP. Alfinar, diga-se, não esteve à altura da final, tal como os seus colegas que apitaram partidas das “meias”. Sem, no entanto, tirar mérito ao título da Black Bulls que fez o seu trabalho. Haja seriedade nas nomeações por parte da Comissão Nacional de Árbitros de Futebol. Não se pode brincar aos futebóis.

 

JOGO INTENSO

Com o Caldeirão do Chiveve a registar boa casa, os dois conjuntos travaram, na fase inicial do jogo, uma batalha e duelos no meio campo. Era, na verdade, um período do jogo em que União Desportiva do Songo e Black Bulls procuravam encaixar-se e definir-se nas quatro linhas. Os “hidroeléctricos”, com Jonh Banda e Dominguez como os mais criativos, convocaram a sua capacidade de trocar a bola, circulando de pé para pé.

Associação Black Bulls tentava fazer maior ocupação dos espaços. De longe, aos 12′, Alan encheu o pé mas tirou mal as medidas da baliza de Guirugo. Os “touros” assentaram, desde então, o seu jogo em transições rápidas, sempre a espreitar investidas de Fidel e Orlando pelas laterais. Foi, aliás, num desses lances rápidos que Fidel abriu para Stephen que, com boa visão e leitura de jogo, endossou para Ejaita que fez tudo mal. Errou no alvo numa zona onde é preciso fazer serviço muito bem. Má relação entre o avançado e a baliza. A temperatura subia no Caldeirão do Chiveve, perante o crescimento e jogo mais aberto das duas equipas. Êxtase veio no minuto 20′. Lá do lado esquerdo do seu ataque, a Black Bulls beneficiou de um canto, tendo, o maestro Kadre, subido ao primeiro andar e cabeceado para o fundo das malhas. Aberto o marcador, União Desportiva do Songo tinha de correr atrás do prejuízo. Era, desta forma, colocada mais pressão sobre os “hidroeléctricos”. A mágica de Dominguez tinha de aparecer. O craque sacou da cartola um passe de classe mal interpretado por Muzaza que saiu tarde para fazer um toque subtil e bater Teixeira. Prontos, Dominguez ainda consolou, em gesto, o colega. Activo, Dominguez deu tratamento que bem sabe a pelota numa saída no meio campo, tendo sido travado por Rume que viu o amarelo. Aos 40′, cresceu de tom a contestação a interpretação dos lances por parte de Artur Alfinar que assinalou, por indicação da segunda assistente, um pretenso fora de jogo num lance em que Jonh Banda isolou Dominguez. Perto do intervalo, somente uma intervenção “in extreme” de Macaime evitou golo certo da Black Bulls, com um corte bem tirado para canto. Foi-se ao descanso.

 

MAIS DA UD SONGO

No arranque da segunda parte, muita União Desportiva do Songo para pouca Black Bulls. Os hidroeléctricos instalaram-se no meio-campo contrário. Pressionaram o seu adversário. Dominguez, sempre ele a soltar magia, fez um passe magistral para Macaime que atirou ao poste. Teixeira ficou pregado no terreno. Não desistiu a equipa do Songo. Mais atrevida e com setas apontadas para baliza de Teixeira, a União Desportiva do Songo chegou, com toda a naturalidade, ao golo de empate numa jogada de insistência em que a reposição rápida de bola permitiu a Dayo António, com golpe de cabeça, bater Teixeira. A Associação Black Bulls jogava, nessa altura, na expectativa. Inácio Soares fez algumas alterações na estratégia da equipa, lançando Melque e Ahmed. O jogo continuava a pender para o lado da União Desportiva do Songo que queria resolver a contenda. Mas a Black Bulls, de forma mais eficaz, tentava serenar o jogo do adversário e lançar contra ataques venenosos. A quatro minutos do fim, há uma jogada confusa na área da União Desportiva do Songo. Excitação da defensiva que fica a reclamar de um fora de jogo, Melque agradeceu a distração e atirou a contar. Contra o relógio, a União Desportiva do Songo correu atrás do prejuízo. Não sem antes contestar a decisão dos árbitros. O jogo terminou, a Black Bulls festejou a conquista da prova. A União Desportiva do Songo, neste caso alguns treinadores e pessoal de apoio, dirigiram-se aos árbitros a exigir satisfação. A Polícia foi obrigada a escoltar a mesma para os balneários. Momentos dispensáveis para um futebol que clama por mais patrocinadores. Má propaganda. O que é certo é que alguns jogadores da União Desportiva do Songo lançaram as medalhas para a bancada. Com a conquista da prova, a Black Bulls encaixou 500 mil Meticais, troféus e medalhas. Com o golo marcado, Melque foi nomeado homem do jogo, recebendo uma subscrição de um ano da ZAP.

O Costa do Sol continua a ser o clube com mais troféus conquistados: 9.

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