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Selecção feminina de futebol forçada a jogar no Senegal

A Federação Moçambicana de Futebol (FMF) negociou com a sua contraparte do  Senegal para que a selecção feminina jogue, hoje, 25 de Setembro, naquele país a segunda “mão”  da primeira eliminatória de acesso ao Campeonato Africano das Nações da categoria, alegadamente para a proteger a relva do Estádio Nacional do Zimpeto. Tal irá acontecer num cenário em que as moçambicanas criaram muitas dificuldades às senegalesas na primeira mão, arrancado um empate a uma bola. 

É  mais um caso no futebol moçambicano que promete fazer correr muita tinta.  Numa altura em que futebol feminino tem registado bons resultados, destacando-se a boa campanha no Torneio COSAFA, ano passado, bem como a excelente prestação do Costa do Sol na fase de acesso à Liga dos Campeões ao nível da zona,  a  Federação  Moçambicana de Futebol  anunciou que  a selecção nacional  não vai  jogar  a segunda  mão da primeira eliminatória de acesso ao CAN  no  Estádio Nacional do Zimpeto, alegadamente prara salvaguardar o estado do piso do recinto. 

Ou seja, a  FMF negociou com a sua  contraparte  do Senegal para que a selecção feminina  jogue em Thiès uma partida decisiva, num cenário em que as moçambicanas arrancaram um empate precioso a uma bola  no duelo da primeira mão.

Em comunicado,  o órgão reitor do futebol moçambicano  justifica que a negociata está relacionada com o desgaste que a relva do Estádio Nacional do Zimpeto foi sujeita nos últimos dias, tendo acolhido cinco jogos dos quais quatro dos representantes nacionais nas Afrotaças  (União Desportiva do Songo fez três jogos, sendo dois com Green Mambas e outro com Petro de Luanda, e Ferroviário de Maputo bateu-se com Sagrada Esperança no mesmo palco).

“A Federação Moçambicana de Futebol (FMF) comunica à Imprensa e aos demais interessados que chegou a acordo com a sua congénere do Senegal para a realização, em Dakar, do jogo da segunda “mão” da primeira eliminatória de qualificação para o Campeonato Africano de Marrocos-2024, na categoria de sénior femininos.Em princípio esse jogo deveria ter lugar em Maputo, mas a decisão foi tomada tendo em conta a necessidade de protecção do relvado do Estádio Nacional do Zimpeto, que se apresenta bastante desgastado devido a excessiva utilização, em curto espaço de tempo.Recentemente, o Estádio Nacional do Zimpeto acolheu cinco jogos internacionais, nomeadamente União Desportiva do Songo – Green Mambas de Eswatine; Green Mambas- União Desportiva do Songo; Moçambique – Benin; Ferroviário de Maputo – Sagrada Esperança de Angola e União Desportiva do Songo – Petro Atlético de Luanda”, lê-se na nota da FMF divulgada na sua página do “Facebbok”.

A FMF justifica, na nota, que “este volume de jogos, quase seguidos, provocou uma forte pressão sobre o piso do Estádio, o que levou os comissários da Confederação Africana de Futebol e árbitros dos três últimos desafios a reportarem nos respectivos relatórios a situação deplorável em que se encontra o relvado. Em face disso,  a CAF deverá aplicar multas à FMF, Clube Ferroviário de Maputo e União Desportiva do Songo, no valor de três mil dólares americanos cada.”. 

Segundo a “Casa do Futebol”, “preventivamente, para não correr riscos de ver interdita a realização, em Novembro próximo, do jogo Moçambique – Argélia da segunda jornada da fase de grupo de qualificação para o “Mundial” dos EUA/Canadá, a FMF decidiu negociar com a Federação Senegalesa de Futebol a disputa da segunda “mão” do apuramento feminino, entre as selecções dos dois países, em Dakar.”

A terminar, a FMF argumenta: “Esta medida visa evitar sacrificar ainda mais a relva do ENZ, permitindo, simultaneamente, a realização de trabalhos para a sua recuperação, uma vez que até ao dia 15 de Outubro deve estar em condições adequadas para receber o jogo Moçambique – Argélia, em Novembro, segundo recomendações da CAF. Infelizmente, Moçambique só tem um campo aprovado oficialmente pela CAF para acolher as suas competições de seniores.

Anualmente, a FMF recebe  da FIFA o valor monetário de USD 500 mil dólares para o desenvolvimento do futebol feminino. É neste sentido que, recentemente, este órgão lançou o projecto “League Development”. 

Curiosamente, a  fase de qualificação para o CAN é uma das etapas para a afirmação de qualquer selecção no panorama do futebol no continente. 

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