A Federação Moçambicana de Futebol (FMF) e a Liga Moçambicana de Futebol assinaram, esta quinta-feira, um acordo de cedência de direitos do Moçambola que visa adequar os estatutos e regulamentos da prova-mor do desporto indígena a realidade internacional e tornar a prova financeiramente sustentável.
Se dúvidas houvesse, ficam agora dissipadas. O Moçambola-2022 será mesmo disputado por 12 equipas e não 14 como aconteceu na última temporada que consagrou a Associação Black Bulls como campeã nacional na sua primeira participação na prova.
O facto, confirmado pela FMF em comunicado em Novembro passado e contestado pelos visados Desportivo Maputo e Textáfrica (despromovovidos) e tantos outros clubes que levantaram a voz numa assembleia-geral extraodinária da LMF sem efeito nenhum, foi reforçado e chancelado esta quinta-feira na cerimónia de cedência dos direitos de organização da trémula prova-mor do calendário.
O acordo visava, entre outros pontos, a revisão dos estatutos e regulamentos da Liga Moçambicana de Futebol para que os mesmos estejam alinhados aos padrões internacionais. Mais: que o campeonato nacional de futebol seja mais atractivo e sustentável financeiramente.
É neste sentido que foram anunciados dois “reforços” para a equipa que irá liderar o processo de restruturação do há muito desajustado campeonato nacional: Luís Canhemba e o professor Inácio Bernardo, antigos presidentes da União Desportiva do Songo e Desportivo Maputo, respectivamente.
Com experiência comprovada na gestão desportiva, Bernardo e Canhemba deverão transmitir o seu “know-how” para que o campeonato nacional de futebol seja, de facto, uma prova mais atractiva!
Mas, porque o que é de facto tema de actualidade é mesmo o número de equipas que irão corporizar a prova este ano, Ananias Couana desatou o nó. Não sem antes contextualizar.
“Uma das matérias que mereceu a nossa atenção especial foi a definição do número de clubes participantes no Moçambola, tendo ficado assente que em respeito aos estatutos das duas entidades, essa responsabilidade é da Liga Moçambicana de Futebol, respeitando, contudo, os parâmetros indicados pela Federação Moçambicana de Futebol, órgão reitor do futebol em Moçambique. Neste contexto, foi indicado que o número mínimo deve ser de dez clubes e o máximo de 16 clubes”, contextualizou.
Depois, o dirigente, que no processo de discussão manteve-se “low profile” e longe dos holofotes, disse o que os adeptos e massa associativa do Desportivo Maputo estão tão pouco dispostos e ou mesmo preparados para ouvir.
“Igualmente, ficou acordado que o campeonato deste ano terá doze clubes e a Liga Moçambicana de Futebol assumiu o compromisso de continuar a envidar esforços junto de parceiros para assegurar um financiamento que permita futuramente o aumento do número de clubes participantes no Moçambola”, aclarou Couana.
Pouco dado a improvisos, o presidente da Federação Moçambicana de Futebol, Feizal Sidat, diz que o órgão que gere o futebol moçambicano poderá, nos próximos anos, aumentar o número de equipas.
Sidat advertiu ainda aos clubes para pautarem pela melhoria das suas infra-estruturas desportivas como forma de assegurar a qualidade do futebol praticado no país.