O partido Revolução Democrática submeteu, esta segunda-feira, uma carta de contestação à Comissão Nacional de Eleições (CNE) por ter sido excluído das autárquicas de 11 de Outubro. O partido diz ter chegado a tempo de submeter a candidatura e que desconhece as razões da decisão.
A Revolução Democrática é um dos três partidos excluídos das eleições autárquicas de 11 de Outubro por se terem atrasado na submissão de candidaturas.
E porque o partido formado por dissidentes da Renamo não concorda, Vitano Singano Caetano, líder desta formação política, e sua comitiva dirigiram-se, esta segunda-feira, à Comissão Nacional de Eleições para submeter uma carta de contestação.
“O que foi dito pela Comissão Nacional de Eleições, alegações de que a Revolução Democrática chegou tarde, não constitui a verdade. Os colegas chegaram ao Centro de Conferências Joaquim Chissano às 14h30, depois informaram que já estavam lá. Entretanto, a autarquia de Chimoio ainda devia mandar outros processos, relativos a registos criminais, que chegavam às 13h. Depois os levamos à CNE. Quando chamaram o mandatário para entrar, nós ainda estávamos à espera destes documentos, daí que pediram que, no tempo de espera, atendessem outros partidos. Entretanto, depois disso, nós não fomos mais atendidos e esperamos lá até cerca das 22 horas”, disse o presidente do partido.
Vitano Singano Caetano disse que o seu partido não vai permitir ser excluído do processo por razões pouco claras.
“Esta manobra dilatória não pode minar um processo. Eu carrego o povo e não vou recuar”, garantiu Singano, explicando que houve razões que levaram a formação política a querer submeter a candidatura só no último dia, num processo que decorreu durante 23 dias.
“Nas províncias das zonas Centro e Norte, não conseguimos, em muitas delas, os registos criminais, incluindo na Cidade de Maputo. Um exemplo prático é que, na capital do país, submetemos o pedido de 130 registos criminais no dia 06, mas só no dia 10 nos foram concedidos 18”.
Para os próximos dias, a Revolução Democrática diz que, caso a resposta da CNE não seja satisfatória, poderá recorrer ao Tribunal Supremo.
Sobre o acórdão do Conselho Constitucional para a não utilização de símbolos ligados à Renamo, o partido diz já ter submetido um novo símbolo ao órgão.