O Movimento Democrático de Moçambique exige responsabilização no caso de desvio de 1,7 mil milhões de Meticais pelo Instituto Nacional de Acção Social, valor destinado a acções de combate à COVID-19. Já o partido Renamo defende que os envolvidos devem ser demitidos.
É mais um escândalo sobre desvio de fundos públicos. Desta vez, estão envolvidos mais de 1.7 mil milhões de meticais, desviados pelo Instituto de Nacional de Acção Social, que eram destinados à mitigação dos efeitos da COVID-19.
O caso veio a público após auditoria feita pelo Tribunal Administrativo.
Reagindo ao assunto, esta quinta-feira, o porta-voz do MDM disse ao “O País” que há uma necessidade urgente de se responsabilizar todos os envolvidos no desvio de fundos e de se esclarecer o destino dos valores sacados do erário público.
“Os fundos para o apoio às vítimas da COVID-19 não devem servir para o enriquecimento ilícito de uma burguesia nacional, que tenta a todo o custo pilhar os pacatos recursos que devem ser alocados aos moçambicanos. É com muita tristeza que nós, mais uma vez, presenciamos um escândalo financeiro protagonizado pela gestão maldosa do partido Frelimo”, disse Ismael Nhacucue, porta-voz do MDM.
Mais uma vez, o partido falou da necessidade de criação de um Tribunal de Contas para fiscalizar toda a despesa pública.
“A vantagem de um Tribunal de Contas é que este vai permitir que, de forma directa e objectiva, à medida que vai constatando as irregularidades, vai abrindo processos crimes”, esclareceu.
Por seu turno, o partido Renamo que também reagiu ao assunto, disse não ser novidade o desvio de fundos públicos pelas entidades responsáveis pela gestão.
“Esta é a reafirmação da denúncia que nós fizemos no passado, no parlamento, porque perguntamos ao Governo como é que foram geridos os fundos alocados para fazer face a problemática da COVID-19. Como sempre, tivemos uma resposta não satisfatória. Isso não é uma surpresa, porque a característica peculiar deste Governo é a corrupção”, disse o porta-voz da Renamo, José Manteigas.
O partido de Ossufo Momade disse igualmente lamentar que “o nome dos moçambicanos foi usado para ir buscar fundos para alegadamente salvar vidas de moçambicanos, mas o dinheiro foi encaminhado para fins particulares. Estamos revoltados com isso e queremos responsabilização do caso, pois criaram danos ao país e prejudicaram vidas”.
Para o partido Renamo, todos os dirigentes envolvidos no desvio dos mais de 1.7 mil milhões de meticais devem ser demitidos dos cargos que ocupam