O País – A verdade como notícia

Recenseamento militar arrancou esta terça-feira no país

Foto: O País

Arrancou, esta terça-feira, o recenseamento militar para jovens dos 18 aos 35 anos de idade. O objectivo é saber quantos jovens têm idade para cumprir o serviço militar obrigatório. Entretanto, o documento é, também, usado para outros fins.

Um documento que já fez alguém perder uma oportunidade de emprego: a declaração de recenseamento militar.

Dionísio Martino, de 29 anos de idade, viu uma oportunidade de emprego escapar de suas mãos por falta do documento.

“Tive uma oportunidade de ingressar numa empresa, mas não tinha o recibo de recenseamento militar, e o prazo era curto para tratar todos os documentos. Por isso, acabei por desistir”, lamentou Dionísio Martino, com voz tristonha.

E este ano, quis começar de uma forma diferente e decidiu juntar-se a outros que procuram organizar-se para que o mal não se repita.

“Hoje estou a tratar o recenseamento militar para a carta de condução”, acrescentou.

“Eu estou a vir tratar o recibo para minha carta de condução, é a segunda via, porque perdi o recibo quando estava a concorrer na faculdade”, disse Donaldo de Jesus, estudante do ensino superior.

Entretanto, uma das dúvidas dos jovens tem sido a obrigatoriedade de ingresso nas Forças de Defesa e Segurança após recensear-se.

“Não tenho medo, porque sei que, se o Estado me chamar, vou ter de cumprir. Contudo, é algo que nunca sonhei fazer, mas é dever de todos quando somos convocados”, disse.

Salvador Zavale explica que, nesta fase, o candidato não está inscrito no Ministério da Defesa.

“Temos três obrigações militares pelas quais o cidadão moçambicano pode passar. O recenseamento é a primeira obrigação. É imperioso, e todo o jovem que sabe que nunca passou por um processo de recenseamento militar deve passar por esta actividade. Significa que não existe a possibilidade de um jovem que se tenha recenseado ser incorporado automaticamente, sem que tenha passado pela segunda obrigação, que é a das provas de classificação e selecção, que não é para todos”, esclareceu Salvador Zavale, representante do Centro de Recrutamento e Mobilização de Maputo Cidade.

O Centro Provincial de Recrutamento e Mobilização de Maputo Cidade alerta para a necessidade de ter a situação militar regularizada.

“Para efeitos de emprego, o cidadão deve ter a situação militar regularizada. [O mesmo sucede em relação à aquisição de] carta de condução, [bem como] o ingresso no ensino superior. Um jovem que não esteja com o processo de situação militar regularizada pode ser lesado no processo”, ressaltou Zavale.

Em 2023, a meta é recensear 221 140 mil jovens em todo o país. O processo de recenseamento militar decorre de 03 de Janeiro a 28 de Fevereiro.

De referir que, no ano passado, o número de jovens recenseados ultrapassou a meta estabelecida em cerca de 19 por cento.

Até à saída da equipa de reportagem do “O País”, por volta das 11 horas, o Centro Provincial de Recrutamento e Mobilização de Maputo Cidade já tinha recenseado sete jovens.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos