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Moçambique recebe mais dois lotes de vacina contra COVID-19

A pandemia da COVID-19 está a causar razias no país, com infecções e mortes a dispararem como no período de pico da segunda vaga. Para frear este aumento, chegaram 158 mil doses da vacina contra a COVID-19 esta segunda-feira a Moçambique.

Desta quantidade, 108 mil doses são da AstraZeneca, doadas pela França, através do mecanismo COVAX. Outras 50 mil doses da vacina vaxzevria foram doadas pelo Governo português.

O mundo enfrenta a terceira vaga da COVID-19 e Moçambique não está imune. Sinais de piores dias no país transparecem a cada actualização do Ministério da Saúde sobre os dados da pandemia. Nos últimos dias, as infecções, mortes e internamentos têm registado um aumento significativo e alarmante.

A vice-ministra da Saúde, Lídia Cardoso, alerta para a pressão e dificuldades que o Sistema Nacional de Saúde está a enfrentar com o aumento de casos da COVID-19. A dirigente revelou, igualmente, que Moçambique já enfrenta a terceira vaga causada pelo novo Coronavírus.

“Nos primeiros três dias do presente mês de Julho, o país registou uma média diária de infecções bastante preocupante, cerca de 800 infecções ao dia. Só no pretérito fim-de-semana, o país somou pouco mais de 200 casos. Em relação aos internamentos, a tendência é, igualmente, crescente e, ao ritmo em que caminhamos, o risco de o nosso Sistema Nacional de Saúde enfrentar dificuldades é maior”, explicou Lídia Cardoso.

Em momentos separados, chegaram, esta segunda-feira, ao país através  do aeroporto internacional de Maputo, 158 mil doses de vacina contra a COVID-19. França e Portugal são dois países europeus que financiaram a aquisição das vacinas agora doadas ao nosso país.

O embaixador da França em Moçambique, David Izzo, fez menção aos destinatários dos imunizantes. “Estas doses destinam-se a acelerar a vacinação do pessoal prioritário, nomeadamente, os profissionais da Saúde que se encontram na linha da frente, bem como as populações vulneráveis no âmbito do mecanismo moçambicano e do plano nacional de prevenção.”

Por seu turno, Francisco André, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e de Cooperação de Portugal, avançou que, para além do lote de 50 mil vacinas, haverá mais nos próximos dias.

“Hoje, estamos aqui, em Maputo, a testemunhar a entrega deste primeiro lote de 50 mil vacinas às autoridades moçambicanas para apoiar o esforço operacional do plano de vacinação contra a COVID-19 e este é o primeiro lote e estamos a trabalhar.”

O representante da  Organização Mundial da Saúde  em Moçambique, Tomaz Valdez, considera que a meta global do mecanismo COVAX é vacinar pelo menos 10% da população em cada país até Setembro do ano em curso, pelo menos 40% até ao final de 2021 e 70% até meados do próximo ano, metas consideradas críticas e também ambiciosas.

“Daí, o apelo da OMS para a importância da solidariedade global no acesso às vacinas para beneficiar o máximo número possível de pessoas. Uma solidariedade necessária e pragmática, pois o mundo só ficará livre da COVID-19 quando todos os países estiverem livres dela.”

Ainda por ocasião da recepção destes dois lotes de vacinas, a vice-ministra da Saúde garantiu que o Governo está a esforçar-se para, até finais do ano em curso, atingir a imunidade comunitária com a vacinação de cerca de 16 milhões de moçambicanos.

Por seu turno, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) garantiu, no evento, que vai potenciar a construção e modernização de sistemas de armazenamento de vacinas no país.

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