Transportadores internacionais optam por uma rota que não usavam há muito tempo e dizem que só assim conseguirão voltar a ter fluxo de passageiros. Entretanto, o medo de novos ataques prevalece.
Dois a três carros saíam, diariamente, do terminal da Junta para Durban, na África do Sul. Mas com a onda de queima de autocarros de matrícula moçambicana na terra do rand, os números reduziram.
“Agora só saiu um carro, porque as pessoas estão com medo. Os carros que costumavam sair às 7h30, agora, por causa da confusão na África do Sul, vão até às 9h ou 10h”, disse Sérgio Mahanjane, transportador.
Igualmente, no terminal da Baixa, o medo dos passageiros continua a esvaziar os assentos.
“Hoje (referindo-se a este sábado) saiu um carro com uma média de nove passageiros. Não podíamos mandar voltar as pessoas. A situação não está muito boa, as pessoas ainda não se sentem seguras”, revelou Fernando Lopes, presidente da Associação dos Transportadores Rodoviários Internacionais da Baixa.
Para não deixar o negócio falir, os transportadores da Baixa e da Junta optam por uma rota que não usavam há muito tempo.
“Os Governos ainda não se pronunciaram sobre aquela via directa, da Ponta do Ouro. Nós estamos com medo e não vamos para lá. Então, optamos por usar a via de Goba, que passa pelo eSwatini. É muito segura”, explicou Fernando Lopes.
Contudo, apesar de segura, a alternativa é cara.
“Gastamos com passaporte, são cinco carimbos só para entrada”, referiu um transportador.
“Com os custos de combustível e portagem, são quase mil rands. Entrando de Mangunze já sai em conta, porque Durban se torna mais perto”, acrescentou outro transportador.
Temendo novos ataques, os transportadores clamam pela resposta imediata dos Governos da África do Sul e do país.