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Provedor de Justiça assume que há extremar de posições entre Governo e médicos

Isaque Chande defende a retoma do diálogo entre as partes a bem do interesse nacional e dos utentes das unidades sanitárias do sector público.

De semana passada a esta parte, a greve dos médicos foi prorrogada por mais 21 dias, o Ministério da Saúde submeteu ao Gabinete do Primeiro uma proposta de redução e eliminação de alguns subsídios da classe e esta terça-feira, no fim da sessão do Conselho de Ministros, o Executivo anunciou a pretensão de contratar 60 médicos em resposta à paralisação.

O Provedor de Justiça diz que não pode comentar a decisão de novas contratações, mas assume que as partes estão a esticar a corda. “É verdade que as posições estão a extremar-se, mas não há nada que não possa ser resolvido no âmbito da negociação”, disse o Provedor, pedindo que não seja questionado sobre se a decisão do Governo é boa ou má. “Não cabe a mim avaliar isso. É uma decisão soberana do Governo enquanto órgão de soberania.”

Isaque Chande defende ainda que o diálogo entre o Governo e os médicos devia retomar a bem do interesse nacional. “É um processo negocial que não está fechado. Vamos todos rezar para que as linhas de diálogo se mantenham entre o Governo e a Associação Médica no interesse nacional. Queremos ter os nossos médicos a trabalharem e as populações com acesso à saúde.”

O Provedor de Justiça, a quem os médicos pediram intervenção devido a alegadas injustiças praticadas pelo Ministério da Saúde, diz que, neste episódio, o país deve tirar a lição de que é preciso regular o direito à greve.

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