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Primeira refinaria de gás de cozinha no país vai operar este ano

A refinaria de gás liquefeito de petróleo (GPL), mais conhecido como gas de cozinha, em construção na província de Inhambane, poderá iniciar actividades ainda este ano. A garantia é dada pelo ministro dos Recursos Minerais e Energia, que avança uma previsível redução em 70% das importações deste recurso energético. A unidade, cujo investimento é liderado pela Sasol, será alimentada pelo gás natural explorado nos campos de Pande e Temane.

A refinaria de processamento de gás liquefeito de petróleo (GPL), mais conhecido como gás de cozinha, será a primeira na história do país. O Governo promete que a unidade, com capacidade para produzir 30 milhões de toneladas/ano, vai entrar em funcionamento no segundo semestre de 2024.

O ministro dos Recursos Minerais e Energia, que falava esta quarta-feira, na 1ª Conferência de Petróleo e Gás na África Austral, avança que a unidade vai aliviar as contas públicas por via da redução das importações de GPL.

“A produção de GPL aliviará as contas públicas, uma vez que o produto nacional servirá para suprir até 70% das necessidades internas, reduzindo significativamente as importações situadas actualmente de 48 mil cúbicos de GPL”, explicou Zacarias.

Recorde-se que, em 2012, o Governo iniciou um projecto de massificação do uso do gás de cozinha, para beneficiar moçambicanos, sobretudo os de baixa renda, reduzindo o uso de carvão e lenha, o que, segundo o ministro, está a concorrer para melhorar a vida dos moçambicanos.

Este programa traz consigo a componente ambiental, devendo reduzir o uso do carvão e lenha e contribuir para a melhoria das condições e da qualidade de vida das populações a médio e longo prazos”, disse.

Segundo o ministro,  o programa já beneficiou cerca de 30 mil famílias de oito províncias de Moçambique e, nos próximos em cinco anos, pelo menos quatro milhões de moçambicanos, o correspondente a cerca de 800 mil famílias, serão beneficiados, com impacto na redução das distâncias percorridas e mudança de hábitos e costumes.

A refinaria faz parte do Projecto PSA (Contrato de Partilha de Produção), da Sasol, que envolve, para além do gás, a construção de um empreendimento para a produção de energia, num investimento de 760 milhões de dólares norte-americanos.

O Projecto PSA irá produzir 23 milhões de gigajoules de gás natural por ano, que, para além de permitir a geração de 450 MW de electricidade, através da Central Térmica de Temane, serão usados para a produção de 30 mil toneladas de gás de cozinha por ano, naquela que será a primeira unidade do género em Moçambique.

A projecção feita pela Sasol é de absorção de mais de três mil trabalhadores, na fase de pico da construção da central e da refinaria.

Por outro lado, um dos parceiros do consórcio que opera o projecto Coral Sul FLNG, avançou haver uma possibilidade do anúncio de uma decisão final de investimento em 2024. O segundo projecto de plataforma flutuante de produção de GNL da Eni em Moçambique será similar à primeira plataforma flutuante que iniciou a produção em 2022.

Entretanto, o ministro da Energia esclareceu que o projecto está em fase de aprovação e que o arranque será num horizonte de três anos.

Recorde-se que a italiana Eni desvendou o potencial do coral na bacia de Cabo Delgado, em Maio de 2012 e opera a Área 4, juntamente com os seus parceiros ExxonMobil, CNPC, GALP, Kogas e ENH. Poderá ser o mesmo consórcio a trabalhar no segundo projecto FLNG offshore, já denominado de Coral Norte.

Sobre a retoma da Total prometida para o primeiro semestre deste ano, Carlos Zacarias diz que o Governo está a avaliar, junto às empresas, as condições de segurança na província.

As declarações foram feitas à margem da abertura de debates sobre o mercado energético na 1ª Conferência LPG EXPO 2024, em Maputo. No evento, o ministro manifestou abertura do país a investimentos que venham contribuir para a promoção do uso de energias limpas.

Aliás, Moçambique, junta-se ao debate na qualidade de signatário da agenda 2030  das Nações Unidas, que prevê a eliminação das formas tradicionais de uso da biomassa e a adopção de energias limpas e do Acordo de Paris, sobre o fortalecimento da resposta global à ameaça das mudanças climáticas.

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