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PR recebe Cesaltina Lorenzoni após eleição de Moçambique à Presidência da AORTIC 

O Presidente da República,  Daniel Chapo, recebeu, esta sexta-feira, em audiência, Cesaltina  Lorenzoni, Chefe do Programa Nacional do Controlo do Cancro e  Directora Científica e Pedagógica do Hospital Central de Maputo, que  o informou sobre a sua eleição como Presidente da Organização  Africana de Treino e Pesquisa em Cancro (AORTIC), um cargo  continental que Moçambique passa a assumir pela primeira vez na  história.

Durante a audiência, Cesaltina Lorenzoni explicou ao Chefe do Estado  que a sua eleição ocorreu no dia 5 de Novembro, durante a 15ª  Conferência da AORTIC, realizada em Hammamet, na Tunísia. 

“Tive encontro com Sua Excelência o Presidente da República, Daniel  Francisco Chapo, no âmbito da eleição e nomeação como  Presidente da Organização Africana de Treino e Pesquisa em Cancro,  chamada AORTIC”, afirmou. 

A responsável recordou que a AORTIC foi fundada em 1982, em  Seattle, nos Estados Unidos da América, passando no ano seguinte a  instalar-se em África (Togo) para centrar esforços no controlo do  cancro no continente. O mandato agora assumido por Moçambique  terá a duração de dois anos, abrangendo o período de 2025 a 2027, e  representa, segundo Lorenzoni.  

A AORTIC abrange todos os países africanos e integra igualmente  membros da Europa e da América do Norte, formando uma rede  internacional dedicada à prevenção, investigação e expansão de  capacidades científicas na área oncológica. Em termos estruturais, o  Presidente da organização lidera o Conselho composto por Vice presidentes que representam as regiões africanas — Norte, Oriental,  Central, Ocidental e Austral —, assim como a Europa, América do  Norte e os países africanos de língua oficial portuguesa. 

Lorenzoni destacou que, com esta nomeação, “Moçambique  posiciona-se num lugar estratégico, com múltiplas dimensões, como  prestígio internacional”, assumindo um papel de liderança na agenda  continental do controlo do cancro. A nova função reforça a credibilidade científica do país e a sua influência técnica em fóruns de saúde pública. 

A dirigente sublinhou ainda que outro benefício estratégico está  relacionado ao incremento das parcerias internacionais. “Com esta  posição, Moçambique poderá permitir atrair mais investimentos, mais  cooperação técnica e também oportunidade de formação e  desenvolver projectos de investigação para instituições nacionais”,  disse. 

No plano interno, a participação moçambicana activa na definição  das prioridades continentais cria, segundo Lorenzoni, “uma condição  favorável para nós acelerarmos e reforçarmos o controlo do cancro  no nosso país, com um impacto directo na prevenção, diagnóstico,  tratamento e cuidados paliativos”. Acrescentou que a visibilidade  internacional permitirá ao país mobilizar mais recursos e alianças  estratégicas para o reforço do Serviço Nacional de Saúde. 

A responsável destacou igualmente o significado histórico desta  nomeação: “Desde a altura da fundação desta organização, em  1982, é pela primeira vez que um país de língua oficial portuguesa  preside a esta organização”. Para Lorenzoni, esta conquista aumenta a  responsabilidade de Moçambique, na medida em que seremos vistos  como um espelho a nível global.

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