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Nyusi diz que há segurança para retoma da exploração de gás em Cabo Delgado

Foto: O País

O Presidente da República disse, hoje, que já há condições de segurança para que os mega-projectos retomem as suas actividades em Cabo Delgado. Segundo Filipe Nyusi, a situação está melhor do que antes do ataque de Março de 2021.

Neste momento, o Consórcio que explora gás natural liquefeito no alto mar, na Área 4, é o único que continua a operar. Os outros paralisaram. Para ser concreto, a Total invocou “Força-maior” e a ExxonMobil ainda não fez a Decisão Final de Investimentos.

A paralisação aconteceu depois do violento ataque que teve como alvo a vila de Palma, onde o rasto de destruição ficou indisfarçável. No discurso de abertura de uma cimeira de gás e energia, Filipe Nyusi recordou que “antes do ataque de Palma, havia episódios de ataques terroristas, mas as actividades de gás não tinham sido paralisadas, pararam quando houve esse ataque”.

Segundo o Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança, o cenário mudou muito nos últimos tempos. “As condições de segurança em Palma, onde se localizam os projectos de gás, estão a um nível superior do que a situação antes do ataque à vila de Palma.”

Tais condições fazem o Presidente entender que esta é a altura certa para que haja retoma dos projectos de exploração de hidrocarbonetos.

“Tendo com base os níveis de segurança e linha de defesa existente de Pemba a Mocímboa da Praia, consideramos pertinente que seja ponderada a possibilidade de retoma de desenvolvimento de trabalhos da construção em terra para as primeiras unidades de liquefação da Área 1 e das infra-estruturas partilhadas com a Área 4, nomeadamente, o cais de recebimento de material pesado e o cais de exportação de gás natural liquefeito”. Sobre isto, o Presidente disse que vai ter encontro com as respectivas empresas para melhores acertos.

Para o futuro, há uma garantia: “neste momento, as nossas Forças de Defesa e Segurança estabilizam a situação em todos os distritos afectados com o regresso das populações, sendo de salientar o restabelecimento de todos os órgãos de soberania, em simultâneo, com a reconstrução das infra-estruturas”.

Outra exigência do Presidente da República tem a ver com a ExxonMobil, a quem Nyusi exigiu que faça, o mais rápido possível, a Decisão Final de Investimentos.

Outra coisa que o Presidente entende ser urgente que se acelere é a pesquisa de novas áreas para a exploração comercial, para que Moçambique marque espaço no mercado internacional.

“Isto é fundamental. É verdade que o combustível, a nível internacional, está em alta e este é o momento certo e nem sempre vai estar em alta e, como se não bastasse, estamos todos a marchar para energias limpas e, se é transição, transitemos agora”, explica o Chefe de Estado.  

Ainda no mesmo discurso, o Presidente da República apelou à ENH para comprar gás, de modo a massificar ainda mais o uso doméstico desta mercadoria.

Nyusi diz que “em relação ao aumento da capacidade de produção de gás de cozinha para o mercado doméstico, no geral, já começámos este projecto e já há enchimentos em Nampula. Isso quer dizer que a zona Norte vai ter vantagens para a recepção do gás”. 

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