Vários partidos políticos, nomeadamente Frelimo, Renamo, MDM e Nova Democracia, fizeram-se presentes na Praça dos Heróis Nacionais, empunhando as suas bandeiras durante a comemoração dos 81 anos da cidade de Quelimane. Do resto foi uma festa marcada igualmente por repúdio aos actos de pancadaria que ocorreram na cidade da Beira.
A cidade de Quelimane assinalou, hoje, 81 anos de elevação à categoria de cidade, com discursos de paz e repúdio às atitudes dos membros da Frelimo e do MDM na cidade da Beira aquando da passagem dos 116 anos.
Em Quelimane, depois da deposição da coroa de flores, viu-se um ambiente raro, na urbe. É que, ao som do jovem músico Cornélio, Manuel de Araújo, Governador da província, Secretária de Estado, delegado político da Renamo e cabeças-de-lista da Frelimo e da Renamo na pista de dança.
Seguiram-se, depois, os discursos. O Governador e a Secretária de Estado na província defenderam o crescimento da cidade com melhores casas para os munícipes, condições de vida e desenvolvimento da urbe no geral.
Pio Matos disse, na ocasião, que não havia espaço para pancadaria entre os partidos, “porque somos todos irmãos desta cidade. Aquilo que aconteceu na Beira só acontece lá mesmo; aqui, em Quelimane, não acontece, porque somos um povo irmão que nos abraçamos, nos amamos e temos de continuar assim”, disse Pio Matos, para quem o ambiente de paz deve prevalecer no seio dos munícipes. “Só juntos de mãos dadas é que podemos criar as melhores condições para todos nós, munícipes de Quelimane, e cidadãos da Zambézia, no geral.”
Cristina Mafumo, Secretária de Estado na província da Zambézia, defendeu a necessidade de a edilidade continuar a trabalhar na remoção de resíduos sólidos e na edificação de uma cidade cada vez mais próspera.
“O Governo municipal tem o desafio de continuar a olhar para a gestão dos resíduos sólidos, vias de acesso, urbanização e ordenamento. Juntos poderemos aprimorar cada vez mais as questões de ordenamento, tendo em conta as mudanças climáticas”, disse Cristina Mafumo.
Quando tudo parecia estar bem, eis que, na vez de Manuel de Araújo discursar, os membros do MDM abandonaram o local. De Araújo não poupou palavras: “ Aquele que sai na hora de almoço está connosco? Questionou Manuel de Araújo aos presentes no comício que prontamente responderam: “Não”.
Por isso, imediatamente, defendeu Quelimane como o centro da tolerância política, democracia e reconciliação. “ Democracia é isto, meus irmãos. Democracia é isto que nós estamos a fazer aqui, na cidade de Quelimane. Temos aqui as bandeiras da Frelimo, da Renamo e da Nova Democracia”, precisou o edil.
De seguida, Manuel de Araújo convidou o cabeça-de-lista da Frelimo, Lourenço Gani, para as eleições autárquicas de 11 de Outubro, para se sentar no pódio. Gani levantou-se e foi sentar-se no lugar indicado pelo edil. Convidou, igualmente, o cabeça-de-lista do MDM, mas, porque este já tinha saído do local, o edil lamentou o comportamento deste e de seus correligionários. “Quanto ao Dramusse, cabeça-de-lista do MDM, eu pensei que, como é professor universitário, tinha outro nível de civismo, mas não está e abandonou a festa da cidade”, lamentou.
De Araújo disse aos presentes na ocasião que o edifício onde funciona o Conselho Municipal é de todos, razão pela qual todos são convidados a fazer-se presente. De seguida, abraçou Lourenço e Gani e agradeceu por responder favoravelmente ao seu convite de se sentar no pódio.
Já no pilar das realizações, Manuel de Araújo disse que, nos últimos cinco anos, a edilidade trabalhou incansavelmente para a construção e reabilitação das vias de acesso na urbe. Falou da construção de 50 quilómetros de estradas, num investimento de mais de 200 milhões de Meticais. Reconheceu que o processo não foi cumprido a 100% e apontou a COVID-19 como o grande factor que minou, durante dois anos da sua vigência, o desenvolvimento da cidade e demais áreas.