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Olá, CHAN Argélia 2022

A selecção nacional de futebol, Mambas, qualificou-se, hoje, ao CHAN 2022, a decorrer na Argélia, após empatar a zero com o Malawi, em jogo da 2ª mão da última eliminatória de acesso a esta competição. Os Mambas beneficiaram-se do empate a uma bola há uma semana no Bingu Wa Mutharika.

Movimento de ruptura com o sofrido desencontro com a glória. Finalmente, nove anos depois, os Mambas voltam a disputar o CHAN (Campeonato Africano reservado aos jogadores que actuam internamente), feito exultado até com algum exagero por parte dos adeptos que invadiram o Estádio Nacional do Zimpeto no final do jogo.

Falharam os aspectos de segurança, colocando-se em causa a integridade dos actores do espectáculo, numa fase crucial em que a CAF ainda nem aprovou o ENZ para os duelos da fase de acesso ao CAN ordinário!

A CAF não perdoa, sendo que as multas podem ir até USD 10 mil. Seja como for, a Nação, carenciada de resultados, teve um tubo de escape para festejar com a qualificação dos Mambas ao CHAN, prova que já não disputavam desde 2014.

Com as bancadas do Estádio Nacional do Zimpeto pintadas de vermelho, e sobre um calor abrasador, os Mambas procuraram, desde cedo, colocar toda carne no assador! Ou seja, assumiram as despesas do jogo, pressionando os malawianos.

E, já aos 2’, Nelson Divrassone ganhou posição na direita conforme atacavam os Mambas, servindo de bandeja João Bonde que fez o mais difícil atirando para cima. A selecção nacional, e muito bem, alugou e/ou mesmo se instalou no último reduto dos “Flames”.

E só não conseguiu chegar ao golo porque Isac, um dos rostos dos desperdícios, errou no alvo mesmo à boca da baliza.

A espaços, o Malawi reorganizou-se no miolo do terreno. Sacudiu a pressão. Conseguiu, com algumas jogadas rápidas, chegar com algum perigo junto ao último reduto da selecção nacional de futebol.

À passagem do minuto 11, Ernâni, teve de se aplicar a um remate de Shumaikel com a defesa moçambicana a mostrar-se lenta no “timing” de reacção!

Em boa verdade, diga-se, os Mambas acusaram muita ansiedade! Mostravam vontade, mas, no último terço, faltaram mais critério e definição.

Aos 31 minutos, numa jogada de insistência, Melque tentou surpreender o guarda-redes malawiano com um toque de calcanhar.

Isac voltou a dispor de uma oportunidade soberana para marcar, mas deu, uma vez mais, expressão ao festival de falhanços. Os adeptos, que voltaram a acreditar nos Mambas e responderam ao chamamento, marcando presença em peso no ENZ, desesperavam! Foi-se ao intervalo, com o nulo. Veio a segunda metade, com um bocado mais de ousadia por parte de Chiquinho Conde.

Mais mobilidade no ataque, numa segunda metade em que estava a jogar a favor do vento, era necessário mudar o rumo do jogo! E não cair nas teias de um conjunto que estava a jogar com alguma inteligência, procurando adormecer o jogo dos Mambas.

Conde lançou, logo no arranque da segunda parte, os internacionais moçambicanos Telinho e Lau, o King dos golos. Muito querido pelos adeptos, porquanto tem mostrado serviço, Lau King era o cara que todos clamavam pela sua entrada, até porque tem engodo pela baliza. Bom sentido de finalização, capacidade física e jogo aéreo notável.

Na sua primeira intervenção, aos 52’,Lau King ganhou espaço, mas a sua execução não foi das melhores. Fez aquilo que não costuma fazer normalmente: ser perdulário!

Com o relógio a correr, os Mambas não conseguiram elaborar muito mais. Construíam, certo, mas pecavam no último reduto. Ernâni violou a ser testado aos 79’, período em que o Malawi procurou pressionar já com algum desespero.

Havia que contemporizar, nos instantes finais, até porque os malawianos jogavam já no desespero da causa. Bombeava as bolas para área, sem, no entanto, criar tanto perigo para os Mambas.

Ainda houve tempo, no ENZ, para um centro de Danilo e resposta, com golpe de cabeça, por parte do recuperado Chico. O resto, o resto mesmo, foi só gerir a ansiedade! Final feliz, no Estádio Nacional do Zimpeto.

 

PRÉMIO DE 180 MIL METICAIS

Com a qualificação ao CHAN 2022, a decorrer na Argélia, os Mambas irão receber um valor de 180 mil Meticais cada. Quem sai do Zimpeto com o maior bolo é o guarda-redes Ernan, que vai encaixar 250 mil, como bónus, pelo facto de não ter sofrido nenhum golo no jogo! Nas vésperas de uma partida que ditou o regresso, nove anos depois, dos Mambas ao Campeonato Africano reservado aos atletas que evoluem nas respectivas provas internas, a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) e o Banco Nacional de Investimentos (BNI) rubricaram um acordo de patrocínio, no qual a instituição bancária se comprometeu a dar um prémio global de um milhão e duzentos mil Meticais em caso de qualificação do combinado nacional para o CAN-Interno.

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