Preocupante é como as autoridades de saúde descrevem a situação de internamentos pela COVID-19, em Tete. A província conta com 21 internados, sendo que a sua capacidade é de 70 camas. Já o Grande Maputo conta com o reforço do Centro de Internamento de Mavalane que, em dois dias do seu funcionamento, admitiu seis pacientes.
A abertura do Centro de Isolamento de Mavalane estava prevista ainda na segunda vaga da pandemia da COVID-19 no país. A infra-estrutura foi edificada para reforçar a capacidade de internamento na região do Grande Maputo, uma vez que o hospital de referência para o tratamento do Coronavírus, Polana Caniço, estava à beira do colapso.
Contudo, a remodelação e abertura do Centro de Internamento de Mavalane ficou suspensa quando as autoridades de Saúde deram por vencida a segunda vaga.
Com a terceira vaga à espreita, o Centro de Mavalane já foi aberto e, em dois dias do seu funcionamento, foram admitidos seis pacientes infectados pela COVID-19.
“Como puderam ver, ontem (referindo-se a segunda-feira) tínhamos um doente e hoje (terça-feira) já foram transferidos do Hospital Central de Maputo mais cinco doentes, e acreditamos que, ao longo do dia de hoje (ontem), serão transferidos alguns mais”, revelou Luísa Panguene, Directora Nacional de Assistência Médica.
Os casos positivos do novo Coronavírus tendem a subir no país, por isso se antevêem dias difíceis. Além das 320 camas, Mavalane tem 13 enfermarias, o que o torna no maior centro do país. O centro conta ainda com dois tanques de oxigénio, um dos quais já está abastecido e a beneficiar os doentes já internados.
“Os tanques de oxigénio já estão preparados para poder dar suporte à tenda de internamentos assim como as outras enfermarias. Ainda não temos camas nas enfermarias por uma questão de organização, mas estão aqui, no hospital, e não colocamos por segurança”, justificou a dirigente.
Na visita que fez ao Centro de Internamento de Mavalane, a Directora Nacional da Assistência Médica fez, ainda, uma radiografia da situação de internamentos nos pontos considerados críticos. A província de Tete, onde já foi confirmado o primeiro caso da variante Delta da COVID-19, está no topo das preocupações das autoridades. Há 21 internados.
“Em Tete, tínhamos um centro de internamento da COVID-19 com perto de 40 camas, ou melhor, 38 para ser mais precisa. E dada à demanda, estamos a fechar esse centro e vamos evacuar os pacientes para centro de saúde número dois, recentemente inaugurado pelo Presidente da República para melhorar a capacidade de internamento, o que vai totalizar 70 camas”, explicou Luísa Panguene.
MAIS DE 100 CAMAS DE UM TOTAL DE 500 ESTÃO OCUPADAS EM MAPUTO
Segundo a dirigente, “a abertura do Centro de Internamento de Mavalane não significa que estamos perante o colapso do sistema de saúde, mas sim a um reforço da capacidade de resposta no Grande Maputo cuja totalidade passa a ser de 510 camas das quais 134 já foram ocupadas”, disse para depois detalhar:
“Nós temos, no Mavalane, 320 camas, na Polana Caniço 100; no Hospital Central de Maputo, há um centro transitório com 40 camas e temos, ainda, 50 na província de Maputo. Ou seja, esta é a capacidade de internamento a nível do Grande Maputo”, enumerou a Directora Nacional de Assistência Médica.
Dos internamentos recentes, o Ministério da Saúde ainda não sabe se são ou não relacionados à variante Delta, aguardando os resultados das amostras que já foram enviadas para laboratórios de outros países.